10° CAPÍTULO

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Pronta para o meu segundo dia de trabalho, acordei cedo e logo fui realizar minhas higienes matinais. Depois, devidamente preparada e arrumada, saí do quarto e fui até a cozinha. Tia Carla já me esperava, com duas xícaras de café nas mãos. Ela sempre pensa em mim.
Aproximei-me da mais velha, e ela me ofereceu uma das xícaras com o líquido preto. Sentamo-nos nas cadeiras próximas para tomar o café sem muita pressa. Afinal, ainda tínhamos algum tempo até o nosso horário.

Carla: — Animada para o segundo dia de trabalho?
Theo: — Muito, tia. Estou gostando bastante de lá — respondi, sorrindo animada, o que fez a mais velha sorrir de volta.

Conversamos mais um pouco enquanto terminávamos o café, e logo fomos pegar nossas bolsas para ir trabalhar. Como ainda tínhamos tempo, éramos as únicas no ponto de ônibus. Normalmente, aquele local ficava cheio. Esperamos o ônibus por alguns minutos até que ele chegou. Deixei tia Carla ir na frente e segui logo atrás. O veículo estava praticamente vazio.
O restante do caminho foi tranquilo, eu sentada ao lado de tia Carla, aproveitando para conversar mais um pouco. Sempre que havia oportunidade, era uma nova chance de fofocar com ela. Eu simplesmente amo o quanto nos damos bem.
Longos minutos depois, finalmente chegamos e já estávamos subindo no elevador da empresa em que trabalhávamos. Não foi difícil perceber que éramos umas das primeiras a chegar. O elevador parou no andar desejado, e cada uma seguiu seu caminho.
Mas claro, não antes de tia Carla me dar um beijo na testa e me desejar um bom dia de trabalho. Agradeci e desejei o mesmo para ela. Segui, então, em direção à minha mesa para organizar minhas coisas e deixá-la mais arrumada.
Não demorou muito para que tudo estivesse em ordem. Agora era só esperar o expediente começar, o que não levou muito tempo. Mais e mais funcionários começaram a sair do elevador. Dentre eles, claro, o diretor de tudo aquilo: Fred Wilson.

Fred: — Bom dia, Theodora — falou sério, parando ao lado da minha mesa.
Theo: — Bom dia, senhor Fred! — respondi, abrindo um sorriso simpático. — Em que posso aju-...
Fred: — Aqueles contratos que mencionei ontem... Quero-os prontos, impressos e grampeados na minha mesa — interrompeu, sem me deixar terminar.
Theo: — C-Claro, farei is-...
Fred: — Você tem sessenta segundos, ou terei que reconsiderar seu tempo conosco — disse, olhando-me com firmeza. — Aguardarei em minha sala. Não me faça me arrepender de sua contratação, Theodora — finalizou, virando as costas.

Um minuto? Para finalizar, imprimir e grampear todos aqueles contratos? Ele acha que sou o quê? Alguma super-heroína com o poder de realizar tarefas na velocidade da luz? Ou que tenho algum dom genético que me dá essa habilidade? Bom... Errado ele não está. Eu já tinha pronto o que ele pediu. Foi uma das primeiras coisas que fiz ao chegar. Chegar cedo tem suas vantagens. Eu sabia que ele iria me testar, mas, desta vez, estava um passo à frente.
Quanto ao comportamento dele... Cortou-me duas vezes, mesmo eu tentando ser simpática. Tentei não levar para o lado pessoal, embora tenha ficado um pouco chateada.

Carla: — Não deixe que ele te abata, filha — disse a mais velha, aproximando-se de minha mesa e colocando a mão em meu ombro.
Theo: — Ele é sempre assim, não é, tia?
Carla: — Pior, infelizmente...

Ela afagou meus cabelos loiros e se afastou para continuar a limpeza. Eu, rapidamente, abri uma gaveta da minha mesa e tirei os papéis. Olhei no relógio: trinta segundos haviam se passado. Levantei-me com a papelada e segui até a sala de Fred. Ao chegar, bati na porta e ouvi-o pedir que entrasse. Antes de entrar, olhei novamente o relógio: menos de um minuto.
O CEO, sentado em sua cadeira no fundo da sala, me olhou de cima a baixo e sinalizou para que eu colocasse os contratos sobre sua mesa. No entanto, enquanto eu andava até ele, senti seu olhar estranho sobre mim. Tentei não pensar muito nisso.

Theo: — Aqui está, conforme solicitado, em menos de um minuto — disse, colocando os papéis na mesa.
Fred: — Hum... Além de ser, aparentemente, muito competente... — ele pausou, esboçando um sorriso malicioso, e continuou: — ...é também uma mulher muito bonita, Theodora.
Theo: — E-Eu... Agradeço o elogio — respondi, completamente sem jeito, sem esperar que ele dissesse aquilo.
Fred: — De nada... Pode ir agora, e fique atenta a qualquer chamado meu.

Casei Com O Meu Cunhado (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora