Luzes da Cidade

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Lauren POV

— Você vai ficar? - Perguntei, me afastando do abraço.

— O que você não me pede chorando que eu não faço sorrindo, né? - Respondeu com um sorriso fraco. — E literalmente, nesse caso.

— Você é a melhor do mundo.

— Você quer falar sobre o que aconteceu? 

Neguei com a cabeça.

— Eu só não quero ficar sozinha, qualquer coisa que você quiser fazer tá bom.

— Que tal um filminho em casa? - Ela perguntou, tirando o salto dos pés.

— Só se eu puder escolher, não quero assistir seus filmes de terror.

— Tá. - Ela disse, revirando os olhos.

 Enquanto ela trocava de roupa, fui tomar um banho rápido, ao terminar, segui direto pra sala do telão, onde vamos assistir o filme. Emma já está lá, deitada em um dos puffs que preenche o ambiente, peguei o controle e me deitei ao lado dela.

— O que acha desse? - Perguntei, parando em um dos títulos de filme, que está no catálogo. 

— É chato, já assisti.

 Continue descendo pela lista de filmes.

— E esse? Parece ser legal. - Voltei a sugerir. 

— Chato também.

— Ah Emma, qual é? Vai ser esse mesmo, você que é chata. - Dei play no filme.

— Você faz as coisas só pra me irritar, não é possível. - Reclamou. 

— Cala a boca, que já vai começar.

— Até parece que vo…

— Shhhhhhhhh! - Coloquei a mão na boca dela. — Presta atenção no filme.

 Ela semicerrou os olhos, mas quando baixei minha mão, ela permaneceu calada. Com alguns minutos de filme, me aconcheguei na Emma, que não reclamou, ao invés disso me abraçou, me puxando mais para si, e assim foi durante todo o filme. 

 Vendo os créditos do filme subir pela tela, tive uma vontade imensa de atirar o controle naquela direção, nunca vi filme mais chato na minha vida, e olhe que tenho muito tempo por aqui, eu acompanhei o início da cinematografia. Pior coisa é quando o filme se mostra chato desde o começo, mas você não tira, esperando a hora em que ele vai melhorar, porém só piora.

— Ótimo filme, né? - Emma perguntou, debochada, e eu me afastei dela, pra olhá-la. 

— Eu gostei. - Menti, claro que eu não vou assumir que ela está certa. — Mas vou deixar você escolher o próximo. - Disse, passando o controle pra ela.

— Você tem que aprender a me ouvir mais, isso sim. - Ela disse, descendo a lista de filmes. — Esse é bom. - Apontou pra tela e selecionou.

 Mais uma vez me aconcheguei ao corpo dela pra ver o filme, e pra minha surpresa, ele era realmente bom, então deixei ela escolher os próximos, e assim ficamos a tarde inteira, acabando um e iniciando outro, imersa naquele mundo com ela, nem vi o tempo passar, mas o sol já se pôs lá fora. Quando os créditos do último filme começaram a subir, ela não colocou outro, se movimentou até ficar de frente pra mim, o rosto próximo ao meu, e ficou me fitando por alguns minutos, até finalmente quebrar o silêncio. 

— Vamos sair de Los Angeles? - Perguntou, com o tom de voz baixo. — Eu deixo você escolher a próxima cidade, o trato é eu escolher, mas eu abro mão disso, você pode escolher. - Olhou pra mim, com expectativa da resposta. 

Quase Sem QuererOnde histórias criam vida. Descubra agora