Na sexta-feira, Fred foi até a minha mesa e afirmou que iríamos participar de uma viagem com os demais empresários. Falou que era para eu estar preparada, pois seguiríamos viagem em breve, exatamente na segunda-feira. Não demoraríamos para retornar; voltaríamos no outro dia, pela manhã.
O dia foi bem corrido. Trabalhei a tarde toda sem parar, nem vi o sol se pôr através da janela enorme, pela qual era possível observar a luz solar invadindo todo o espaço, proporcionando uma sensação enorme de paz.
Fred: — O que você ainda faz aqui? São seis e meia da tarde, seu expediente já acabou! — disse Fred, saindo de sua sala com a pasta na mão.
Theo: — Meu Deus! — Tomei um leve susto. — Estava tão focada aqui que nem vi a hora passar.
Fred: — Você aceita uma carona até em casa? — perguntou ele.
Theo: — N-não! Não se incomode, eu pego um ônibus! — respondi, terminando de organizar os papéis sobre a mesa.
Fred: — Imagina! — ele insistiu. — Vamos, eu te levo! Não quero nenhuma funcionária minha andando por aí sozinha, principalmente à noite! — Soltou uma risada. Acho que foi a primeira vez que o vi rir; até fiquei sem graça.
Theo: — Está bem! Vou aceitar sua carona! — Peguei minha bolsa preta e o acompanhei até o elevador, que já estava no andar em que estávamos. Entramos e ele apertou o botão do elevador, nos levando para baixo.
No carro.
Fred: — Você é comprometida? — indagou, concentrado na direção.
Theo: — Não! — respondi, tirando o foco do meu celular.
Fred: — Sério? Tão linda desse jeito, e sozinha?
Theo: — Obrigada! — agradeci, meio fria, para não prolongar a conversa.
Ele me deixou na porta de casa, balançando a cabeça, enquanto eu acenava. Caminhei até o portão...
Logo, avistei minha mãe, que vinha da direção oposta naquela rua, como se estivesse voltando de um compromisso em algum outro lugar.
Miranda: — Oi, filha! Quem é esse que deixou você aqui? — perguntou enquanto se abaixava, tentando ver o motorista pelo vidro do carro.
Theo: — É só o meu patrão — respondi, enquanto colocava a chave na fechadura. Enquanto isso, Fred deu a volta com o carro para sair daquela rua apertada. Minha mãe fez questão de esperar ele passar mais uma vez.
Miranda: — Nossa! Não sabia que ele tinha tantas condições assim, e parece ter a sua idade. Será que ele é solteiro? — perguntou, caminhando até a beira da pista.
Theo: — Mãe, por favor! Não faça isso! — Revirei os olhos, seguindo-a.
Ele parou o carro ao lado da minha mãe quando a percebeu parada na beira da estrada, enquanto ela o encarava.
Fred: — Olá! Boa noite! É sua mãe, Theo? — perguntou olhando para as mulheres do lado de fora do carro, pela janela do veículo. Ele sorriu e olhou para mim.
Theo: — É sim! — respondi séria, tentando sorrir.
Fred: — Você tem os olhos dela. Prazer, senhora, sou o Fred! — Ele tirou a mão do volante e a esticou pela janela para cumprimentar minha mãe.
Miranda: — Sou Miranda! Foi um imenso prazer conhecê-lo! — Ela estendeu a mão de volta, efetuando um aperto de mão bem sorridente.
Ele ligou o motor do carro e acenou antes de pisar no acelerador para ir embora.
Fui rápido para evitar os comentários de Miranda.
Miranda: — Theo, minha filha! O que está esperando para namorar com ele? É uma grande oportunidade! Ele é jovem e rico!
Theo: — Mãe, por favor! — continuei, ainda sem olhar para trás.
Miranda: — Ele tem tudo que precisamos! Ele pode ajudar você a realizar seus sonhos!
Theo: — Eu não vou dar golpe em ninguém, se você quer saber. Eu consigo conquistar meus objetivos sozinha e com o meu próprio esforço, como eu sempre fiz!
Miranda: — Você tem que se casar com alguém rico, para não acabar...
Theo: — Para não acabar o quê...? Igual a você? Sozinha, sem emprego e que só pensa em dinheiro? Talvez tenha sido por isso que o papai nos deixou! — gritei com a voz alterada, virando-me para ela.
Recebi um tapa no rosto, e uma lágrima caiu...
Entrei correndo em casa, indo diretamente para o meu quarto, nem vi se tinha alguém na sala. Assim que entrei no meu “refúgio”, bati a porta, tranquei e encostei as costas na porta, enquanto lentamente me ajoelhava até o chão, em meio às incessantes lágrimas escorrendo de meus olhos.
Em alguns minutos, levantei e tomei um belo banho para depois me deitar em minha aconchegante cama. Assim que me deitei, recebi uma ligação de um número desconhecido, tirando-me de meus pensamentos avulsos.
Theo: — Alô! Quem é?
Karlos: — Olá, maluquinha!
Theo: — Ah! É você! — Levantei-me da cama.
Karlos: — Que voz é essa? Não está feliz com a minha ligação?
Theo: — N-não! Não é nada disso, está tudo bem. Pois diga, o que deseja, Sr. Karlos? O que te fez me ligar a essa hora? Aliás, como conseguiu meu número, pervertido? — questionei, rindo.
Karlos: — Não posso dizer, é segredo.
Theo: — Segredo, né? Está bem! — falei sorrindo, enquanto mordiscava meus lábios.
Karlos: — Deseja sair comigo hoje? Te levarei para ver as luzes!
Theo: — Sério? Isso é oficialmente... um encontro!? — indaguei, rindo alegre.
Karlos: — Ué, por que não?
Theo: — Ok, preciso de uns 30 minutos. Você me pega aqui em casa?
Karlos: — Isso. Então, combinado. Até logo mais, gatinha! — Ele desligou, e eu continuei rindo abobalhada.
Coloquei um macacão jeans jardineira, que era bem a minha cara, deixei meus cabelos soltos e, na maquiagem, apenas rímel e um batom rosado básico, finalizando com um perfume de rosas. Depois, fiquei esperando por ele na sala de casa. Demorou uns minutos para as meninas chegarem.
Soll: — Nossa! Vai aonde assim, toda produzida? — perguntou impressionada.
Thame: — Uau! Parece até que vai a um encontro! — falou, debochada, com um pingo de inveja se a amiga de fato estivesse indo a um encontro.
Theo: — “Hahaha”, engraçadinhas! Não sabem nem fingir. Eu sei que vocês estão envolvidas nisso até os dentes — pronunciei, fitando-as meio ressabiada.
De repente, escutei uma buzina lá fora.
Theo: — É ele, tchau! — Levantei-me do sofá da sala, colocando meu celular na minha minúscula bolsa que estava pendurada pelo ombro.
Soll: — Aê! Vai dar uns pegas no gostosão do Karlos! — disse, testando minha paciência; irritada, tentei dar uns tapas nas costas dela, mas ela se afastou rindo.
Ele saiu do carro, como um completo cavalheiro, e abriu a porta de seu jipe.
Karlos: — Como conseguiu ficar ainda mais linda? — perguntou, sorrindo e apoiando o antebraço na porta do carro.
Theo: — Para de ser exagerado! — Sem graça, ajeitei meus cabelos.
Karlos: — Ainda mais linda assim, toda tímida — ele fez uma voz fofa, enquanto apertava minha bochecha.
Theo: — Para com isso! — Dei um tapa leve na mão dele, que logo saiu do meu rosto.
Abri um sorriso enquanto ele deu a volta para entrar no assento do motorista. Eu entrei no carro. Não demorou para seguirmos nosso caminho.
Depois de longos minutos, enfim, chegamos ao nosso objetivo. Estacionamos em frente à torre Eiffel.
Theo: — Não íamos ver as luzes? — perguntei, franzindo o cenho.
Karlos: — Mas vamos. — Ele saiu do carro entusiasmado, deu a volta para abrir a porta de carona. Pegou em minha mão, me puxando para fora do carro.
Theo: — Aonde vamos? O que você está fazendo? — Tento acompanhar seus passos, mas não consigo correr igual a ele.
Karlos: — Shhh! Silêncio! — Ele parou e virou de frente para mim, enquanto colocou o dedo na minha boca, sinalizando para que eu ficasse quieta.
Ele olhou para os quatro lados, depois voltou a me puxar, fazendo-me correr outra vez. Por fim, entramos em um portão que estava semiaberto.
Theo: — Espera! Isso parece errado! — Puxei o braço dele, relutante.
Karlos: — Vem logo! — Ele puxou mais forte, me trazendo para perto dele.
Subimos as escadarias do local, correndo e rindo, de mãos dadas. Chegamos a um limite de altura.
Karlos: — Aqui está bom, vem! — exclamou, enquanto me ajudava a terminar de subir.
Theo: — Nossa! Que lindo! Tudo parece tão minúsculo daqui de cima.
Karlos: — Olha para baixo!
Theo: — O quê? Não, eu tenho medo!
Karlos: — Pois não tenha, só... olha. — Segurou minha cintura, dando um baita susto e empurrando devagar meu corpo, como se fosse me jogar lá de cima, mas obviamente me segurando com bastante força.
Theo: — Ai, Jesus! Que susto! Você quer me matar? Ai, meu coração! — gritei, com a respiração apertada, apoiando a mão no peito, enquanto fechava os olhos. Ele riu de minha cara, sem perceber que eu estava falando sério.
Karlos: — Ai meu Deus, Theo! Tá tudo bem? Desculpa se te assustei de verdade. — Pegou-me delicadamente pela cintura, enquanto eu tentava recuperar o fôlego do susto.
Theo: — Está tudo bem... Só preciso... respirar! — Ainda com a mão no peito, respirei e inspirei lentamente.
Karlos: — Você tem problema respiratório? — indagou, preocupado.
Theo: — Não! Quer dizer... não sei.
Karlos: — Vem cá! Segura em mim. — Ele me abraçou e apoiou minha cabeça sobre seu peito. Logo começou a fazer carinho em meu pescoço, o que foi me deixando um tanto... arrepiada.
Theo: — Desculpa se eu... estraguei o momento. — Levantei um pouco a cabeça para poder encarar seus olhos castanhos, iniciando aquele contato visual.
Karlos: — Deixe de bobeira, você não estragou nada — finalizou, acariciando minha bochecha.
Não demorou mais que uns segundos para que a química só aumentasse, para que, enfim, nossos lábios iniciassem aquele encontro. Em um beijo quente e gostoso.
O beijo durou alguns minutos, sendo finalizado com pequenas mordidas no lábio. Assim, voltamos com aquele abraço quente e reconfortante. Agarradinhos e abraçados, novos sentimentos foram surgindo em meu peito; eu senti.
Guarda: — Tem alguém aí? — O guarda subia as escadas exclamando, com uma lanterna em mãos para iluminar aquele local com pouca luz.
Karlos: — Droga! Vem, corre! — Ele me puxou e corremos para o outro lado, parando em um cantinho estreito e apertado, para nos escondermos do guarda.
Outro contato visual se fez entre a gente, principalmente pelo fato de nossos corpos estarem bem próximos um do outro. Sorrisos se fizeram presentes em nossos rostos, e ele me beijou novamente. Por instantes, esqueci que poderíamos estar em uma fria ali, por conta do guarda. Mas, felizmente, o guarda seguiu para o outro lado.
Aproveitamos a chance e descemos as escadas muito rápido, tipo o super-herói Flash.
Theo: — Deus! Achei que ia morrer hoje! — exclamei ao parar de tanto correr. Apoiei as mãos nos joelhos, ofegante.
Karlos: — Vem, antes que ele desça as escadas! Vamos ver as luzes mais lindas que existem!
Theo: — E existe uma mais linda que essa? — Segurando em minhas mãos, voltamos até o jipe.
O carro andou para um local próximo, estacionando em meio às árvores, perto de um lago.
Karlos: — Você consegue subir? — Apontou para o teto do jipe.
Theo: — Você tá querendo que eu morra ainda hoje, né? — Brinquei, olhando para cima.
Karlos: — Claro que não! Vem, eu te ajudo. — Subimos no teto do jipe e nos deitamos.
A constelação estava linda; realmente, ele tinha razão. Não notei que ele se referia às maravilhas da natureza. Certeza que é a arte mais linda que existe em todo o mundo. Ele segurou minha mão... E, juntos, ficamos olhando para cada estrela cadente que passava.
Ele me beijou... uma, duas, três, quatro vezes...
... Minha boca... já está viciada na sua.
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Casei Com O Meu Cunhado (EM REVISÃO)
RomanceTheodora Thelles é uma jovem de família humilde. Depois que ela, sua irmã e sua mãe se mudaram para Paris, a vida se complicou para Theo. Ela se apaixona por um dos irmãos Willson. Obrigada a casar pela sua mãe, para salvar o nome da família, deixan...