Sentença

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Camila POV

 Quando acordei, não encontrei mais a Lauren no quarto, fui até a cozinha, mas também nada dela, ia retornar para o quarto, mas pela janela da sala, vi ela deitada no capô do carro.

— Trocou minha cama quentinha, pelo capô de um carro, é isso mesmo? - Me aproximei. 

 Ela sorriu e se sentou olhando pra mim.

— Emma me ligou mais cedo, daí pra não te acordar, eu vim aqui pra fora. 

— Hm e porquê não voltou? - Perguntei me sentando ao lado dela.

— Porque já fazia um bom tempo, que eu não sentia o sol da manhã. - Inclinou a cabeça para trás, e os raios do sol foram diretamente para seu rosto. — Ele me faz se sentir viva. - Completou, com os olhos fechados.

— Mas você está viva. - Eu disse, sem conseguir parar de olhá-la.

 Ela abriu os olhos e me olhou, por incrível que pareça, seus olhos estão ainda mais verdes.

— É, eu estou. - Sorriu e desceu do capô. — Agora acho melhor a senhorita ir tomar banho, pra não atrasarmos de novo. - Ela disse, estendendo a mão para me ajudar descer do carro.

Lauren POV

 Hoje o dia de trabalho não foi tão extenso, de tarde já estávamos chegando. Camila foi tomar banho, e eu me sentei ao lado da Sofia, que assiste TV na sala, minha intenção é perguntar se ela sabe sobre a minha condição, mas eu não sei por onde começar, ela é só uma criança, não é possível ela ter percebido tão rápido. 

— Sim. - A voz dela interrompeu meus pensamentos.

— Sim o quê? - Olhei pra ela. 

— Eu sei. - Desviou sua atenção da TV e ficou de frente pra mim.

— Sabe o quê? - Continuei, sem querer acreditar que é o que realmente estou pensando.

 Ela revirou os olhos e olhou para os lados, se aproximando mais de mim. 

— Que você é uma vampira. - Sussurrou e eu engoli em seco 

— O quê? - Neguei com a cabeça. — Isso não existe, Sofia.

Ela semicerrou os olhos.

— Eu não vou contar pra ninguém Lolo, não precisa mentir pra mim.

— Você tá ouvindo muito as histórias do seu pai. - Falei, tentando convencê-la disso.

— Você é fria, você nunca come, nem pizza você comeu, quem recusa PIZZA? - Ela perguntou negando com a cabeça.  — Quando fomos pra o parque, você abriu a porta do carro pra Mila e chegou no outro lado muito, muito, muito rápido. — Disse em um tom convencido. — Só vejo você tomando água, café, suco, mas nunca uma comida sólida e a sua temperatura sempre aumenta quando você toma café, então… - Deu de ombros. 

 Porra! 

 Fiquei sem saber o que responder, ela realmente só tem 8 anos?

— É, eu sou. - Confessei, como mais eu poderia negar?

— Eu já sabia. - Sorriu e se sentou no meu colo, de frente pra mim. — Eu juro juradinho que não vou contar pra ninguém, certo? Não precisa se preocupar. - Passou a mão pelo meu rosto.

 No momento estou morrendo de medo, mas não pude evitar o sorriso.

— Você acha que sua irmã também sabe? - Perguntei.

— Com certeza não, ela nunca foi muito ligada nesse assunto, e eu só sei porque sou muito inteligente. - Com a mão jogou o cabelo para trás, claramente convencida de si.

Quase Sem QuererOnde histórias criam vida. Descubra agora