Adeus Manchester

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Aeroporto de Manchester

   Acabamos de chegar ao aeroporto, ainda falta uma hora para o nosso embarque, então resolvemos sentar em uma das mesas do café pra esperar, Emma foi pegar uma água, pra não corrermos o risco de ser "despejadas" da mesa, por não consumir nada. Eu estou com uma mistura de medo e ansiedade.

— Ainda não acredito que você realmente me convenceu a isso. - Emma disse, colocou as duas garrafas sobre a mesa e se sentou. — Você e a Sabrina se deram tão bem durante o jantar, por que você não desiste dessa loucura e tenta dar uma chance pra ela?

— Eu também gostei dela... mas essa outra garota não sai da minha cabeça, eu preciso e quero conhecê-la.

— Você sabe que não tem a menor chance dela ser a Alice, não é? - Perguntou séria, pegando minha mão por cima da mesa.

— É... hã... claro que eu sei Emma. - Falei desviando o olhar e puxando minha mão.

— Acho bom que você saiba mesmo Lauren, eu vi a Alice morta e você também viu, não quero que você crie esperanças em algo que não é real.

— Mas ela se parece tanto com ela. - Falei olhando pra ela novamente.

— Lauren, já faz mais de 200 anos desde a morte dela, nós não temos nenhuma fotografia, a única imagem que temos estão aqui. - Falou apontando em direção a cabeça. — E a sua cabeça pode está criando ilusões a respeito dessa garota, ela não se parece tanto com a Alice, ela tem traços que lembra ela e é só isso.

  Antes que eu pudesse responder, uma voz mecanizada ecoou pelo saguão do aeroporto anunciando o início do check-in do nosso voo. Agradeci mentalmente.

*****

— Então, qual é o plano? - Emma quebrou o silêncio enquanto nos acomodávamos nas poltronas do avião.

— Como assim plano? Não pensei que fossemos precisar de um. - Respondi travando os cintos. Não importa quantas vezes eu ande nessa coisa, nunca vou me acostumar.

— Não sei porquê eu perguntei, mesmo sabendo que você nunca pensa em nada. - Revirou os olhos.

— Eu descobri a agência que ela é contratada, acho que é o suficiente. - Dei de ombros.

— Oh sim, claro, até porque você vai conseguir falar com uma modelo super famosa assim com bastante facilidade. - Olhou pra mim com uma cara séria. — E nem pense em usar a força para reverter essa situação, já que você está me fazendo atravessar um oceano pra encontrar essa garota, vamos pelo menos fazer as coisas darem certo, sem assustar ela.

— Tudo bem, podemos tentar do seu jeito. - Eu disse dando de ombros.
 

*****

  Depois de exaustivas 14 horas de voo de Manchester até Los Angeles, finalmente chegamos na nossa casa, sim, nossa casa, o atual passa tempo favorito da Emma é comprar casas pelo mundo afora, em suas palavras: "Já que estamos condenadas a vagar por essa terra por uma quantidade indeterminada de séculos, temos que estabelecer metas, para o tédio ser menor, e a minha meta do momento é comprar uma casa em cada país existente.

— Nossa, nessa você caprichou. - Falei olhando admirada a casa.

— É, eu sei. - Disse em um tom convencido, colocando as malas no chão.

 A mansão fica no alto de uma colina com vista para o letreiro de Hollywood, e tem três andares. Um dos detalhes mais bonito é a ausência quase total de paredes de alvenaria, substituídas por paredes de vidro, que oferecem uma vista deslumbrante, favorecida também pela localização em um dos pontos mais panorâmicos de Los Angeles.

— Tudo bem que não somos tão sensíveis e que não vamos virar cinza ou até mesmo brilhar se sairmos a luz do sol, mas uma cortina nessas paredes de vidro não vão fazer mal, né? - Falei em tom de brincadeira. —.Esse excesso de claridade me deixa irritada.

 Ao contrário do que muitos acreditam, a luz do sol não é um problema tão grande para a nossa espécie, o máximo pode acontecer após longas exposições, é fraqueza, mas nada que algumas bolsas de sangue não resolva.

— Tava até demorando pra você encontrar defeito. - Disse Emaa, revirando os olhos, ela tirou o óculos escuro que estava no topo da sua cabeça e o fez flutuar até se encaixar no meu rosto. — Problema resolvido. - Falou passando por mim, foi em direção a escada e sua mala começou a segui-la, como se tivesse vida própria.

  Se existisse uma central de reclamação para vampiros eu com certeza já estaria lá, exigindo que eu tivesse o poder de telecinese também. Peguei minha mala no chão e fui atrás dela, certamente os quartos são lá em cima.

 Peguei minha mala no chão e fui atrás dela, certamente os quartos são lá em cima

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