Capítulo 23

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Dul: Você disse que eu estava viajando? Nada mais?

Ucker: Apenas isso. Em uma das vezes que conversei com ela, ela perguntou sobre você e eu disse que você estava viajando. Ninguém mais precisa saber da nossa situação e não precisamos ficar nos justificando. E se algum dia precisar se justificar, é só falar que foi cuidar da sua mãe ou sei lá... Agora, por favor, não vamos dar atenção a isso e estragar o nosso dia. Quero curtir vocês sem ter que me preocupar com outras coisas.

Dul: Tá bem.

Com a esposa voltando a acomodar o corpo sobre o seu, Christopher a apertou mais entre seus braços e lhe deu um beijo demorado na bochecha enquanto a via acenar para a filha que brincava alguns metros a frente com uma amiga.

Pegando a mão de Dulce e brincando com a aliança e o anel de noivado que estavam ali, Christopher sorriu ao ver as joias. Também nunca havia considerado tirar sua aliança e ficava feliz por ela não ter se desfeito daquelas peças que simbolizava a união entre eles.

Escolhera fazer o pedido de casamento durante uma viagem que haviam feito até a Áustria e jamais conseguiria esquecer da emoção dela ao ver o anel de noivado, onde assim como em suas alianças estava gravado na parte interna a frase "amor sem fim" que tanto repetiam um para o outro no começo do relacionamento.

Viajar juntos era uma das coisas que mais gostavam de fazer e infelizmente aquilo também havia se perdido parcialmente quando Luna nascera e completamente com as brigas. A esposa tentara recuperar aquele hábito quase um ano depois que as brigas haviam começado, mas lembrava-se de estar tão estressado com o trabalho próximo a data marcada de uma das várias viagens que ela tentara fazer que acabara pedindo para ela cancelar para que assim pudessem evitar mais discussões visto que sabia que não conseguiria curtir direito o tempo ao lado dela.

Perguntando-se mentalmente se ela teria dias disponíveis para que conseguissem fazer uma viagem rápida para comemorarem o aniversário de casamento que se aproximava, conteve a pergunta a esposa ao lembrar-se que precisaria verificar a própria agenda antes de dar esperanças a ela.

Ucker: Vou levar Luna até a fazenda dos meus pais na próxima semana já que faz muito tempo que ela não os vê. Quer vir conosco?

Dul: Seus pais vão querer me matar, Christopher. É melhor evitar confusão, ainda mais com Luna perto.

Ucker: Uma hora vai ter que enfrentar eles.

Dul: Eu sei... Ok, eu vou, mas não quero chegar lá de surpresa. Avise a eles antes que eu vou estar junto, ok? Não quero mesmo me estressar e nem estressar a nossa filha.

Christopher assentiu e lhe dando mais um selinho e sussurrando mais uma vez o quanto a amava, logo os dois voltaram a atenção para a filha que ainda brincava com a amiga.

Dul: Nossa menina está quase fazendo cinco anos. (sussurrou e Christopher assentiu) Não consigo nem acreditar que a temos. Esses 12 anos passaram tão rápido. Parece que foi ontem que você me pedia em namoro.

Ucker: Passaram e infelizmente perdemos muitas coisas da vida um do outro por quase dois e eu não quero mais que isso aconteça. Sempre valorizamos os pequenos momentos juntos. Não consigo entender como deixamos isso se perder.

Dul: Nem eu entendo e sinceramente, Chris, não acho que devemos perder tempo pensando nisso. Ficar pensando e tentando encontrar um motivo pelo qual começamos a brigar não vai nos ajudar em nada. Acho que devemos focar no que estávamos errando e melhorar isso. São 12 anos de relacionamento, tempo pra caramba e é claro que é normal ter brigas, mas não é normal não querer resolver elas como estávamos fazendo.

Ucker: Eu sei e estamos tentando melhorar isso.

Dul: Você está se saindo bem. Aquela viagem a Cozumel no fim de semana passado foi um ótimo recomeço para nós dois.

Ucker: Foi sim. Tenho certeza que em breve estaremos melhor que antes.

XXX

Encostado no batente da porta do quarto da filha, Christopher sorria ao ver Dulce arrumar Luna na cama. Haviam chegado há pouco tempo em casa e após o banho e o jantar, a menina adormecera no colo da mãe antes mesmo que conseguisse tomar a mamadeira.

Ucker: Sinto saudades dela bebê. (disse assim que a esposa se aproximara)

Dul: Eu também. Ela sempre foi tão incrível conosco. Deve ter sido a bebê mais tranquila do mundo.

Ucker: Eu não duvido.

Descendo lado a lado com ela até a sala, os dois logo voltaram a sentar no sofá e Christopher passou seu braço pelos ombros dela, puxando-a mais para si.

Dul: Tá um chicletinho hoje, hein? (riu ao sentir ele beijar sua têmpora)

Ucker: Continuo com saudades. (sorriu dando de ombros) Posso te dar mais um beijo na boca?

Dul: Pode.

Sentindo ele agarrar sua nuca e avançar a boca contra a sua, Dulce não conteve um gemido ao sentir suas línguas se tocarem. Havia perdido a conta de quantos beijos haviam trocado naquele dia e repreendia-se pela excitação que a dominara na maioria deles. Apesar da imensa vontade de ceder ao desejo novamente por ele, sabia que precisava se controlar. Não queria deixar o sexo interferir naquele pequeno recomeço que estavam tendo e não deixaria aquilo ir além de beijos por um bom tempo.

Afastando-se relutantemente dele ao sentir o beijo começar a esquentar, Dulce lhe deu um último selinho antes de levantar do sofá para pegar o copo de água que havia deixado na mesinha de centro.

Ucker: Esquentou? (perguntou rindo ao vê-la beber um longo gole de água)

Dul: É e eu preciso ir ou nós vamos acabar na cama e eu não quero isso agora.

Ucker: Tudo bem... Você vem amanhã, não é?

Dul: Eu venho. Vamos dar uma volta no parque com Luna.

Acompanhando-a até a porta, Christopher sorriu ao sentir ela lhe dar mais um selinho.

Dul: Bom banho frio.

Ucker: Pra você também. (piscou pra ela, fazendo-a sorrir envergonhada)


...

Tudo muito calmo, não? 😏

Tu Amor - VondyOnde histórias criam vida. Descubra agora