Capítulo 62

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Sofia On*

É sério que a Diana acha que eu sou tão idiota assim? Nunca mais vou fazer nada contra o casalzinho apaixonado, porque além de não ganhar nada disso, eu já perdi a minha única melhor amiga.

Sou tirada dos meus devaneios, quando o meu tablet toca e a bibliotecária, a única pessoa que está nesse cômodo, além de mim, pede para eu atender o tablet lá fora.

Atendo sem prestar atenção em quem estava ligando, mas quando escuto aquela voz, me arrependo na hora por não ter lido quem ligava.

Mãe: Oi, filha! - Diz animada.

Sofia: Oi, mãe! Por que me ligou? - Pergunto a ela pelo Face Time.

Mãe: Queria saber se você vai estar na festa do meu trabalho na sexta? - Pergunta e eu reviro os olhos, enquanto arrumo minhas coisas e saiu da biblioteca em direção a um corredor vazio.

Sofia: Você vai vir para casa esse final de semana? - Questiono a mesma com um pouco de esperança de finalmente ver ela depois de muito tempo.

Mãe: Chegarei aí na sexta e irei embora para Chicago no sábado à tarde.

Sofia: Por quer vai tão cedo? Não pode ficar nem mais um dia? - Indago com os meus olhos marejados.

Mãe: Eu tenho que trabalhar! Diferente do seu pai eu preciso colocar dinheiro naquela casa se não a sua escola e todas as suas regalias não são pagas, porque ele não consegue nem achar um trabalho.

Sofia: Pelo menos ele tá aqui comigo e me ama diferente de você que nem liga se eu tô viva ou morta. - Digo elevando minha voz. - E para sua explicação o papai começou a trabalhar em uma empresa importante daqui de Boston.

Mãe: Graças a deus, ele vai fazer algo que preste. - Diz com uma cara de "já tava na hora". - E você? Já conseguiu conquistar o Miller? - Pergunta com falso interesse.

Sofia: Não vou mais me intrometer no namoro dos outros. Estou farta de arranjar confusão e perder todos que já me importei na minha vida. - Suspiro devagar. - Além disso, eu nunca gostei de verdade do Felipe. Só dava em cima dele para ver se assim você começasse a agir como uma mãe de verdade e não essa mulher que ama mais o trabalho do que a própria filha. - Tirei todo peso que estava nas minhas costas e me senti até mais relaxada depois de desabafar sobre o que eu estou sentindo.

Mãe: Não vem colocar a culpa em mim, por não ser capaz encontrar alguém que te ame de verdade. - Diz brava. - Agora, eu preciso desligar, tenho uma reunião importante nesse exato momento. - Abaixo o tablet e me sento no chão do corredor até então vazio, enquanto sinto lágrimas saindo pelo meu olho.

Quando percebo que estou sendo observado, por ninguém mais nem menos que o Yuri, começo a limpar o meu rosto o mais rápido que consigo para que ele não veja que eu estava chorando.

Yuri: Não precisa esconder que chorou. A sua mãe não te merece. - Como é ele sabe sobre a minha mãe? Como se estivesse lendo a minha mente, ele fala. - Eu acabei escutando tudo.

Sofia: Você fez o que? - Perguntei indignada. – Escutar a conversa dos outros é falta de educação.

Yuri: Eu não me importo! Agora, só quero saber como você tá. - Disse se sentando ao meu lado. - A sua mãe não tinha o direito de falar aquilo para você. Todas as pessoas algum dia vão achar alguém que as ame pelo que elas são, inclusive você. - Começo a chorar, deixando minha bochecha molhada, mas ele as limpa com os seus dedos. - Ela não merece a suas lágrimas.

Sofia: Por que tá me ajudando? - Pergunto com curiosidade.

Yuri: Você não é má. - Afirma com tanta certeza que eu até que assusto.

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