Capítulo 65

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Ucker: Você mal me conhece, Brandon.

Brandon: Conheço o suficiente. Fui seu colega de faculdade por longos anos.

Dul: Dá pra vocês dois pararem de se alfinetar? Não tem motivo para isso. (resmungou enquanto observava o enfermeiro colocar um oxímetro em seu dedo)

Enfermeiro: Tem alguma doença pulmonar, Dulce? Sua saturação está um pouco baixa. Nada fora do normal, mas seria melhor se estivesse um pouco mais alta.

Dul: Não. Estou com anemia e até onde sei, é normal, assim como a leve taquicardia.

O enfermeiro estreitou os olhos e assentiu enquanto guardava os equipamentos em uma maleta novamente.

Enfermeiro: Você parece bem, mas deveria ir pra casa e descansar. Por enquanto não acho que tenha necessidade de ir ao hospital, mas se sentir mal novamente, é melhor ir por garantia, ok?

Dulce assentiu e agradecendo a ele, logo o viu sair da sala antes de voltar sua atenção para o marido e Brandon que a olhavam com uma sobrancelha arqueada.

Ucker: Tem certeza que está bem?

Dul: Tenho.

Brandon: Vá pra casa e nem pense em pisar aqui amanhã. Você sabe muito bem que pode trabalhar remotamente.

Dul: Obrigada, Brandon. Se precisar de qualquer coisa pode me ligar, ok?

Brandon: Cuide da sua saúde antes de pensar no trabalho, Dulce! Você tem uma filha e um marido pra cuidar e precisa estar bem e você claramente não está. Prometo que não vou te dispensar por isso.

XXX

Entrando em casa e subindo para o quarto junto com Christopher, despiu-se e vestiu apenas um robe de seda antes de sentar na cama e aceitar a garrafa de água que o marido lhe oferecera.

Ucker: Você está bem? Suas dores pioraram ou ainda continuam mais leves como nos últimos dias? (perguntou enquanto via ela beber pequenos goles da água)

Dul: Estou bem. As dores não pioraram, mas também não melhoraram. Vou tentar ir ao massagista amanhã e fazer alguma sessão de fisioterapia, sei lá. Qualquer coisa pra tentar aliviar um pouco essas dores e a rigidez muscular. Não quero mais tomar aquele medicamento.

Ucker: E nem eu quero que você tome.

Dul: Estou começando a ficar com fome. Que tal preparar algo para eu comer? Mas não exagera. Não vou aguentar comer muito.

Ucker: Já fico feliz apenas por você fazer esse pedido. Eu já volto. Me chama se precisar.

Dulce assentiu e assim que o viu sair do quarto, deitou na cama, abraçando-se ao travesseiro dele e inalando o perfume que havia ali. Já havia acordado se sentindo um pouco mais fraca naquele dia e a conversa que tivera com o marido parecia só ter piorado aquilo e ficara tentando controlar a ansiedade boa parte da manhã enquanto pensava de que forma contaria sobre o laudo médico para ele.

Passando o restante daquela tarde com a companhia do marido, no final do dia fora com ele buscar a filha no colégio e logo após terem brincando com ela no parquinho a caminho de casa e após o jantar, assistiram a desenhos e brincaram de boneca com ela para então Dulce passar a tentar fazer Luna dormir.

Com Luna em seu colo, Dulce cantarolava algumas músicas para ela. Já estava com dores nos braços e na coluna por estar segurando a filha por tanto tempo e mesmo com ela adormecida, não queria coloca-la na cama. Queria aproveitar cada segundo daqueles momentos que tinham e não se importava se aquilo a deixaria com dor ou extremamente cansada depois.

Ucker: Você não deveria estar fazendo isso. Ela não é tão leve assim.

Vendo o marido entrar no quarto da filha e se aproximar para pegar Luna no colo, Dulce o viu a colocar na cama e a cobrir.

Dul: Eu sei, mas ela está crescendo e logo não vai mais caber no meu colo. Eu posso lidar com as dores depois. Agora eu só quero aproveitar esses momentos.

Ucker: Você pode fazer isso estando sentada.

Dul: Não seja exagerado.

Vendo-o dar um beijo na cabeça de Luna, logo fez o mesmo e o acompanhou para fora do quarto.

Dul: Nós vamos dormir juntos hoje, não é, Chris? (perguntou ao ver que ela ia em direção as escadas para descer para o primeiro andar) Não quero ficar sozinha. Por favor, fica na cama comigo.

Ucker: Vamos. Eu só vou verificar se tranquei a porta e pegar o meu celular. Precisa de alguma coisa?

Dul: Não.

Assim que Christopher se acomodou ao seu lado na cama, Dulce mesmo com medo de ser rejeitada, pediu para deitar no peito dele para que pudessem assistir a um filme.

Estava com medo que ele não quisesse compartilhar a cama com ela naquela noite e queria ficar o máximo de tempo possível junto dele.

Naquela noite, Dulce pouco dormira pois ficara preocupada em acordar sem o marido ao lado e em todas as incontáveis vezes que acordara durante a noite, o vira acordado e sentira ele lhe acariciar os cabelos até que voltasse a dormir novamente.

Ao amanhecer, com Luna a chamando na porta do quarto, permitiu que a filha entrasse e logo a pegou no colo para que pudesse coloca-la na cama ao lado do pai.

Luna: Bom dia, papai. (murmurou beijando-lhe a bochecha)

Ucker: Dormiu bem, bebê?

Luna assentiu e deitou sua cabeça no peito enquanto passava a lhe acariciar o rosto e sentia ele lhe beijar a testa.

Luna: Nós podemos ir ao parquinho hoje de novo?

Ucker: Nós podemos.

Escutando Christopher e Luna fazerem planos para aquele dia, Dulce deitou ao lado da filha e em silêncio observava e escutava com atenção aquele momento dos dois. Nunca cansaria de admirar o pai incrível que ele era e o quanto os dois se amavam. Queria poder ter para sempre aqueles momentos e não gostaria de perder mais nenhum um único segundo da vida dos dois.

Cerca de uma hora mais tarde, despedindo-se da filha com um abraço apertado e dizendo o quanto a amava, Dulce a viu saiu com Christopher para ir ao colégio e logo voltou pra cama. Estava cansada, ainda com dores no corpo e com dor de cabeça pela noite mal dormida e naquele dia seguiria o conselho de Brandon e aproveitaria para descansar pelo menos na parte da manhã.

XXX

Acordando de um pequeno cochilo ao escutar o marido entrar no quarto, o viu caminhar até o closet e suspirou voltando a fechar os olhos enquanto criava coragem para levantar da cama e tentava ignorar o mal-estar que queria consumi-la naquele dia. Sentia que estava um pouco quente e sabia que provavelmente estaria com febre, mas também sabia que aquilo era normal.

Queria tentar conversar com marido antes da sessão de terapia que teriam durante a tarde e antes que ele começasse a trabalhar no escritório de casa e esperava que não discutissem, mas sabia que aquilo seria difícil visto o quão calado e introspectivo ele estava naquela manhã.

Havia tentado dar um abraço nele um pouco antes de ele descer até a cozinha para preparar o café da manhã e tivera que controlar o choro ao perceber que ele nem sequer fizera muita questão de corresponder ao abraço. Lhe doía aquela rejeição, mas estava ciente que era culpada e sabia bem o que tinha que fazer para melhorar aquilo.


...

E está vindo aí 🗣🗣 Daqui dois capítulos ela conta o que está escrito naquele laudo!!

Tu Amor - VondyOnde histórias criam vida. Descubra agora