BÔNUS 8/9

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Lauren POV

 Uma coisa que minha esposa me ensinou na marra, foi a não criar expectativas, me lembro que quando decidimos ir para a Floresta de Dean, acompanhar o processo de transformação da Sofia, eu fui convicta que Camila também acabaria cedendo, me enganei, passamos 2 ano lá, apoiando a minha cunhada, como era de se esperar foi um longo e sofrido período pra ela, os nosso extintos ficam aflorados em níveis extremos quando somos recém transformados, mas ela se saiu bem na medida do possível, hoje faz pouco mais de 10 anos que ela está como vampira, surpreendentemente ela acabou se casados com o Ben, um dos vampiros residente do castelo, a relação dela com a Emma se tornou apenas uma amizade. Emma continua solteira, e ambas ainda moram na Floresta de Dean. A novidade é que faz 1 ano que Dinah saiu de Londres e retornou para a Floresta de Dean. 

Hoje Camila tem 65 anos, e me sinto em uma estrada, onde estamos juntas, mas vejo ela se afastando, e eu continuo parada, impossibilitada de acompanhá-la, o maior medo que me habita, é perdê-la de vista. O momento que vou ficar sozinha nessa estrada. Eu achei que ela iria, mas Camila nunca se recuperou totalmente pela perda dos gêmeos, não é incomum eu pegá-la chorando vez ou outra por esse motivo, e querendo ou não, isso me ajuda a aceitar a decisão dela de não se transformar, Camila é toda coração, ela sofre por tudo em excesso, e eu não quero vê-la sofrendo por anos a fio.

— Camz? - Chamei ao chegar no quarto, ela tirou os olhos do livro e me olhou. — A Mia teve um probleminha com as crianças, ela não vai poder vir.

 Mia hoje tem trinta e poucos anos, é tão próxima a gente quanto antes, ela se casou faz alguns meses, e tem duas filhas gêmeas, a qual ela nomeou Karla e Michelle em homenagem a mim e a Camila, ficamos sorrindo igual bobas pela notícia. Imagine se Camila não iria se apegar a elas? Óbvio que sim, inclusive elas a chamam de vó, minha esposa quase morre de felicidade na primeira vez que as ouviu chamar assim. Ao contrário da Camz, para evitar meu futuro sofrimento, eu não me aproximei tanto das meninas, eu sempre dou um jeito de ficar ausente durante a presença delas aqui em casa, eu já sofri o suficiente por uma humana e sua finitude, não quero sofrer por mais nenhuma, Camila e Mia entendem minha decisão, e respeita.

— Mas foi algo grave? 

— Não, elas apenas precisam fazer um trabalho do colégio. - Me sentei ao lado da cama e lhe dei um selinho. — O que acha de aproveitarmos pra sair? Uma volta?

 Ela levou a mão ao queixo, como quem analisa a proposta.

— Acho incrível. - Largou o livro de lado. — Onde quer ir?

— Qualquer lugar que você esteja. - Falei e ela sorriu. 

— O que acha de irmos à praia? Faz tanto tempo que não vamos.

— Incrível. - Me levantei. — Vou separar as coisas pra levar enquanto você se veste.

 Ela afirmou e eu fui até a cozinha, preparei alguns lanches e coloquei em uma bolsa, sim, eu aprendi a cozinhar depois de tanto tempo, no único intuito de mimar a minha esposa. Fui até a garagem, e peguei as nossas cadeiras de sol, as colocando no carro logo em seguida. Ao retornar para o quarto, Camila já estava vestida, em frente ao espelho, ela me olhou pelo reflexo e sorriu, senti borboletas no meu estômago, então sorri ainda mais.

Quase Sem QuererOnde histórias criam vida. Descubra agora