Prefiro Morrer

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  "A morte é só uma mudança de estado. Depois dela, passamos a viver em outra dimensão" - Zíbia Gasparetto


Lauren POV

— Cacete, Watson! - Eu disse, quando vi a porta se fechar e Emma permanecer lá dentro.

 Eu já estou quase ficando inconsciente e sei que é só questão de segundos para eu desmaiar, Austin não está mais perto de nós, Camila está sentada ao meu lado, no chão, olhando a porta que se fechou há alguns minutos, senti meus olhos pesarem, então resolvi agir, puxei Camila para mais perto de mim.

— Me perdoa por isso. - Eu disse e ela franziu o cenho.

 Antes que ela falasse alguma coisa, afastei o cabelo dela para o lado e cravei meus dentes em seu pescoço, ela gritou, suguei apenas uma quantidade suficiente para me manter de pé e não desmaiar, quando me afastei, me arrependi no mesmo instante, seu rosto se contorce em dor, dói pra caralho uma mordida nossa, mas era minha única opção. Emma precisa de mim.

— Porra, eu não sou uma caixinha de suco, Lauren. - Ela disse com uma careta no rosto e os olhos marejados. 

— Desculpa, Camz. - Segurei o rosto dela entre as mãos. — Eu preciso ir ajudar a Emma.

— Eu vou com você. - Ela respondeu de imediato.

 Vi Austin parado com o telefone na mão um pouco mais a atrás, segurei na mão de Camila e puxei ela até lá.

— Não deixa ela entrar. - Eu disse pra ele, e sai de lá antes que pudesse ouvir ela rebater.

 Caminhei por toda a lateral da clínica e não encontrei sequer uma entrada, tomei um susto quando de repente Austin apareceu ao meu lado.

— Que porra você tá fazendo aqui? - Perguntei irritada. — Eu disse pra ficar com a Camila.

— Eu prendi ela na mala do carro.

— Você o quê?

— Isso mesmo, a Emma está presa aí dentro, é minha culpa também, então vou ajudar, você querendo ou não.

 Eu ia chutar a bunda dele pra longe de mim, mas bem atrás dele notei um tanque de tamanho médio, com vários adesivos indicando que o conteúdo é inflamável, o que me deu uma ótima ideia.

— Você tem um isqueiro aí?

— Oi? - Franziu o cenho.

— A porra de um isqueiro, Austin, você tem?. - Apontei para o tanque.

 Ele virou pra olhar e parece ter compreendido o que eu queria.

— Não, mas no meu carro tem. - Disse e saiu correndo.

 Em pouco tempo ele estava de volta, com um isqueiro em mãos.

— Tira a camisa. - Eu disse, pegando o isqueiro.

— Que? Não, por que eu sempre acabo sem camisa?

 Revirei os olhos, levei as mãos até os botões da Camisa dele e comecei a abrir, um por um, depois puxei, ficando com ela na mão.

— Não posso julgar a Camila. - Ele disse e eu franzi o cenho, quando finalmente entendi o que ele quis dizer com isso empurrei ele da minha frente. Macho. 

 Segurei o isqueiro com uma mão e a camisa com a outra, ascendi ele perto da ponta dela e no mesmo instante o pano começou a queimar.

— Se você não quer virar torresmo, sugiro que saia daqui agora. - Eu disse, ele afirmou com a cabeça e saiu andando de costas, quando ele já estava longe o suficiente, soltei a camisa o mais próxima do tanque possível e fui para o lado dele.

Quase Sem QuererOnde histórias criam vida. Descubra agora