Tu Amor - Vondy

Capítulo 48

Tomando o café da manhã juntos na cama enquanto conversavam sobre amenidades, Dulce agradecia mentalmente por Beatrice estar ali tentando lhe distrair e naquele momento conseguia se dar conta do quanto precisava dela e do marido para lhe dar apoio.

Sentada entre as pernas de Christopher e com as costas apoiadas no peito dele, Dulce comia alguns morangos que ele lhe oferecia na boca e ria ao ver Beatrice revirar os olhos.

Bea: Vocês dois sempre contando moeda na frente de mendigo né?!

Christopher riu e abraçou ainda mais a esposa contra seu corpo.

Ucker: Sabia que Bea está de namoradinho novo, amor? Logo será ela fazendo o mesmo.

Dul: Ah é? (a olhou com curiosidade)

Bea: Estamos nos conhecendo. (murmurou envergonhada) Mas não sei se vai dar certo.

Dul: E por que não daria?

Bea: Ele parece ter algum segredo, é um pouco misterioso e não gosta de sair em público comigo. Sempre nos encontramos no meu apartamento ou no dele e sei pouquíssimo sobre ele.

Dulce arqueou as sobrancelhas e olhou para o marido que parecia tão chocado quanto.

Ucker: Você avisa ou eu aviso?

Bea: Avisar o que? Por que vocês estão se olhando assim?

Dul: Ele é casado. (resmungou, fazendo-a arregalar os olhos)

Bea: Casado?

Ucker: Provavelmente. Um homem apaixonado e que não deve nada a ninguém não fica escondendo a mulher com quem está, muito pelo contrário, ele faz questão de mostrar ela a todos. Você já me viu esconder Dulce ou Poncho esconder Anahí? Sempre fazemos questão de mostrar que temos mulheres incríveis ao lado.

Beatrice arregalou os olhos e levantou rapidamente da cama, começando a caminhar pelo quarto e passar as mãos nos cabelos em sinal de nervosismo.

Bea: É claro que ele é casado. Que idiota eu fui.

Dul: Jura que não pensou nisso antes?

Bea: Nem sequer chegou a passar essa possibilidade na minha cabeça. Eu vou resolver isso, ok? Ligo pra vocês mais tarde. Qualquer coisa é só ligar que eu venho na hora.

Christopher assentiu e vendo a amiga sair do quarto, ofereceu mais um morango a esposa.

Dul: Já chega, Chris. Já comi o suficiente.

Ucker: Tanto quanto um passarinho.

Dul: Deixa de resmungar. Eu realmente não estou com fome.

Ucker: Tudo bem, mas já deixo avisado que nós iremos almoçar.

Dulce revirou os olhos e acomodou melhor seu corpo ao dele ao sentir ele lhe beijar a bochecha.

Ucker: Hora dos seus medicamentos, não?

Dul: É... Eu não aguento mais ter que tomar esses medicamentos.

Ucker: Mas é necessário e você sabe. Não seja negligente com a própria saúde, Dulce.

Dul: Eu não sou, Chris. Eu sei que preciso dos medicamentos para me sentir melhor. Eu tenho me cuidado, mas as vezes é difícil aguentar tudo.

Ucker: E nós já conversamos sobre isso tudo, lembra? Vá no seu tempo, mas não deixe de compartilhar as coisas comigo.

Dul: E eu já prometi que vou me esforçar mais quanto a isso. É algo que eu quero mudar e que quero começar a colocar em prática.

Ucker: Pequenos passos, tá bem? Não vamos com muita sede ao pote.

Dulce assentiu e sentindo ele lhe dar mais um beijo na bochecha, logo o viu levantar para pegar uma garrafa de água e os medicamentos.

Ucker: E desculpa por ter contado para Bea sem a sua permissão, mas eu precisava do apoio dela.

Dul: Não se desculpe, amor. Eu não me importo que Bea saiba e foi importante ter ela aqui. Ter vocês aqui me fez bem. Ela sempre foi a minha melhor amiga e é óbvio que eu deveria ter pelo menos buscado o apoio dela. Você fez o certo em procura-la.

Ucker: E procurei pelo seu psiquiatra e pelo seu psicólogo também. Você precisa fazer uma consulta hoje, ok?

Dul: Provavelmente a dose dos medicamentos será ajustada mais uma vez. (sussurrou e Christopher assentiu enquanto lhe entregava os comprimidos)

Ucker: Talvez.

Dul: E eu quero estar com você quando isso acontecer. Não quero passar sozinha pelos efeitos colaterais.

Ucker: E eu não quero mais que você fique sozinha. Quero que volte pra casa comigo. Já chega de ficar aqui.

Dul: Mas e Luna, Christopher? Eu não quero deixá-la pior se não conseguirmos reatar.

Ucker: Vamos ter que reatar. O divórcio não é uma opção e sozinha você não fica mais!

Dul: E isso não é ir com muita sede ao pote não?

Ucker: Não. Isso é cuidar de você. Vamos ficar por aqui até você se sentir melhor e então vamos pegar suas coisas e voltar pra casa.

Dul: Ok. (concordou contrariada)

Ucker: Tenho algo pra você. Já volto.

Dulce assentiu vendo-o ir para a sala e assim que tomou o último comprimido e o viu voltar ao quarto, não conteve as lágrimas nos olhos ao ver o dinossauro da filha.

Ucker: Alguém mandou o Rex como enfermeiro.

Abraçando o dinossauro contra seu peito, Dulce deixou com que algumas lágrimas deslizassem por seu rosto ao sentir o cheiro da filha ali.

Dul: Ela está bem?

Ucker: Está. Você quer falar com ela? Ela ainda não saiu para ir ao colégio.

Dul: Não. Agora não estou com cabeça pra isso. Mais tarde eu tento, tá? Agora, vem, deita aqui comigo. Quero ficar abraçada com você.

Christopher prontamente atendeu ao pedido da esposa e assim que voltou a sentar na cama, a puxou para sentar entre suas pernas novamente e lhe entregou os desenhos que a filha fizera.

Dul: Ela é tão incrível comigo mesmo eu sendo tão cretina com ela. (sussurrou enquanto olhava os desenhos) Eu só a faço sofrer...

Ucker: Claro que não, meu amor. Não pense assim, ok?

Dul: É a verdade, Christopher. Nesse último ano eu mais fiz ela sofrer do que a fiz feliz.

Ucker: E eu também tenho boas parcelas de culpa nisso, Dulce. Não pegue a culpa toda para você, meu bem. E agora um dos nossos maiores objetivos é fazê-la feliz. Tenho certeza que logo a nossa menina estará 100%. 

...

E ao que vemos, Dulce vai mesmo voltar pra casa. Acham que eles vão conseguir se entender morando juntos novamente? 👀

Próximo capítulo já teremos Dulce e Luna bem juntinhas e em breve alguns dias na fazendinha 😏 Recordar é viver, não?