Oberon olhava para o céu estrelado em suas colinas, e suspirava a cada dez segundos que se passava. Ele estava triste e entediado. As estrelas nem mesmo pareciam fazer companhia para sua solitária existência agora. Nada mais era capaz.
Nada mais, além de uma única pessoa.
"Eu sinto sua falta." Oberon sussurrou aquelas palavras melancólicas, assim como havia feito com as várias outras milhares de vezes. Poderiam ser equivalentes as constelações no céu, e não estava de brincadeira.
Você realmente preza este príncipe.
A voz de Phantom ecoou na mente de Oberon, que o ignorou como se realmente não estivesse ali.
É rude ignorar os outros.
"Vá embora. Seu lugar é ao lado do seu dono." O Rei murmurou incomodado, resmungando quando o vento jogou algumas mechas de seu cabelo azulado em frente ao seu rosto.
Você é o meu criador. Não é justo que eu fique aqui também?
"Eu não sou seu criador." Oberon olhou para os lados assim que foi capaz de sentir a presença daquele que à contragosto lhe fazia companhia. A brisa aos poucos trouxe consigo uma poeira dourada, lentamente formando a silhueta da alma do animal sagrado. "Eles foram visitar Sycansia, acredito que você deveria protegê-los."
"Eles são fortes o suficiente para lutarem sem mim. Entretanto, não será necessário." A frase do felino chamou ainda mais a atenção de Oberon, que acabou sorrindo de forma sarcástica e debochada.
"Então você sabe."
"Não sou tão idiota quanto pensa."
"Você tem minha magia, é óbvio que saberia."
"Você é tão covarde por não salvar o que mais deseja." Phantom rosnou baixinho, sua forma astral se movendo contra o ar desconfortavelmente, até se aproximar o suficiente para que o Rei pudesse ver os olhos sem pupilas e preenchido por uma luz dourada, completamente fixados em si. "O que tanto lhe impede?"
O Rei sabia muito bem de quem Phantom falava.
"O destino me impede." Foi tudo que Oberon foi capaz de responder. E se limitou a esboçar um falso sorriso, respirando fundo antes de tornar a olhar para o céu estrelado, em busca mais uma vez de consolo.
Ele não sabia mais o que fazer.
Como Glorian havia se tornado uma presença tão insistente em sua vida? Não, melhor seria dizer em seu confuso coração. Nada era pior do que sentir uma falta de ar imensa, o aperto no peito e a quentura em ambas bochechas, só de simplesmente imaginar que logo no dia seguinte alguém de extrema importância e que havia marcado sua existência, voltaria para vê-lo.
Céus... E como aquele maldito Príncipe Hualano era importante para Oberon...
Oberon esperou todos os dias, até se dar conta do que realmente sentia. E não havia descoberto sozinho. Não, não... O pior de tudo foi compreender um assunto de tamanha importância, que havia lhe deixado confuso alguns tempos antes de alcançar a verdadeira resposta, com um simples espírito ambulante.
Flashback on
"Você consegue sentir, criança?" Oberon aproveitava a brisa das colinas para planar da mesma forma que as fadinhas de seu reino faziam, apenas aproveitando o tédio para relaxar dos afazeres reais, quando a voz suave e reconfortante da moça ecoou em seus ouvidos, fazendo-o olhar lá de cima em direção ao gramado dourado.
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Find You
Romance"De olhos fechados, o que consegue ver, Athy? (...) Se for a escuridão, saiba que essa é a minha vida sem você. E a beleza que vê agora... (...) É como está começando a ser minha vida ao seu lado." "Está vendo as estrelas, Lucas? (...)Quando olhar o...