Fim

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- Quer me contar o que está fazendo na MINHA casa? - Lá estavam os dois, sentados no chão do lado de fora, encostados na parede principal. Podiam ouvir as gotas grossas e fortes de água baterem nas samambaias e estalarem no chão. Podiam ver a parte inferior de cada um, pela rasa luz de uma vela branca protegida do vento por seus corpos.

Estavam pertos.

- O que eu vim fazer ou como acabamos assim? - Numa visão geral era como um encontro a luz de velas, tinham a vela, os integrantes e o chão gelado e úmido.

- Por que estava com a minha mãe?

- Vim te ver, ela me recebeu, me fez entrar, fez perguntas estranhas e constrangedoras, me mediu e então pah! - O esverdeado abre as mãos em frente ao rosto "surpreso". - A energia caiu.

- Que merda de pausa foi essa?

- Clímax. Eu e sua mãe ficamos só sentados esperando alguma coisa, mas ela começou a ficar branca, muito branca. Foi difícil ver, a luz da vela é amarela!! - Sanji estranha a honesta reação exagerada sobre a vela, parecia nunca ter visto de perto.

- É uma vela, o fogo ilumina, o que você esperava?

- Eu não sei, foi minha primeira vez sem energia depois de tanto tempo. - Quando era criança e vivia sozinho, deixava as luzes apagadas por nunca saber quando seriam suspensas, odiava as velas, odiou tanto que fugiu e se esqueceu de seu brilho único.

- Rico e mimado, nem ficou sem energia.

- Pois é... Eu só, levei, sua mãe para o quarto dela e usei o banheiro para pegar água. Compressas sabe?

- Sei. Obrigada.

- Sem brigar comigo? - O loiro deixa escapar um sorriso.

- Sem brigar contigo. Só agradeço por ter cuidado da minha mãe, já dei os remédio e preparei uma boa janta, ela deve ficar bem logo logo.

- Gosto dela, são bem parecidos mas bem diferentes.

- Eu sei... - Permitiram-se apreciar a chuva. O som das gotas, das folhas e flores batendo entre si com o vento gelado, que sobrava e balançava seus cabelos e casacos longos. Era fino, parecia um apito. - O que veio fazer aqui?

- Ah claro! - Zoro abre um lado da jaqueta, tirando uma prateada bandeja de um largo rasgo. A segurou firme em mãos, observando a metade do gato e o olhar zeloso do homem ao seu lado. - Eu passei o dia com a Robin, não o dia mas a tarde! Não atarde. De tarde!

- Eu entendi.

- Óbvio... - Manteram um silêncio constrangedor, não pelo corte na conversa mas pela vergonha, era confortável e pavoroso ouvir a respiração, notar a agitação das mãos ou a tentação que os olhares lançavam.

Podiam ficar sentados ali, apenas apreciando um ao outro.

Mas não durante uma declaração.

- Ela te deu um quebra cabeça?

- Ela deu sim. Disse que a outra metade estava com você, eu vim...

Após meio minuto de silêncio, Sanji tombou a cabeça e curioso, perguntou: - Veio?

- Eu não sei o que vim fazer ao certo, mas eu trouxe o gato! Tem, a outra metade?

- Tenho, mas a minha está solta, iria cair.

- Trás a cola que está no raque, sua mãe que colou a minha, ela me ensinou posso fazer para você...

- Eu adoraria.

Enquanto Zoro usufruia da habilidade que desenvolveu antes da tempestade, os dois jovens aproveitavam a proximidade para sentirem um ao outro. A simples energia que emanavam era suficiente.

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