Capítulo 44

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ATENÇÃO!!! 

ESTE CAPÍTULO PODE CAUSAR GATILHO EM PESSOAS MAIS SENSÍVEIS!!

NÃO CONTÉM CENAS DE VIOLÊNCIA, USO DE DROGAS ILEGAIS, MUTILAÇÃO OU COISAS DO TIPO, PORÉM CONTÉM MOMENTOS MAIS DEPRESSIVOS DE UMA DAS PERSONAGENS PRINCIPAIS!

SE ESTIVER TENDO UM DIA RUIM OU SE NÃO SE SENTIR CONFORTÁVEL, NÃO LEIA!

...

Tocando a campainha do quarto de Dulce no início da manhã seguinte, Christopher colocou as mãos no bolso da calça enquanto esperava ela abrir a porta. Havia passado mais uma noite acordado chorando pelo filho que perdera e ansiava por ver a esposa e estar nos braços dela.

Estranhando a demora para ela abrir, apertou novamente a campainha e logo escutou Dulce resmungar algo e instintivamente levou a mão ao bolso de seu paletó onde sabia que estava o cartão-chave da porta do quarto que havia pego sem ela ver na noite em que ela lhe contara sobre a depressão, pois apesar de ela ter demonstrado estar bem ao longo das últimas semanas, não tinha certeza do estado de saúde mental dela e decidira pegar caso precisasse em uma emergência e esperava não ter que usá-lo.

Segurando o cartão na mão e sentindo seu coração começar a acelerar, bateu na madeira, levando o ouvido mais próximo da porta para que pudesse escutar melhor dessa vez.

Dul: Vai embora.

Ucker: Amor, abre aqui, por favor. Deixa só eu ver se você está bem e depois eu vou embora. Só deixa eu te dar um beijo e um abraço.

Vendo a porta ser aberta segundos mais tarde, Christopher a olhou com cuidado, contendo a vontade de chorar ao vê-la com olheiras, com os olhos vermelhos pelo choro, completamente descabelada e abraçada a um pequeno pedaço de tecido. Nunca a vira daquela forma e seu coração doía por vê-la tão fragilizada.

Dul: O que quer?

Ucker: Posso entrar?

Vendo-a assentir lentamente, entrou no quarto e assim que fechou a porta, a puxou para um abraço que não fora correspondido visto que ela continuara com o tecido abraçado contra o peito.

Ucker: Você dormiu essa noite?

Dul: Não. Eu ia tentar fazer isso agora. Avisa ao Brandon que eu não vou hoje, tá? E que se ele quiser me demitir, que demita. Eu não me importo.

Ucker: Você já tomou os seus medicamentos? (perguntou com a voz embargada e a viu negar com a cabeça)

Controlando a vontade de chorar por vê-la naquele estado, a pegou no colo e a levou até a cama, deitando-a ali antes de ir até o frigobar para pegar uma garrafa de água.

Ucker: Aonde estão os seus medicamentos?

Dulce hesitou por um momento e Christopher arqueou as sobrancelhas, vendo-a suspirar e desviar o olhar.

Dul: São as 3 embalagens brancas no banheiro. Tomo 2 comprimidos de cada e 1 comprimido da embalagem de tampa verde.

Christopher rapidamente procurara pelas embalagens e assim que sentou na ponta da cama ao lado dela, lhe entregou um comprimido por vez, observando-a com atenção enquanto ela engolia.

Engolindo em seco ao dar-se conta de que ela abraçava uma roupinha de bebê, desviou seu olhar numa tentativa inútil de evitar pensar sobre aquilo.

Lhe machucava a ideia de que sua descoberta do fim de semana tivesse desencadeado aquela crise nela e no fundo culpava-se por tê-la pressionado a contar algo tão difícil.

Deixando as embalagens no móvel ao lado da cama, alcançou uma outra embalagem que estava ao lado do controle remoto da televisão.

Ucker: O que é esse aqui? Por que está sem rótulo?

Dul: É pra dor muscular. Quebrei parte da embalagem original e o coloquei nessa embalagem vazia. Tem marcado a caneta o nome em baixo. Tirei o rótulo apenas para não confundir.

Ucker: Está com dor?

Dul: Não. Deixei aí do lado há alguns dias. Não tomei nenhum e nenhum outro medicamento. (garantiu) E desculpa, Chris, mas eu realmente quero ficar sozinha hoje.

Ucker: Tudo bem. Promete me ligar se precisar?

Dul: Prometo. Eu vou dormir um pouco então não se preocupe se eu não atender o celular.

Ucker: Eu vou voltar à tarde, ok?

Dul: Só não venha com a Luna. Eu não quero que ela me veja assim.

Ucker: Não se preocupe. Eu vou mexer no seu celular pra pegar o telefone do Brandon e vou embora. Não esquece que eu te amo, tá?

Dul: Eu também te amo, Chris.

Ucker: Fica bem, amor.

Christopher lhe deu um beijo na testa e assim que pegara o telefone de Brandon, saiu do quarto, tentando ao máximo controlar as lágrimas enquanto sentava-se no chão do corredor e passava as mãos pelo rosto numa tentativa inútil de controlar o nervosismo.

Mal conseguira assimilar sobre a depressão da esposa e definitivamente não estava preparado para lidar com uma crise tendo que lidar também com a notícia do filho que perdera, mas teria que ser forte por ela, estando ali para lhe dar apoio e segurá-la toda vez que fosse necessário.

XXX

Christopher passara toda a manhã sentado junto a porta do quarto da esposa e nem sequer pensara em sair dali. Tinha medo que algo acontecesse e não chegasse a tempo para ajuda-la e estava atento a qualquer mínimo barulho que escutava.

Havia conversado rapidamente com Brandon, informando-o que Dulce não estava se sentindo bem e que não poderia trabalhar naquele dia e também havia ligado para Alexandra, pedindo para que ela ficasse na cidade por mais um dia para que o ajudasse a cuidar de Luna.

No início da tarde, sem conseguir mais aguentar ficar sem ver a esposa, usou o cartão-chave que tinha e entrou no quarto escuro.

Ligando um dos abajures da sala para iluminar um pouco o ambiente, foi até a cama onde a esposa estava adormecida e deitou-se ao lado dela, beijando-lhe a testa e lhe acariciando delicadamente o rosto.

Ucker: Vai passar. Tudo ficará bem, meu amor. Tenho certeza que iremos superar isso juntos.


...

E a crise veio aí 😬

Infelizmente não tinha como isso não acontecer. Foi muito tempo suportando tudo sozinha e agora ter essa ferida cutucada por tantas vezes nos últimos dias só colaborou para uma crise 😓

Tu Amor - VondyOnde histórias criam vida. Descubra agora