Capítulo 20

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Deitando na cama e vendo-o acomodar-se ao seu lado, deitou de lado para que pudesse ficar de frente para ele e não conteve um sorriso ao sentir a mão dele acariciar suavemente sua bochecha.

Ucker: Amo suas bochechas vermelhas.

Dul: Eu sei.

Ucker: Perdão pela forma que falei com você ontem. Eu fiquei nervoso. A culpa foi minha por não ter te alertado. É a segunda vez que isso acontece em dez meses e eu fiquei com medo. Eu sei bem o que você passou vendo-a daquela forma e eu deveria ter te consolado e te passado segurança. Nada justifica a minha atitude. Me desculpa.

Dul: Eu te desculpo porque não quero ficar remoendo mais uma coisa entre nós, mas eu fiquei chateada sim e a última vez que vou te desculpar por coisas desse tipo, Christopher... Eu queria um abraço e uma palavra de conforto, mas você já chegou me atacando e esse é um dos maiores problemas do nosso casamento nesses últimos dois anos. Eu posso não ter te escutado alguma vezes, mas você fez isso muito mais do que eu. Faltou diálogo por diversas vezes, faltou paciência, faltou pedidos de desculpas, reconhecimento de erros, faltou carinho e cuidado nas palavras e não podemos mais cometer esses erros.

Ucker: Não, não podemos e eu vou melhorar isso. Não vou deixar o nosso casamento acabar.

Dulce assentiu, sussurrando o mesmo que ele e sorriu ao sentir ele beijar carinhosamente sua testa.

Ucker: Posso te abraçar?

Dul: Quer começar a colocar isso em prática agora é? (provocou e o viu assentir concordando)

Ucker: Não vou perder tempo, ora. Hoje é oficialmente o dia do nosso recomeço.

Dul: Tá bem. (sorriu olhando-o) E não precisa perguntar se pode me abraçar, Chris. Eu sou a sua esposa, a sua Dulce e você sabe que eu amo estar abraçada com você e que você pode fazer isso sempre que quiser. É uma das coisas que mais senti falta nesses dois últimos anos e tudo o que eu mais quero é estar bem agarradinha com você novamente.

Ucker: Eu sei e prometo não deixar isso faltar de novo no nosso casamento. Prometo me esforçar ao máximo para tudo voltar melhor que antes. Você não tem ideia do quanto senti saudades dos nossos momentos de carinho, dos seus abraços e dos seus beijos.

Sentindo os braços dele a envolverem, Dulce lhe deu um beijo no peito e deslizou uma de suas pernas entre as dele.

Dul: Posso te pedir uma coisa?

Ucker: Pode.

Dul: Pare de me chamar pelo meu sobrenome de solteira. Use María ou qualquer outro nome quando estiver brabo, mas não use Saviñon. É esquisito escutar apenas ele e tente voltar a me chamar pelo meu primeiro nome assim como fez na segunda-feira. Pelo menos na frente de Luna me chame de Dulce ou sei lá...

Ucker: Tudo bem. Eu vou tentar, mas sempre gostei de te chamar de María e você sabe.

Dul: Eu sei e nunca me importei, mas agora soa como se você estivesse sempre extremamente irritado comigo.

Ucker: Ok, me desculpe.

Dul: Então você abriu um escritório? (perguntou baixo enquanto sentia ele fazer um suave carinho em suas costas)

Ucker: É. Você sabe que eu sempre quis e sair daquela empresa pra cuidar de Luna foi o empurrão que eu precisava. Abri apenas há alguns meses, mas já tenho uma equipe de advogados comigo e estamos indo bem.

Dul: Fico feliz por ter conseguido realizar seu sonho.

Ucker: Eu também. Não foi da forma que eu esperava, mas estou feliz. Agora tenho mais tempo para Luna e não tenho uma pessoa no meu ouvido a todo momento me dizendo o que fazer.

Dul: Eu posso ir conhecer?

Ucker: Óbvio. Senti falta dos seus palpites sobre a decoração das salas.

Dul: Não me importo de fazer isso agora.

Ucker: Por favor. Vai ser ótimo ter suas ideias lá.

XXX

Naquele dia logo após terem acordado no início da tarde com Luna os chamando, haviam brincado e assistido a filmes com ela e Christopher não poderia estar se sentindo melhor por ver a filha tão feliz depois de tantos meses deprimida.

No final da tarde daquele dia, sentado no gramado enquanto observava Dulce e Luna desenharem na parede da casinha de bonecas, Christopher sorria e discretamente tirava fotos daquele momento das duas. Não poderia estar mais feliz com os últimos dias que estavam vivendo e queria ter recordações daqueles momentos juntos.

Observando Dulce desenhar um coração na madeira da casinha enquanto Luna desenhava outros ao lado, deixou-se admirar a esposa. Há muito tempo não a via pintar nada e sabia que aquele era um dos hobbies favoritos dela e que provavelmente havia se perdido quando as brigas haviam começado, assim como o brilho nos olhos e o sorriso que sempre tanto amara nela.

Luna: Mamãe, você pode desenhar um dinossauro?

Dul: Um dinossauro? Você gosta de dinossauros?

Luna: Eles são legais e bonitinhos... Nós podemos comprar um ursinho de dinossauro? Eu não tenho nenhum ainda.

Dul: Nós podemos. (assentiu sorrindo) A mamãe vai procurar um dinossauro pra você, ok? Mas enquanto não temos eles aqui, eu vou fazer o desenho pra você.

Dulce deixou o pincel que tinha em mãos em um pote ao lado e enquanto pegava o pincel com tinta verde que a filha lhe havia estendido, não conteve um sorriso ao sentir o marido sentar atrás de si e a abraçar pela cintura. Era um costume que ele sempre tivera quando ela estava pintando algo e pelo que percebia, aquilo jamais mudaria.


...

Mas olha só as coisas começando a caminhar entre eles.😏

Tu Amor - VondyOnde histórias criam vida. Descubra agora