Planos

274 48 23
                                    

- Então você pegou seu pai beijando o amigo dele?

Um começo estranho e peculiar, nem mesmo eles sabiam como chegaram naquilo mas a conversa fluía tão naturalmente que nem se preocuparam. Claro, Chopper não está acostumado à coisas como beijar e namorar, era como uma criança inocente mas estava se saindo bem com a bebida e os assuntos.

Apesar disso ser estranho.

- Pois é, eu entrei, olhei, fiquei surpreso e saí.

- Seu pai é mó' garanhão Zoro! - O moreno diz enquanto dá vários tapas no ombro do amigo.

- Luffy. Ele estava beijando o seu tio.

- Eh? Shanks? - Todos acenam juntos. O menino para. Juraram ver fumaças saindo por seus ouvidos, seu cérebro estava funcionando. - OH. Shanks e Mihawk tem um caso? - Todos da mesa deixam a cabeça bater contra a madeira. Menos Law, que observava a alegria e a surpresa de Luffy.

- Então eles tem mesmo um caso?

- E você acha que eu sei, Usopp? Eu vi isso a muitos anos, acho que tinha uns 10... Sei lá.

- É, faz uma década e pouco. - Parecia analisar enquanto sussurrava e imitava expressões estranhas, como sempre.

- Ele não te explicou nada depois? Já faz um bom tempo afinal...

- Olha, não sei se eu quero ouvir explicação. Mas no dia que aconteceu ele saiu assim com a cara de sempre e eu perguntei se ele queria "comer" o ruivo. Foi muito bizarro.

- Zoro do céu, que isso?

- Oh Nami, eu era moleque.

- COMER ZORO? COMER? CRIANÇA SABE O QUE SERIA O COMER E NÃO O BEIJAR?

- Eu fui uma criança diferente.

- Como não seria né? - Sanji volta a fumaça entre os lábios, sorrindo provocativo. - Com essa alga crescendo na sua cabeça.

Foram alguns minutos para afastar os dois, não sabiam como se batiam tanto sem se machucarem. Eram monstros, tinham a resistência de um cavalo, mas os golpes de Zoro e os chutes de Sanji derrubavam cavalos facilmente.

- Vocês se batem com força? - Law pergunta sem muito interesse enquanto encarava a bebida alaranjada no copo.

- Sim!

- Podem acabar se ferindo gravemente, quem sabe uma condução ou um osso quebrado.

- Aí Robin, não fala essas coisas! Que horror.

A ruiva abraçava os próprios braços, enquanto a outra ria baixo. Law prosseguiu o questionamento.

- Como vocês não se quebraram ainda?

- Ele é fraco.

- Mas os dois não estão batendo forte?

- Sim. Mas ele não consegue me machucar.

Se encaravam de perto novamente, enquanto os amigos se continham para não gritar. Era irritante receber respostas em coro, os dois respondiam as mesmas coisas ao mesmo tempo.

Uma tortura.

- Eles são sincronizados, não são?

- São né? Mas qual o motivo?

- Porquê eles se amam. - As duas moças encaram Luffy, espantadas. - A carne é minha, eu não vou dividir.

- Se até o Luffy percebeu, acho que todos nós estamos de acordo né? - Nami pergunta se aproximando do meio da mesa, para evitar que os dois escutem.

- Pior que até eu estou de acordo.

- É assim que se fala Law! Super! Vamos ser super cupidos.

- Então, eu e Nami conhecemos a Kuina, a irmã do interior de Zoro. Que por algum motivo só foi apresentada agora. - Simples, ela sabe mais sobre o esverdeado que o próprio, seria vergonhoso se ela contasse sobre seus medos, suas inseguranças ou seus feitos de criança. - Enfim, ela nos contou sobre a descoberta de Zoro.

As mãos do cacheado se abrem junto dos olhos, era dramático mas funcionava afinal todos ficaram mais interessados.

"Quando ele estava no ensino médio com seus 16 anos, sua irmã Perona o arrastou para uma apresentação de dança. Era uma coisa comum, mas Zoro ficou vidrado e encantado, cada passo que o bailarino principal fazia, cada emoção que ele passava com apenas movimentos. Ele estava fora de si."

- O que isso tem haver com tudo?

- Cala a boca e ouve Franky!

"Perona entrou no camarim para ouvir a experiência das dançarinas, para ver seus figurinhos e falar sobre tudo num geral. Ele foi junto e então, lá estava ele Bailarino, eles "se falaram". Não foi bom, definitivamente não foi. Ele pediu informação e saiu, simples assim."

- Com licença, mas agora até eu estou confusa.

- Calma Robin, essa é a melhor parte.

"E bom, esse garoto foi o responsável por uma grande descoberta e aceitação, Zoro pensou e pensou por uma semana inteira sozinho, para me ligar e pedir ajuda. Não sabia como se assumir."

- Oh meu Deus, ele se descobriu gay assim?

- LAW!

- Que foi? O dele foi todo trabalhado num romance, o meu não foi assim não.

- SHIU!

- Odeio vocês.

"Ele nunca esqueceu do menino, do cabelo, dos olhos, dos movimentos suaves e hipnóticos. E para surpresa de alguns e alívio de outros, ele reencarnou esse menino!"

Franky, Chopper e Usopp se abraçavam chorando de emoção, Robin deixava um sorriso maior que o comum escapar e Nami sorria orgulhosa, tramando altas e dramáticas situações.

O casal? Um comia loucamente a comida de todos da mesa e o outro estava carrancudo encarando o teto. Luffy e Law simplesmente não se importavam com esse assunto para ajudar ou coisa do tipo.

"Um loiro de olhos azuis, com uma franja. Os mesmos movimentos apaixonantes e habilidades incríveis. Ah, ele sabe que sente alguma coisa mas está evitando, queria que vocês ajudassem afinal eu não posso fazer muito além de aconselhá-lo... Obrigada!"

- Oh meu Deus.

- UM SUPER REENCONTRO. Eu não estou chorando! Apenas um pouco emocionado.

- AH ZORO! SANJI. VOCÊS SÃO TÃO FOFOS E BONITINHOS. - Chopper se deixou levar pelo choro, berrando a beira pulmão. - EU AMO VOCÊS, SEU BUNDÕES!

- Chopper, e se eles ouvirem?

- Fiquem tranquilos. Falei a eles que deveriam competir em outros aspectos, como na resistência à bebida e nas máquinas.

- Robin, você mandou eles jogarem e sempre que perderem, bebem? - Ela acena fielmente. - Eles são péssimos em vídeo games.

- Eles dão um jeito. Sempre dão.

- Essa parte é verdade Usopp, mas com um bêbado e um bêbado perdido, como vão embora. Quem vai levar eles?

- Não.

- Uh uhm.

- Não posso.

- Um Uber! - Os braços se erguem animados acompanhados por um sorriso contagiante. Como Chopper era doce.

- Vai ser o jeito! Vamos esperar para ver, qualquer coisa mandamos eles pra um hotel.

- Navegadora, está tentando mandar eles para um quarto sozinhos bêbados?

- Oh? O que? Não não. Como pode pensar isso de mim Robin. Eu até os deixaria em suas devidas residências mas não tenho carro e assim que sair daqui eu vou para casa da minha doce namorada.

Todos caem no riso.

Se for com vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora