Capítulo 76

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Terminando de colocar a cobertura no bolo de chocolate que fizera para receber o marido que chegaria mais tarde naquele dia, Dulce desviou sua atenção apenas ao ver a filha entrar na cozinha carregando o grande dinossauro de pelúcia, juntamente com o menor que Christopher havia dado e o elefante tão grande quanto o dinossauro era puxado pela orelha.

Naquele dia havia decidido ficar em casa juntamente com a filha ao perceber que ela começava a ficar resfriada e haviam passado boa parte do dia deitadas na cama assistindo a desenhos e brincando com os bichinhos de pelúcia e bonecas.

Dul: Como você consegue carregar tudo isso, hein?

Luna: Nós queremos colo, mamãe. (choramingou)

Dul: Meu amor, eu não tenho como segurar vocês quatro no colo. Nós podemos deitar na cama ou no sofá e você deita no meu peito com os seus bichinhos do lado, mas não posso ficar de pé com vocês. Eu não sou tão forte assim e meus braços são pequenininhos. Seu pai é o único que consegue fazer isso e assim que ele chegar você pede para ele.

Luna assentiu e fazendo bico, deixou os brinquedos no chão e esticou os braços para que a mãe a pegasse no colo.

Luna: Quando a vovó volta? (perguntou baixo enquanto descansava a cabeça no ombro da mãe)

Dul: Em 10 dez dias e aí poderemos ficar pra sempre bem pertinho dela.

Vendo-a assentir, Dulce lhe deu um beijo na testa e suspirou ao perceber que ela parecia um pouco febril.

Blanca havia viajado há três dias para que pudesse buscar seus pertences na Itália antes de voltar a morar definitivamente no México e com isso percebera que Luna ficara chateada sem a avó ali depois de terem passado as últimas semanas juntas e desconfiava que aquela febre pudesse ser emocional visto que o mesmo havia acontecido dois dias antes e não tinha nada a ser feito além de acolher e tentar passar o máximo de segurança e conforto a filha.

Dul: A garganta está doendo? Dói quando você tosse ou está sentindo alguma outra coisa?

Luna negou com a cabeça e Dulce lhe deu mais um beijo enquanto caminhava com ela até a sala para que pudesse deitar no sofá com ela em seu peito.

Luna: E se a vovó não voltar? (perguntou num sussurro e Dulce a apertou mais contra si)

Dul: Ela disse que voltaria, meu bem e se isso não acontecer nós poderemos ir fazer uma visita, mas vamos confiar nela. A mamãe e o papai sempre voltam, não é? E ela também vai voltar.

Conversando e assistindo desenhos com a filha pelos próximos minutos numa tentativa de tranquilizá-la, Dulce desviou sua atenção apenas ao ver o marido entrar na sala e estreitou os olhos enquanto o olhava com cuidado, suspirando ao perceber que ele também parecia resfriado.

Dul: Você está a cara do resfriado.

Ucker: É, eu sei. Estou me sentindo péssimo. Eu só quero deitar naquela cama e dormir até amanhã.

Dul: Não sem antes comer. Eu fiz um bolo pra você e você vai comer pelo menos uma fatia.

Ucker: Tudo bem. E você não está sentindo nada?

Dul: Não. E se não fiquei doente até agora, provavelmente não ficarei mais.

Ucker: E você, pequenininha, está melhor? (perguntou ao aproximar-se para beijar a cabeça da filha)

Luna negou com a cabeça e logo levantou, esticando os braços para que o pai a pegasse no colo.

Luna: Você demorou, papai.

Ucker: Mas agora estou aqui e vamos ficar bem juntinhos.

Beijando a cabeça da filha, Christopher logo desviou sua atenção para Dulce que se aproximara e colocara a mão em sua testa.

Dul: Com saudades da sua sogra também? Você parece febril. Eu deveria ligar pra minha mãe e avisar da sua febre emocional.

Ucker: Acordou piadista hoje, hein, María?!

Dulce sorriu dando de ombros e lhe deu um selinho.

Dul: Dei um remédio para Luna algumas horas atrás e vou dar um para você também. Não quero ter que fazer um passeio no hospital com vocês dois.

XXX

Ao amanhecer, sentada na poltrona do quarto de Luna com ela adormecida em seu colo, Dulce assustou-se ao ver Christopher entrar apressadamente ali.

Havia passado boa parte da noite acordada cuidando de Luna e não conseguira sair dali para ver se o marido estava bem e vê-lo assustado e agitado naquele momento começava a lhe deixar nervosa.

Dul: Tudo bem?

Ucker: Sim. (suspirou passando as mãos pelos cabelos) Desculpa. Eu não queria te assustar.

Dul: O que foi, amor? Está se sentindo mal? Ou teve algum pesadelo?

Ucker: Depois a gente conversa. (disse ao ver Luna se mexer) Ela ainda está com febre?

Dul: Não. Apenas com coriza e um pouco de tosse. E você está melhor hoje?

Ucker: Com um pouco de dor de cabeça apenas.

Dul: Vamos descer e deixar ela dormir mais um pouquinho. Ela passou parte da noite acordada e estava bem enjoadinha.

Colocando Luna na cama e saindo do quarto com Christopher, entrelaçou sua mão na dele enquanto desciam as escadas.

Ucker: Eu não vi você levantar.

Dul: Eu devo ter dormido umas duas horas apenas. Luna foi me chamar porque não conseguia mais dormir e eu passei a noite acordada com ela. Vou leva-la ao pediatra hoje à tarde.

Christopher assentiu enquanto entravam na cozinha e assim que colocou uma cápsula de café na máquina, pegou um copo de água para Dulce e o entregou junto com os medicamentos.

Ucker: Tudo bem se eu não for com vocês? Eu tenho alguns clientes pra atender hoje e não posso desmarcar.

Dul: Não se preocupe. Eu vou para o escritório agora de manhã pra atender alguns clientes também e volto na hora do almoço pra cá. Já pedi para Liz vir ficar com Luna agora de manhã.

Tomando todos os comprimidos e deixando o copo na pia, Dulce logo voltou sua atenção para o marido. Estava incomodada por ele estar tão tenso e não conseguia nem imaginar o que havia acontecido para ele estar daquela forma.


...

Quem adivinha o motivo de toda essa tensão do Christopher? 👀

Tu Amor - VondyOnde histórias criam vida. Descubra agora