Slip Away

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TW: Sangue; Violência; Convulsão;

E então a noite se estendeu daquela forma, entre sorrisos e conversas alegres, até que eles nem perceberam que já começava a amanhecer.

"Olhem isso!" Jennette apontou o brilho incandescente do sol que ia subindo pelos castelos negros do Império de Sycansia.

"O sol nasce sobre cada Império nas estações. Primavera sobre Obelia. Verão sobre Huale. Outono Arlanta. E inverno sobre Sycansia." Lucas explicou a eles. "É como se fosse para informar que existe apenas essa estação nesses impérios."

"Sério?!" Cabel, Ijekiel e Jennette exclamaram em coro.

"Então por isso o clima em Obelia é sempre ameno, e as flores estão sempre belas?" Athanasia perguntou sorridente, e Lucas assentiu.

"Por isso Arlanta não tem muitas flores." Cabel murmurou pensativo.

"Huale é magnífica! Imaginem poder nadar nos lagos durante à noite no nosso verão eterno! É tão bom!" Flora exclamou maravilhada só de lembrar daquele clima calorento.

"Sem contar que podemos andar como quisermos em Huale. Odeio roupas." Tiger bocejou preguiçosamente.

"Sim, eu concordo. Detesto esse frio e locais sem árvores." Eris completou os comentários dos outros Hualanos.

"O engraçado é pensar em Sycansia fazendo frio, se ela flutua sob um mar de lava." Ijekiel chamou a atenção de todos.

"É verdade..." Athanasia murmurou pensativa. "Por que eles são tão hostis, ein? Eu queria saber como é alguém do povo deles."

Quando Eris iria responder, uma pequena borboleta pousou em sua mão. A pequenina esbanjava em suas asas uma tonalidade incomum de cores, como um arco-íris lindo de se visualizar, quanto mais observava. A Princesa Hualana levantou a mão em que o pequeno inseto pousava, e logo então às lágrimas queimaram por detrás de seus olhos.

Eris já sabia o que era.

"Bom dia, lindinhas!" Cabel cumprimentou encantado quando as fadinhas voaram do campo dourado, esbanjando beleza em suas danças que elas faziam ao redor do corpo de todos.

Foi como um pequeno ritual, para que aos poucos, com seus pozinhos brilhantes e encantados, acabassem formando a bela silhueta de um rapaz de cabelos azuis.

Para os estrangeiros, pareciam estar diante de um ser divino perfeito, alguém que eles nunca pensaram em encontrar algum dia em suas vidas. O olhar que ele entregava a cada um, reluzia intensamente em várias tonalidades semelhantes a um arco-íris ao nascer do sol. E não só aquilo, como também as asas de borboleta que se abriram atrás dele, revelando que a beleza de várias cores não estava só em seus olhos, como também naquele par de asas.

"...Oberon." Eris foi a primeira a sussurrar o nome do Rei das Fadas, aproximando-se lentamente para agarrar os braços dele e puxá-lo para um abraço desesperado. "Obe!"

"Está tudo bem, garotinha." Oberon afagou os cabelos da Princesa Hualana quando ela começou a chorar alto. Ele sabia o motivo para ela agir daquela forma e, se ele não fosse o Rei das Fadas, aquele que preza a proteção de todos os corpos divinos, também estaria da mesma forma.

Até porque, expor sua dor e fraqueza, é o mesmo que mostrar seu coração frágil para seu pior inimigo. E sentir e demonstrar a dor pela ausência daquele que mais se importava, enfraqueceria o manto que Oberon colocara nas colinas que rondam os três Impérios, já que Sycansia nem mesmo poderia ser considerado um.

Oberon era alguém com tamanha responsabilidade nas costas, que não poderia disponibilizar seu tempo para sofrer pela perda de alguém, como Eris fazia agora.

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