Sentado em uma cadeira bastante confortável, branca com acolchoado lilás, apoiando os braços na mesa clara e limpa, ambas combinando totalmente com a sala. Peças únicas e belas feitas por Franky. Zoro acompanhava as gotículas de água que escorriam pela janela, era uma tarde aconchegante, chuva rala e vento gelado. As flores abaixo da janela eram amarelas e bem pequenas, algumas se soltavam de seus caules e voavam sem rumo até caírem no chão.
Estava sentado ali, pensando em nada, esperando a amiga fazer um café. Fazia um bom tempo, mas não iria reclamar estava calmo, talvez até demais.
Do outro lado da sala, Robin preparada um café quente e equilibrado, algo para acompanhar a conversa que queria ter com o espadachim. Seus olhos correm até o rosto tranquilo e entristecido do colega, odiava o ver assim e como sabia o motivo, precisava tentar.
- Espadachim. - O chamado o tira de seus devaneios sem rumo, ele olha para a mulher que caminha até a mesa. Era um quarto de descanso, muitos livros, uma mesa com duas cadeiras e um sofá com poltrona, além da mini cozinha é claro. O lugar em que Robin vivia, feito especialmente para ela. - Terminei nosso café, sinto muito pela demora o cano de água dessa sala se rompeu, tive que descer para buscar mais.
- Me surpreende uma casa tão perfeita quanto a de vocês terem defeitos. - A alta moça coloca a bandeja na mesa, sorrindo singela, enquanto caminha até uma das estantes.
- Isso é perfeitamente normal, todas as casas tem problemas. - Diz pegando uma caixa grande e voltando a se sentar a frente do esverdeado. - Sua casa mesmo não vive tendo problemas?
- Sim, os canos não são lá muito bons, desde que eu quebrei três chuveiros e duas máquinas de lavar fui proibido de usar. Seria mais fácil comprar novas e mais fortes.
- Talvez tenha razão. - Ele sorri orgulhoso com o 'apoio enquanto a amiga coloca um Quebra-Cabeça de 500 peças na mesa. - Gostaria de montar?
- Quebra-Cabeça? - Seus dedos deslizam sobre a caixa, memórias de tardes chuvosas em sua casa no interior. Sozinho e com frio, vivia montando um único quebra-cabeça de uma casa espanhola e um lindo jardim. - Faz anos que eu não monto um desses.
- Tem poucas peças, que tal? - Ainda sem tirar os olhos da caixa ele concorda. A moça coloca as peças bagunçado na mesa. - Alguma estratégia?
- Eu... Separava por cores! - Algumas peças com azul, outras com laranja, marrom e assim por diante. - Agora fudeu, tem três tonalidades de laranja.
- Assim que é divertido, basta fazer ou morrer com o peso de nunca ter o terminado. - O esverdeado encara a outra preocupado mas logo volta ao jogo. - Então, como vão as coisas com Sanji?
- Ele está me ignorando faz duas semanas.
- Duas? Como está lidando com isso? - Ela entrega a peça que Zoro tanto procurava, o fazendo sorrir.
- Maravilhosamente bem, não é como se eu precisasse dele.
- Então por que ele está de ignorando?
- Sei lá, ele é estúpido.
- Não meu bem, para alguém te ignorar, você precisa estão tentando conversar e etc. - Ele resmunga, odiava ter amigas tão espertas.
- Robin, não vale usar sua inteligência contra mim. - A mulher apoia a bochecha na mão, sorrindo como sempre, enquanto o fitava. - Ah... Acho que mal. Eu, agr, eu sinto falta dele, eu acho. Sabe, dele implicando comigo ou me dando marmitas por saber que eu não como corretamente. Talvez até do sabor de seus lábios, tem gosto de coco. Ele tem a mania de rodopiar quando fala com as mulheres, é meio fofo e me lembra aquela apresentação. Gosto da cantoria e remexer de quando ele cozinha, ou do cuidado que tem com tudo e todos. Ele tem a mania de acariciar e deixar potes com ração para gatos e cães de rua. Seu perfume caro e másculo se mistura com outro, um feminino, estilo francês. Delicado...
- Para mim isso não é "não precisar". - Como se sua bolha estourasse, sua bochecha toma um tom bem vermelho e a peça que segurava na mão quase amassa. Ele para bruscamente.
- Nem tem mais porque mentir para você, não é? - A morena nega formalmente, o ajudando a terminar o gatinho alaranjado que se formava. - Eu não sei mais o que fazer, Robin.
- Eu acho que deveria seguir seu coração, é o mais comum a se aconselhar em momentos como esse.
- Meu coração só bombeia sangue, não sei o que ele deseja que eu faça.
- Bom, talvez ele não fale e toda a fantasia que o mundo criou encima disso seja para ganhar dinheiro do público, os persuadidos.
- Podia só ter dado outro conselho.
- Ah, sobre isso... - Ela coloca a última peça, o espadachim analisa melhor a caixa, olha embaixo da mesa, procura mais um pouco e acaba agarrando a caixa confuso. - Já providenciei isso!
- Onde está o resto do gato?
- Com o cozinheiro.
- Com o cozinheiro?
- Sim. Peço para que vá até lá buscar a outra metade, leve esse e tome cuidado para não bagunça-lá, e mais cuidado ainda para encaixar as duas partes.
- Isso é uma metáfora?
- Oh não, descobriu tão rápido?
- Acho que sim... Me cuidar e cuidar dele, juntar as peças.
- Exatamente.
- Como eu vou para lá?
- Ouh...
Preparando-se para entrar no uber, Zoro sorria confiante para Robin, segurava a porta com uma das mãos e com a outra o quebra-cabeça, montado em uma bandeja. Protegia com toda sua alma.
Para a morena era até meio assustador ver o amigo tão ansioso e agitado, faziam anos que não se sentia vivo e ela, assim como os outros, podia perceber isso.
- Eu lhe desejo sorte, Zoro!
- Obrigada Robin! Acho que vou precisar. Eu te trago o quebra-cabeça inteiro depois?
- Não, é um presente.
- Tudo bem, tchau!
A viagem era curta, 15 minutos de carro até a casa de Sanji. Casa da qual Zoro nunca visitou, se não fosse por Robin estaria perdido. Mais que o normal.
Ao estacionar, sair e pagar a motorista, observou uma linda casa de dois andares, branca com detalhes em mármore, nas janelas jardineras de flores coloridas e cuidadas, ao redor do terreno uma esverdeada "grade" de arbustos. As trapaceiros que escalavam grande parte do sobrado e os jardins laterais com diversas flores davam vida e encorporavam tudo.
Atravessou o portão, caminhou até a área da entrada e tocou a campainha, que fica ao lado da robusta porta dupla, porta da qual se direciona no meio de uma varanda repleta de samambaias.
- Boa tarde? - A porta se abre e uma pequena mulher aparece, tão parecida com ele que chegava a doer. Não percebeu o quanto ficou apegado no loiro, ele possivelmente vai o chutar por isso.
- Boa noite. - Um vestido longo branco rodado, um olhar cansado porém penetrante, com aqueles mesmos tons azuis, tinham algumas rugas mas era uma mulher conservada. Os longos fios dourados, com a mesma franja lateral, definitivamente era sua mãe. Estava tão bem cuidada por conta da saúde frágil. - Eu vim ver o Sanji...
A loira ri pela forma cortada que o maior falou. - Sim sim, eu sou a mãe dele, me chamo Sora muito prazer.
- Ah, claro. Ahm, Zoro! - Ele protege o jogo em uma mão e aceita o aperto com a outra. - Ele está?
- No momento não, faz umas quatro horas que ele saiu. Julgando pelo horário deve voltar em breve, gostaria de esperar por ele?
- Se não for incômodo para vocês.
- Claro que não, Zeff ainda está no restaurante, eu estou sozinha pode entrar. - O esverdeado entra desesperado, a moça por outro lado está sendo simpática e gentil.
Seriam longos e confortáveis minutos de espera.
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Se for com você
RomanceDeixando aqui 👍 ================================== Zoro, um espadachim antissocial é arrastado para uma festa por seu melhor amigo, lá ele reencontra uma figura marcante em sua vida. Um talentoso (ex) bailarino, da qual em apenas uma apresentação c...