Capítulo 16

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Pouco depois das seis da tarde, com Christopher estacionando o carro em frente ao hotel onde Dulce estava hospedada, ela despediu-se da filha que já estava quase adormecida na cadeirinha do banco traseiro antes de beijar a bochecha do marido que a esperava do lado de fora do carro.

Dul: Obrigada por essas últimas horas com vocês e por deixar eu buscar Luna no colégio a partir de agora.

Ucker: Não me agradeça, María. Acho que parte da minha irritação de dias atrás já passou e eu não vou te privar de momentos com ela. Eu não gostaria de ser privado se fosse eu no seu lugar.

Dul: Aliás, pode me passar a agenda de atividades do colégio dela? Luna falou que terá o Dia da Família essa semana e eu quero ir.

Ucker: Sim, será na sexta-feira no clube do colégio. Passo os detalhes por mensagem amanhã.

Dul: Obrigada, Chris. Até logo.

Dulce lhe deu mais um beijo na bochecha e logo entrou no hotel e assim que entrou em seu quarto, livrou-se dos sapatos em seus pés e deitou na cama, abraçando-se a um dos travesseiros e sorrindo feliz com o que estava vivendo naqueles últimos dias.

Era a primeira vez em meses que se sentia tão feliz e a primeira vez em quase dois anos que vivia momentos tão leves com o marido e esperava que aquilo não mudasse nunca mais e que pudessem ter mais momentos como aquele.

Dul: Nós pertencemos um ao outro, meu amor. Tenho certeza que conseguiremos sair dessa.

Levantando da cama ao escutar o celular tocar, rapidamente o pegou e não conteve o sorriso ao ver que era Beatrice. Estava com saudades da amiga e desde o dia do jantar na casa de Anahí não havia mais conversado com ela.

Aceitando o convite que ela lhe fizera para jantarem juntas naquele dia, Dulce rapidamente retocou a maquiagem e desceu até o restaurante do hotel onde havia combinado de encontrar com Beatrice.

Poucos minutos depois que a amiga chegara, fizeram os pedidos e conversavam enquanto esperavam os pratos.

Bea: Então vocês dormiram juntos esse final de semana? (perguntou após Dulce contar sobre a viagem que fizera com o marido e com a filha)

Dul: É. Eu não sei se deveríamos ter cedido. Eu não deveria ter agarrado ele dias atrás quando ele veio aqui, mas eu não resisti. Eu estava com tanta saudade dos nossos momentos juntos e esse foi o melhor final de semana de todos nesses últimos dois anos. Transamos porque foi ele quem me procurou ou eu não teria cedido ao desejo novamente pra ser tratada com grosseria depois, mas dessa vez não teve briga ou clima estranho e ele de certa forma deu uma relaxada comigo. Deixou um pouco da grosseria de lado e está tão mais leve. Parece que tirou um peso dos ombros e eu estou com tanto medo que esses momentos de paz acabem. Nós estamos tão bem e há tanto tempo não ficávamos assim.

Bea: Ele passou por muitas coisas nesses meses, Dul. Ele te contou que saiu da empresa para ficar com Luna, não é?

Dul: Contou. Ele me contou sobre o diagnóstico dela e você não tem ideia do quão difícil está sendo pra mim isso. Eu não queria a minha menina assim.

Bea: E por que nos deixou, Dul? Sei que essa pergunta deve estar sendo cansativa para você, mas até agora eu não tenho uma resposta para isso, não que você deva algo, claro.

Dul: Eu precisava me cuidar um pouco, Bea e não conseguiria fazer isso aqui da forma que estava o nosso casamento. Não saí apenas por não aguentar mais as brigas, até porque isso seria ainda mais ridículo. Saí por precisar cuidar da minha saúde física e mental e por não querer ver a minha filha ainda pior e é horrível dizer e escutar isso, mas eu não queria manter contato com ela naquele momento. Eu não quero dar detalhes sobre isso sem antes conversar com Christopher, mas eu precisava mesmo desse tempo sozinha e acredite, eu fiquei tão mal quando ele e Luna. Não foi fácil tomar aquela decisão.

Bea: Eu imagino, Dul. Eu tentei te procurar, mas não conseguia entrar em contato de nenhuma forma com você e entendi que você não queria ser encontrada então não insisti mais... Você está abatida. Não parece nada com a Dulce de antes, não parece com a minha melhor amiga...

Dul: Eu sei... (sussurrou com a voz embargada) Eu queria e precisava ficar sozinha. Senti saudades de vocês e me contive diversas vezes pra não entrar em contato. Os últimos meses foram difíceis e foi mais difícil ainda não ter o meu marido pra me segurar quando eu precisei.

Bea: Hum? (franziu o cenho, olhando-a com atenção)

Dul: Acho que vocês não têm ideia do quão ruim estava nosso casamento e eu vou te dar um conselho não solicitado, Bea, mas nunca na sua vida faça aquele que você ama se sentir sozinho. É horrível e ninguém merece passar por isso.

Bea: Ele te agrediu, Dul? Eu não estou entendendo e só consigo pensar nisso agora e espero que eu esteja enganada.

Dul: Christopher nunca me agrediu, Bea e sei que ele jamais faria isso, mas ele estava me machucando de outras formas, como por exemplo não me dando atenção quando eu precisei. Eu provavelmente não teria saído do país da forma que saí se ele pelo menos tivesse escutado o que eu tinha pra dizer. Eu estava cansada de lutar sozinha por nós dois.

Bea: E não pretende mais ir embora, né? (perguntou num sussurro e a viu negar com a cabeça)

Dul: Eu não quero nunca mais ficar longe da minha filha. Posso não conseguir salvar o meu casamento, mas longe de Luna eu não fico mais.


...

E com essa conversa com Beatrice vocês mudam de teoria ou seguem com a mesma? 

O próximo capítulo está... 😬 Palpites? E não, não é a conversa ainda. 

Tu Amor - VondyOnde histórias criam vida. Descubra agora