Com a semana apenas começando, Madara organizou seus novos compromissos, incluindo a realização dos exames solicitados pelo médico, mas colocou esse ponto como último, logo após todas as tarefas que incluíssem alguma coisa relacionada com o banco.
Minato não mais insistiu na vaga, mas o colocou a par de um novo projeto na filial, de modo a introduzi-lo aos poucos em novos setores, mesmo que ali suas chances de conseguir um cargo mais alto fossem escassas. Ele tinha muita consideração pelo Uchiha, então não desistiria de lhe ajudar como fosse possível.
Então no momento, aplicou aquilo que estava em suas mãos. Durante algum tempo, assim que chegou aos cuidados de sua chefia, Minato se perguntou por que Madara era tão reservado acerca de sua família, uma vez que o banco sempre tinha projetos ou eventos que envolvessem os familiares dos funcionários em cartas de benefícios, e em todos eles ou o Uchiha não aparecia, ou ia sozinho em raras oportunidades.
Observador como o era, o Namikaze se sentiu curioso sobre, mas não encontrou oportunidade para fazer qualquer pergunta, de modo que somente acompanhava. Também existia a possibilidade de não ser nada extraordinário, Madara tinha mais ou menos a idade de sua filha, e Kaoru ainda não pensava em situações como casamento ou filhos.
Esta, que por um grande milagre, conseguiu convencer Madara a ir almoçar consigo.
- Se eu vou você acha incrível, se não vou acha ofensivo. Cadê o meio-termo?
- Com você? – Ela perguntou quase indignada. – Tenho certeza de que você é a pessoa que menos conhece um meio-termo na vida. Homem cheio de extremos.
- Sim e não são sempre boas respostas.
- É, mas às vezes pode ser interessante ser mais flexível.
Trocaram um olhar bastante expressivo ao entrar no elevador, e conservaram seu silêncio até deixarem o grande prédio, alcançando as calçadas apinhadas de pessoas indo e vindo. Alguém trombou no braço de Madara e pediu desculpas sem se virar, parecendo muito apressado para chegar até seu destino.
- Você me disse uma vez que veio de Tóquio. – Kaoru tornou a falar quando eles conseguiram caminhar lado a lado, sem que houvesse outro empurrão. Madara anuiu. – E por que escolheu aqui? Achou que Yokohama poderia ser mais tranquila?
- Eu sabia que não era, mas quis sair de casa antes que meu pai dissesse alguma coisa sobre não ter aceitado cursar medicina e decidir por outra área. – Kaoru soergueu as sobrancelhas, surpresa. – Por quê?
- Tinha me esquecido que seu pai tem um hospital em Tóquio. Acho que consigo imaginar um pouco a pressão de viver à sombra do sucesso dos pais.
- Mas sim, eu esperava que fosse um pouco mais sossegado. Ledo engano.
- Conseguir tranquilidade e paz num país como o nosso é difícil, talvez nem as províncias mais distantes sejam tão cercadas de tradição quanto antigamente, até na zona rural.
- Pelo menos Yokohama é um lugar bonito, e eu consigo ver o porto de casa.
Kaoru o chamou de "convencido", ou algo do tipo o qual Madara não ouviu quando chegaram às portas do restaurante. Dessa vez o Uchiha descartou tão logo que pode a possibilidade de algo intenso e pesado quanto às massas italianas enquanto ainda massacrado pelo calor do meio-dia, então decidiram por algo mais ameno, e como Kaoru falou alguma coisa sobre estar com vontade de comer camarão, foram parar num dos melhores lugares da cidade com a iguaria.
Recepcionados logo na entrada pelo maître, que os levou até uma das mesas do térreo com bonita vista para a rua lateral, que era pouco movimentada e possuía um jardim cuidado pelo próprio restaurante. Além disso, no centro do grande salão repousava um grande piano de cauda preto, tão polido que Madara viu seu próprio reflexo ao passar pelo instrumento.
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Not Enough
Fanfiction[HashiMada][TobiIzu] [Madara Centred] [Universo Alternativo] ~ [Prólogo + 47 Capítulos/Prólogo + 47 Capítulos] Madara foi traído da maneira mais baixa. Apunhalado nas costas pela pessoa que mais amou na vida. Quebrado e sem rumo, deixou o passado pa...