Capítulo 6

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Vendo através da janela da sala Dulce se aproximar da porta da casa no meio da manhã do dia seguinte, Luna correu em direção a porta e rapidamente a abriu, jogando-se nos braços da mãe que prontamente a pegou no colo e a encheu de beijos.

Luna: Você voltou, mamãe.

Dul: Eu prometi que voltaria, não prometi? (pincelou o nariz dela com o dedo) Dormiu bem, meu amor?

Luna: Sim. (sorriu, mexendo nos cabelos da mãe) Nós vamos passar o dia juntas hoje?

Dul: Vamos sim. A mamãe quer passar o dia bem agarradinha em você.

Luna: O papai e eu estamos brincando de boneca lá no jardim, você pode brincar com a gente?

Dul: Claro que sim.

Luna: Eu vou pegar uma boneca lá no meu quarto, mamãe. Eu já volto.

Dulce assentiu e assim que a filha subira para o segundo andar, deixou sua bolsa no sofá da sala e caminhou em direção ao jardim onde Christopher estava sentado em uma toalha de pic-nic de baixo da sombra de uma árvore e cercado por alguns brinquedos.

Passando os olhos pelo jardim, sorriu ao ver que a casinha de boneca que ele havia começado a construir para Luna fora concluída e esta estava pintada em tons de rosa e branco com alguns desenhos na lateral que pelos traços rapidamente reconhecera ser da filha.

Ucker: Como entrou aqui, Saviñon? (perguntou levemente irritado ao vê-la se aproximar) Você não tem mais as chaves daqui.

Dulce estava odiando escutar ele a chamar pelo sobrenome de solteira, mas naquele momento não conseguira nem prestar atenção naquilo visto que o fato dele ter informado sobre a troca de fechaduras chamara mais sua atenção.

Dul: Mudou as fechaduras de casa só para eu não entrar mais aqui?

Ucker: Desde que decidiu sumir do mapa você não é mais bem vinda aqui. Essa não é mais a sua casa. Você fez uma escolha e não tinha e não tem motivos para ter a chave.

Dul: Eu sei, ok? (murmurou desviando seu olhar do dele) Luna abriu a porta para mim. Você disse que eu poderia vir aqui hoje e eu vou passar o dia com a minha filha, sendo bem vinda por você ou não.

Vendo a filha voltar ao jardim, Dulce sentou-se na sombra ao lado de Christopher e este discretamente se afastou poucos minutos depois, sentando-se no sol enquanto Luna mostrava algumas bonecas a mãe.

Luna: Essa o papai me deu quando nós fomos a Disney, mamãe.

Dul: Vocês foram a Disney?

Luna: Sim. Foi tão legal. Eu queria que você estivesse lá.

Dul: Eu também queria ter estado, filha. (forçou um sorriso enquanto acariciava o rosto dela) Mas nós podemos ir em breve, o que acha? A mamãe vai adorar levar você aos parques.

Luna: O papai vai junto?

Ucker: É claro que sim, Luna. Você não vai a lugar algum se eu não estiver junto.

Dulce o repreendeu com o olhar e negou com a cabeça entendendo a insinuação que ele havia feito. Odiara o fato dele ter dado a entender que ela poderia fugir com a filha e aquilo era algo que jamais tivera a intenção de fazer. Sabia o quanto os dois eram apegados e nunca os afastaria.

Dulce e Christopher passaram o restante daquela manhã brincando com a filha e no horário do almoço, caminharam até um restaurante que ficava a poucas quadras da casa.

Christopher passara toda aquela manhã praticamente calado e dirigia-se somente a Luna e Dulce sabia que aquela era a forma dele de tentar controlar a raiva que sentia. O marido não era do tipo explosivo quando estava irritado e odiava aquilo. No fundo preferia que ele gritasse e dissesse tudo que estava sentindo do que guardasse tudo para si e ficasse quieto apenas respondendo-a debochadamente e grosseiramente quando necessário.

Ucker: Vou querer uma taça de vinho. O mesmo, María? (perguntou enquanto olhava o cardápio)

Dul: Não. Apenas água.

Christopher assentiu e assim que o garçom se aproximou, fez os pedidos e em seguida voltou sua atenção para Dulce que observava a filha colorir um desenho em um livrinho.

Ucker: Por que não está bebendo nada com álcool?

Dul: Apenas não quero, já disse.

Christopher assentiu e estreitou os olhos, analisando-a com cuidado. Estava com saudades da esposa, dos pequenos momentos que tinham juntos e de viver sua vida ao lado dela, mas a raiva de ter sido abandonado ainda falava mais alto que a vontade de tentar pensar em resolver aquela situação com ela.

Sentia-se frustrado consigo mesmo por ter deixado o casamento tomar aquele rumo. Não conseguia entender como haviam deixado o casamento ser consumido por brigas e o amor entre eles esfriar daquela forma.

Ucker: Não consigo entender. (resmungou para si mesmo e Dulce o olhou)

Dul: O que não consegue entender?

Ucker: Tudo. (suspirou frustrado) Tudo mudou.

Dul: Eu sei e sinto muito pela parte que me envolve. Eu não queria que as coisas fossem assim.

Ucker: Até parece. Você escolheu isso.

Dul: Não, eu não escolhi e agora não, Christopher. (disse séria) Não é o lugar e nem o momento.

Dulce o viu revirar os olhos e suspirou pelo modo infantil com que ele estava agindo, mas logo voltou a sua atenção para a filha. Não queria discutir com Christopher, não naquele momento e não com Luna por perto. Definitivamente tinham muito para conversar, mas também não sabia se estava totalmente pronta para fazer aquilo.


...

Um pequeno momento em família, apesar do clima ainda estar extremamente pesado entre eles 😬

E ao que parece ele não vai engolir tão fácil essa pequena mudança de comportamento dela em relação a bebidas 👀

Tu Amor - VondyOnde histórias criam vida. Descubra agora