BÔNUS 4/9

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Lauren POV

— Deixa eu te ajudar. - Falei pulando pra fora do carro. 

 A nossa "caça" a sangue, deu certo, tenho alimento para no mínimo 1 mês, o problema é que Emma se machucou, e dessa vez, eu não tive culpa, ela simplesmente se assustou com um médico que apareceu na ala de coleta de sangue, ela disse que estava distraída, por isso não sentiu a presença dele, mas na verdade é só a falta de prática mesmo, ao meu ver, claro.

— Você fica sugando aqueles pobres animais, aí agora não sabe mais roubar hospitais. - Acusei.

— Se você não estivesse tão lenta por não se alimentar há dias, teríamos saído dali antes daquele otário chegar. - Falou tão acusatória quanto eu.

 O médico ficou alternando o olhar entre eu, Emma e as bolsas de sangue, ele reagiu empurrando uma enorme prateleira de ferro em cima da Emma, o que fez ela machucar as duas pernas. Eu consegui tirar ela de lá antes dos seguranças chegarem, e ainda passei na sala de vigilância para roubar as fitas de gravação. Uma única palavra define a caça de hoje: exaustiva.

 Passei pela porta da sala carregando Emma, pelas vozes, Camila e Sofia estão na cozinha, e pelo cheiro desagradável, preparando algo com carne, meu estômago embrulhou no mesmo instante, deixei Emma no sofá e fui ao carro para pegar as bolsas de sangue. Ao retornar deixei as bolsas perto dela e apareci na cozinha. 

— Sofia? - Chamei, ela cortou sua frase e olhou pra mim, assim como Camila. — Ajude aqui. 

 Ela se levantou e veio atrás de mim, assim que viu a perna da Emma com sangue ela se abaixou na frente da mesma.

— Aparentemente deslocou, vou precisar colocar no lugar. - Ela disse olhando para a namorada. 

— Por isso tá doendo feito o inferno. - Emma resmungou. 

— Tira a calça, preciso de uma visão melhor do osso.

 Vendo Emma com dificuldade eu me aproximei e ajudei a tirar sua roupa. 

— Isso vai doer pra um caralho, era bom uma anestesia local. - Sofia disse em uma careta.

— Eu posso tentar ir roubar um algum hospital, no instan…

— Não. - Emma me interrompeu. — Coloca logo no lugar, eu aguento. 

— Amor, vai doer de verdade. - Sofia continuou. 

— Só vai. 

 Sofia se posicionou melhor, segurando a perna da Emma entre as mãos. 

— Vou contar até 3. - Ela disse e Emma acenou com a cabeça em concordância. — Um, dois…

 Um grito alto ecoou pela casa, não só eu me assustei, os cachorros também, pois passaram a latir.

— Porra, Sofi! ‐ Emma reclamou. — Você disse que era no 3.

 Eu tentei não rir, mas quando olhei pra Camila ela também estava segurando a risada, e quando nossos olhares se cruzaram a gente explodiu em uma gargalhada alta.

 O jarro que estava perto da minha porta, saiu do chão e veio com tudo na minha direção, consegui me esquivar, mas logo veio outro, então ainda rindo eu corri pra cozinha puxando Camila comigo. 

— Caralho, ela quebrou meu jarro favorito. - Camila lamentou, mas ainda com um sorriso no rosto. 

— A gente riu da dor dela. - Falei.

— Tem razão, foi merecido, talvez o…

 Camila não completou, porque saiu correndo em direção ao fogão para desligar o mesmo, aparentemente a comida quase queimou.

Quase Sem QuererOnde histórias criam vida. Descubra agora