BÔNUS 7/9

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Emma POV

Ao sair da sala dos anciões eu larguei minha capa no quarto e desci as enormes escadas desse castelo tendo como destino o laboratório, que é onde Sofia me espera todas as noites, antes de irmos colocar as fofocas em dia com nossos amigos na Floresta de Dean, quando entrei ela estava ao telefone, aparentemente com Camila, não demorou pra ela encerrar e vir até mim, dei um selinho em seus lábios e ela sorriu, mas foi um sorriso estranho, mais de 10 anos juntas é o suficiente para eu conhecê-la bem.

- Tá tudo bem? - Perguntei atenta ao seu rosto.

Ela fez uma careta e soltou uma risadinha fraca.

- Você nota tudo, meu Deus!

Dei de ombros.

- Você é expressiva demais. - Me encostei no balcão metálico. - O que se passa?

Ela coçou a cabeça e passou a andar pra lá e pra cá. Boa coisa não vem.

- É... eu te amo. - Começou com a voz vacilante. Vai da merda, certeza. - Você sabe, né?

- Sim, também amo você. - Respondi com firmeza.

Ela tentou sorrir, mas não conseguiu.

- Emma, é que... - Fez uma pausa, mas mantive meus olhos atentos. - Porra, que dificuldade. - Parou de olhar pra mim. - Eu... eu quero terminar com você.

Parada eu estava, parada eu continuei, eu sabia que ia dar merda, sabia.

- Olha pra mim. - Pedi e ela virou, mostrando seus olhos cheios de lágrimas. - Por quê? Eu sou o motivo?

Ela ficou parada, assim como eu, apenas me olhando. Me aproximei e segurei seu rosto entre as mãos, secando suas lágrimas antes que elas descessem.

- Eu só preciso entender. - Incentivei, para ouvir sua explicação.

Seus olhos encheram de lágrimas novamente, e dessa vez não consegui contê-las antes que molhassem seu rosto.

- Eu quero ter a chance de viver um amor verdadeiro, Emma. - Ela disse com a voz embargada.

Franzi o cenho.

- Eu não entendi, você não acredita no nosso amor? - Perguntei confusa.

Ela se afastou de mim mais uma vez e foi até o balcão, se apoiando no mesmo com as mãos e ficando de costas pra mim.

- Eu quero mais, eu quero encontrar uma pessoa que me ame perdidamente, que só tenha olhos pra mim, eu quero viver um amor clichê, eu quero ter a chance de ver alguém transbordar em amor por mim, eu quero me sentir inteiramente amada, eu quero ser única.

- Mas você é única, Sofi. - Contestei.

Ela se virou pra mim e negou com a cabeça.

- Não, eu não sou, você sabe que não sou.

Fiquei ainda mais confusa.

- Do que está falando?

- Da Lauren.

Franzi o cenho e dei alguns passos pra trás, como quem precisa de distância pra analisar uma cena.

- A Lauren? - Perguntei, porque eu só posso ter ouvido errado.

- É, a Lauren, não me entenda mal, eu amo a Lolo, e eu amo você, mas eu não quero mais isso. - Negou com a cabeça e secou os olhos. - Eu achei que uma hora você iria esquecê-la, mas não vai, meu Deus, quantas vezes eu não vi seu olhar de amor pra ela e quis que ele fosse direcionado pra mim? Mas nunca foi, e eu percebi nos últimos meses que nunca será.

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