Not Enough

XVIII - Casa

Izuna, Kaoru e Minato fizeram os exames no hospital em que Madara estava internado, e Tobirama no Uchiha, depois de quase ter tido um conflito com Tajima, que também o fez quando ficou sabendo que estavam em busca de um doador compatível. Algumas pessoas que trabalhavam com Madara no banco realizaram a coleta, e todo esse material estava sendo processado agora, de modo que apenas precisariam esperar as respostas.

No entanto, como Viktor havia dito, acompanhou toda a segunda semana de entrega da quimioterapia, e apesar de Madara ter apresentado sintomas como enjoo e algumas dores na cabeça e de estômago pela consequência do vômito violento, seu hemograma mais recente havia mostrado alguma recuperação da anemia por conta das transfusões, e ele não estava mais se sentindo fraco.

Não ao ponto de precisar ficar internado, ou depender de uma máscara de oxigênio para conseguir respirar. Então o oncologista se sentiu seguro para lhe dar alta e passar aquela semana de recuperação em casa, sem precisar permanecer em ambiente hospitalar gerando maior estresse para si.

- Com muitas ressalvas, mas eu sei que é melhor do que estar aqui.

- Muito. – Ele se sentou na cama com a ajuda do irmão, quase sentindo a liberdade lhe abraçando. – Só de poder dormir em casa já é um grande alívio.

- Aproveite esses dias para se recuperar também mentalmente, vai ser importante. Mas eu preciso que entenda que alguns dos cuidados principais que nós tomamos aqui você precisa manter em casa. Então evite alimentos fortes ou com muita gordura e pimenta, e se doer para mastigar, pode tentar bater para fazer um purê, ou sopas, também ajuda com a digestão. E o mais importante, não pode ficar recebendo visitas de jeito nenhum. Seria interessante que apenas vocês dois ficassem em casa.

Ele concordou. - Está bem. Não é como se eu recebesse visitas com frequência também.

- E se sentir alguma coisa de diferente deve retornar na mesma hora. O cateter precisa ser limpo com cuidado, e é bom evitar usar roupas apertadas para não pressionar, pode te machucar.

Madara escutou tudo com muito cuidado, e foi deixado para tomar banho antes de ir embora. Izuna aproveitou o ensejo para conversar com Tobirama, e acabou por receber um telefonema do pai, questionando sobre Madara. Já estava próximo de completar um mês que chegara à Yokohama, e por enquanto Tajima só ouvira negativas sobre ir até lá, de modo que estava irritado com a falta de informações.

- Não é sobre mim pai, o Madara precisa de cuidados. Eu falei para o senhor que a leucemia dele tem prognóstico ruim, então a situação é delicada.

- Eu já ouvi tudo isso Izuna, mas quero um prazo.

- Como vou te dar um prazo para algo que nem nós temos? – Ele revirou os olhos, cansado de precisar lidar com alguém com a idade de um velho e a mentalidade de uma criança mimada. – Ele está terminando a fase de indução, espere passar esse ciclo mais difícil e eu falo com o médico para liberar visitas.

- Espero que não esteja me enganando Izuna, eu quero o endereço do Madara de qualquer jeito.

- Eu não tenho motivo algum para fazer isso. – Ele estava visivelmente irritado agora, já tinha perdido as contas de quantas vezes ouviu o pai falando seu nome naquela chamada. – Mas se precisar negar ao senhor para garantir a saúde dele, não vou me importar de fazer. Tenha certeza disso.

Ele desligou o telefone antes que Tajima pudesse terminar de lhe arrancar toda a paciência do corpo, mas Madara percebeu sua agitação quando retornou livre do pijama hospitalar, e em roupas que combinavam melhor com sua pessoa.

- O que foi?

- O pai quer um prazo, acha que eu estou tramando alguma coisa para não passar o seu endereço.