Zoro tinha seus 16 anos, havia sido arrastado por Perona para uma apresentação de Ballet. Nem mesmo seu pai escapou.
- Eu vi no cartaz que vão contar a história de um incrível fantasma!! O que mais eu podia fazer, se não comprar os ingressos da melhor fileira para nós três?
Ela estava muito empolgada, o irmão brigou e esperneou, se recusando a ir e o pai tentou e tentou usar desculpas, mas sem sucesso. Os dois foram para o show, sentaram-se nas melhores poltronas e assistiram o espetáculo.
Zoro ficou fascinado. Não esperava que disso, sairia algo tão artístico e emocionante, se sentiu idiota por gostar tanto. A história deveria ser interpretada por cada um da plateia de sua própria forma, mas para ele o único garoto do palco, que fazia movimentos suaves e hipnóticos, era o tal do fantasma, um fantasma solitário. As outras dúzias de bailarinas, que faziam uma coreografia delicada e precisa, eram como revoltas e arependementos de uma vida da qual se livrou. O jovem, em passos de dança que se aliavam ao toque do piano e do instrumental, sempre fugirá das outras, para o esverdeado, era uma alma arrependida, fugindo dos pecados.
Perona se debulhou em lágrimas emocionada pela linda dança e pelo cavalheiro que a dançava junto de outras damas. Conseguiu até entrar no camarim, levando o irmão consigo. Zoro ficou parado tentando seguir a irmã que sapateava por cada canto do local.
Ele se viu perdido e como mágica se encontrou no profundo olhar que cruzará com o seu.
O dançarino. Aquele loiro de olhos azuis que parecia voar graciosamente a cada passo da dança que dava. Era encantador, de perto o amarelo de seu cabelo se assemelhava aos raios de sol da manhã, cor de ouro, brilhantes e vivos, e seu olho a mostra era indescritível, um azul céu, ele se lembrava das águas claras de um vasto oceano, podia sentir a brisa e ouvir as gaivotas só de olhar aqueles olhos.
Parecia uma ilusão.
Começou a caminhar para perto dele, para ter certeza, estava confuso, perdido, sentia um aperto e uma vontade incontrolável de se aproximar. De senti-lo, de vê-lo mais de perto. Deveria ter certeza de que não era um boneco.
- Licença...
A mão levanta sozinha e a voz sae rouca e tímida, mas alta o suficiente para o loiro ouvir e se virar. Ela real, ele era real. Sua energia e seu rosto calmo ofuscavam os olhos de Zoro, que ficou abalado.
- Pois não?
A voz era mansa, parecia cantada por pássaros treinados e afinados. Boa de mais para ele. O esverdeado abaixou a cabeça, segurando a barriga com ambas as mãos.
- Sabe me dizer onde é o banheiro?
- Ah, claro. Só seguir reto e virar a direita.
Em um pequeno movimento de curvatura, Zoro agradece e sae apressado, andando sem parar, em busca de Perona ou Mihawk. Precisava de alguém, só alguém.
Para trás, o loiro estava mais do que confuso, um garoto chegará abaixado, pedia uma informação e ia para o lado oposto. Não parecia muito lógico. Apenas deu de ombros, tentando esquecer aquela marcante cabeleira verde que não parecia ter senso de direção.
Zoro foi para casa, depois de ser encontrado por Mihawk do outro lado do prédio, em silêncio. Estava confuso e não sabia o que dizer ou como dizer, se tentava falar com Perona sobre aquilo que sentia às palavras se embaralhavam e se perdiam no ar, com o riso da irmã. O pai tentou perguntar o que estava acontecendo, o por que de estar tão estranho. Mas as resmungadas sem lógica continuavam.
Kuina telefonou no dia e a palavra mais entendivel que tirou de 12 minutos de "conversa", foi MAR. O que não parecia ter muito sentido vindo do mais novo, já que o mesmo não gostava do mar.
O tempo pode ter passado e as memórias se perdido, mas Zoro se lembra dos olhos azuis e de cada movimento solo e brilhante que aquele bailarino deu.
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Se for com você
RomanceDeixando aqui 👍 ================================== Zoro, um espadachim antissocial é arrastado para uma festa por seu melhor amigo, lá ele reencontra uma figura marcante em sua vida. Um talentoso (ex) bailarino, da qual em apenas uma apresentação c...