A STORM IS COMING

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Como aquela desculpinha havia dado certo? Cabel não tinha a mínima ideia. Talvez eles simplesmente não se deram conta de como queria correr para um canto e desabar de tanto chorar.

Fazia um bom tempo que o Príncipe de Arlanta não ouvia alguém decepcionado consigo, decepcionado do mesmo jeito que seu pai um dia esteve. E saber que a pessoa que estava desse jeito era seu mestre e melhor amigo, doía ainda mais. Seu peito ardia e ele sabia que estava sofrendo com o seu problema mais uma vez há muito tempo. Sua falta de ar, de fazê-lo se apoiar nas paredes também era outro fator.

Cabel não sabia o que fazer. Ele precisava de alguém, precisava de ajuda, de consolo.

Apenas alguém...

Mais uma vez, agora em pensamentos, Cabel clamava para que Phantom aparecesse e lhe apoiasse como sempre fazia, e novamente suas súplicas não eram ouvidas. Isso só fazia o Príncipe chorar ainda mais em desespero, agora pelo sentimento de abandono.

Em meio aos infindáveis minutos depressivos desse sentimento angustiante que o fazia esgueirar-se em meio aos jardins que finalmente encontrou, sim, alguém. Sua visão turva pelas lágrimas que caíam como cascatas de seus olhos não eram capazes de identificar quem, mas a pessoa parecia tê-lo percebido e gritado o seu nome, o que era o suficiente para reconhecer.

Ah, sim... Cabel precisava exatamente dele.

Ijekiel.

Quão conveniente, não é mesmo?

"Cabel, por que você está assim?" A voz preocupada e confortante do albino era tudo que o Príncipe precisava. Seus braços fortes o acolhendo, o carinho em sua cabeleira acastanhada crescida, a respiração calma em contraste com a sua que ainda era entrecortada pelo choro sem fim. Sim, era disso que o Ernest precisava. "Venha, sente-se aqui comigo." O Alpheus o guiou a passos lentos para o banco. Tão logo ambos estavam sentados, ainda abraçados.

Ijekiel esperava o tempo que fosse necessário para que Cabel tivesse a coragem de falar o que havia acontecido para que chegasse neste estado, não forçando ter respostas em nenhum momento.

O Arlantino parava de chorar aos poucos. Mas logo quando sua mente era levada para algum pensamento autodepreciativo, tornava a chorar novamente. O carinho que o albino fazia nas madeixas acastanhadas e frases carinhosas eram proferidas ao pé do ouvido.

"Tudo ficará bem, meu amor. Você é forte."

E quando finalmente Cabel parecia se acalmar, Ijekiel o puxou para seu colo, ainda abraçando e agora ninando.

"Eu não sou uma criança." Cabel informou o óbvio para Ijekiel da forma que podia, pois estava com o nariz tão entupido que chegava a falar certas palavras de forma engraçada.

"Juro para você que se não tivesse me dito, eu realmente iria confundi-lo com uma." O Alpheus brincou, dando uma risadinha quando o Ernest lhe apertou no abraço. "Estou brincando. Eu te amo."

"...Eu amo você." O moreno sussurrou baixinho e tímido. "Desculpe-me por essa situação toda."

"Você não fez nada. Estou aqui para ajudá-lo, esqueceu? Antes de ser seu namorado, eu sou seu amigo." Ijekiel se afastou do abraço o suficiente para poder encarar o rosto inchado de Cabel próximo ao seu. Um sorriso apaixonado cresceu nos lábios do albino e ele selou seus lábios aos do mais novo rapidamente. "Eu sempre estarei aqui para consolá-lo. E eu esperarei todo tempo do mundo para que você possa falar o motivo de ter chego assim."

Cabel encarou os olhos âmbar e suspirou, acenando positivo com a cabeça. "Nós fomos... verificar o que tinha no Palácio Rubi, e descobrimos que uma fenda estava se abrindo no antigo quarto de Athanasia. Lucas disse que foi lá naquele lugar, de onde ele veio, que fez o uso de magia negra para salvar Athanasia da morte... Você lembra do que tinha visto dentro da cabeça dele, certo?" Ijekiel fez um gesto de concordância, e murmurou um continue para o moreno dar sequência. "Então, Lucas colapsou e eu tentei pedir ajuda de Phantom, mas ele não apareceu para mim. Eu o sinto, mas ele não dá sinais... Não sei se eu o decepcionei assim como a Lucas."

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