Capítulo 16 Desejo do proibido

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*sem revisão*

                          Natalye Mills

    Duas semana, foram duas semanas que não o vi, que não tive notícias dele. Duas semanas que passei trancada em casa, para a chefe inventei uma gripe, para meus amigos fui viajar e visitar minha família, mas não, estou presa em casa de pijama, sentada no sofá assistindo qualquer coisa que passa na televisão. Mas a verdade é que não estou aqui, minha mente só consegue reviver aquele momento, achei que morreria, tenho medo de morrer, se vinheram atrás de mim uma vez, com certeza acontecerá novamente. Tive a sensação de ver o mesmo carro parado aqui em frente por dias, talvez seja impressão minha ou alguém visitando um parente, porém toda vez que vejo aquele carro preto parado aqui em frente entro em desespero. Pensei em ligar para Abraão mas depois do celular tocar duas vezes e ele não atender percebi que não era a melhor decisão, ele retornou a ligação, porém não atendi. Nem sei ao certo o que sinto, só consigo identificar a falta que ele me faz, só consigo imaginar ele em meus braços. Cheguei a pensar que era tudo mentira, que nada daquilo era verdade, então me lembrei da conversa que ouvi de Christopher anos atrás, era óbvio que não era brincadeira e embora eu saiba o que ele faz e quem ele é não consigo aceitar, eu quero ele tanto que chega a doer. Os dias passaram rapidamente sem que eu me desse conta de quanto tempo estava presa em casa, até hoje onde Caroline e Jorge invadiram minha casa... Certo, eles não invadiram, mas eu literalmente fui arrancada do momento que estava vivendo e a preocupação que vejo no rosto deles nesse momento me faz pensar em qual estado realmente estou.

— Cristo. Sua casa tá fedendo a gente morta Naty.

Bela escolhe de palavras, Caroline — penso rabugenta.

— Você não está vivendo de fast food, está? Quer se matar? — Jorge diz jogando no lixo as caixas que estavam empilhadas ao lado do sofá.

Agora é vez de Jorge? Sério? Qual o problema deles?

Eu estou ótima. Só precisava de um tempo sozinha, então vocês podem ir — Olho para eles, mas ambos nem me olham, estão preocupados em organizar minha sala bagunçada — Aliás, como sabiam que eu estava aqui?

— Você subestima seus amigos. Sinceramente, uma ligação para sua mãe foi o suficiente. Sabemos que está aqui a dias, porém resolvemos te dar um tempo. Agora acabou o tempo — Caroline me empurra para o lado e senta comigo no sofá.

  Jorge acompanha minha amiga e senta do outro lado, eles me envolvem em um abração conjunto. Me sinto aquecida e segura e pela primeira vez em dias desabo de tanto chorar. Eles continuam ali, não me soltam, apenas esperam que eu leve meu tempo para me recuperar e poder falar. Não posso mais esconder de Caroline, ela com certeza já sabe sobre Abraão, não sei se comentou com Jorge mas de qualquer forma direi o básico para Carol entender e se Jorge pegar o assunto, conto sobre minha quase morte.

— Tudo bem, tudo bem. Podem me soltar — eles não soltam — É sério, eu já posso falar. Obrigada por estarem aqui, amo vocês.

Eles me soltam e Jorge se levanta e me  trás lenços de papel. Me levanto e puxo a poltrona para me sentar de frente para eles. Com um suspiro longo começo a falar, sentindo meus olhos lacrimejando.

— Sinto muito Caroline, quando eu vi já estava envolvida demais... 

     Começo a chorar novamente e abaixo a cabeça. Sei que Caroline entende do que falo, espero seu sermão, seus xingamentos, espero fúria, porém ela pega em minha mão. Olho para em seus olhos e ela sorri me incentivando a continuar. Não vejo raiva ou qualquer sentimento negativo em relação a mim, apenas compreensão, entendo agora que sua recusa em me ver perto de Abraão era uma forma de proteção e não uma forma de condenação. Conheço Carol a anos e embora saiba que ela jamais me julgaria fiquei com tanto medo de sua reação que acabei criando um cenário completamente ilusório.

Tão Proibido - Série Amor Fatal. Livro 2 Onde histórias criam vida. Descubra agora