Mal, Por Não Me Sentir Mal

2.4K 237 31
                                    

Camila POV

Infelizmente o que Emma me disse ficou na minha cabeça o resto do dia, quando saí da casa da Lauren com a Sofia, fui direto para o meu apartamento, e diferente de quando eu saí, agora Austin também está lá, junto com a minha mãe.

- Oi, meu amor. - Ele disse, veio até mim e me deu um selinho.

Olhei para os lados e não vi mais a Sofia, provavelmente já correu pra pedir comida pra Maria.

- Eu quero conversar com você. - Eu disse para o Austin, fazendo sinal com a cabeça, pra ele me seguir até meu quarto.

Quando eu fechei a porta ele colocou um sorriso no rosto e me puxou pra perto dele.

- Acho que você não poderia arranjar uma desculpa melhor. - Ele disse e veio com o rosto na minha direção, mas antes que seus lábios tocassem os meus eu virei o rosto.

- Não entendi. - Ele disse, me olhando confuso.

Respirei fundo e me afastei um pouco, ficando de costas pra ele e já sentindo as lágrimas arderem nos meus olhos. Ele parou novamente na minha frente e segurou meu rosto entre as mãos.

- Por que você está chorando, amor? Eu fiz alguma coisa? - Perguntou, preocupado.

- Eu... eu... quero. - Respirei fundo. - Eu quero terminar... com você.

Ele ficou sério e se afastou de mim, dando alguns passos para trás.

- O quê?

- Desculpa Austin, eu não posso mais ficar com você... me perdoa. - Falei, sentindo todo meu corpo me puxar pra o chão, como se estivesse prestes a cair.

- Por que isso agora, Camila? Foi alguma coisa que eu fiz? - Jogou o cabelo para trás, nervoso. - Você tá brincando comigo?

- Não, você não fez nada, sou eu, eu não posso mais ficar com você. - As lágrimas finalmente desceram pelo meu rosto.

- Não pode ou não quer? - Esbravejou.

- Os dois. - Respondi cabisbaixa e ele soltou uma risada carregada de deboche.

- Você me traiu, porra?

- Por favor, não deixa as coisas mais difíceis pra mim, só tenta entender que não dá mais. - Pedi, sentindo um nó na minha garganta, cada palavra saí arrastada, obrigada.

- Não deixar as coisas mais difíceis pra você, claro, me responda de uma vez. - Parou na minha frente, com os olhos faiscando de raiva. - VOCÊ ME TRAIU?

O que mais eu poderia fazer além de contar a verdade? Eu já me sinto mal o suficiente por ter feito isso com ele, não vou mentir. Afirmei com a cabeça, no mesmo instante ele levantou uma das mãos, por instinto acabei fechando os olhos, mas não veio nada em seguida, tornei a olhar pra ele, agora ele está de costas para mim e com uma das mãos na cabeça.

- Eu sinto muito. - Falei.

Ergui uma mão para tocá-lo, mas desisti antes do contato.

- Não Camila, você não sente, quem sempre sentiu alguma coisa nessa merda de relação fui eu. - Virou novamente pra mim, claramente tentando se acalmar. - Mas eu perdoo você, Camila, tudo bem, podemos passar por isso juntos, mas não termina comigo, por favor, a gente pode superar isso, vamos viajar, qualquer lugar que você quiser, mas não desiste da gente. - Pediu, com os olhos cheios de lágrimas.

- Austin... - Neguei com a cabeça. - Eu não te amo mais. - Confessei.

Falar aquilo em voz alta, parece ter trazido uma nova compreensão, até mesmo para mim, é isso, eu não o amo mais, só estava acomodada ao nosso relacionamento, mas amor deixou de ser há muito tempo.

Quase Sem QuererOnde histórias criam vida. Descubra agora