Tão Proibido - Série Amor Fatal. Livro 2

Capítulo 15 Revelação

                       Natalye Mills
   
   O desfile acabou, agora está acontecendo a festa, a parte chata onde os investidores fazem suas propostas. O lugar está cheio, isso é um bom sinal, significa que a coleção fez sucesso. Eu deveria estar feliz, correu tudo perfeitamente, porém só consigo pensar em Abraão, ainda não acredito que ele não veio, eu realmente acreditei que ele viria e ver que ele não veio só me mostra a decisão horrível que tomei, quis trazê-lo para minha vida, aqui será tudo diferente do que na viagem, eu sabia mas não queria acreditar. Resolvo pegar uma taça de champanhe e ir para um canto me sentar. Sinto olhos em mim, porém não sei de onde vem, cruzo as pernas, o cetim do vestido prata deslisa suavemente expondo minha perna através da grande fenda que existe na lateral. Olho para baixo e passo o dedo suavemente  na borda da taça, quem quer que esteja me observando continua até que vejo um homem se aproximar. Com seu smoking preto, uma presença inexplicável, ele se senta ao meu lado.

— Estava deslumbrante no palco — ele diz e me observa.

  Sua voz é firme e ele passa uma soberba gigantesca. Não sei quais são suas intenções reais, pois ao mesmo tempo que me olha com certa luxúria ele me olha com desprezo. Não sei quem esse homem é, mas ele não me passa segurança nenhuma.

— Obrigada, senhor... — não termino a frase para que ele se apresente.

— Miller, David Miller. Prazer em conhece-la Natalye — estende a mão e eu a pego com desconfiança.

— Ah, então já sabe meu nome — puxo minha mão da sua e forço um sorriso

— Quando um homem quer alguma coisa, ele precisa se preparar. Correto? — para não responder levo a taça de champanhe a boca e bebo um grande gole — Vai para algum lugar depois daqui? Gostaria muito de te conhecer melhor.

— Não estou interessada, mas obrigada pelo convite — me levanto, disposta a ir embora. Essa merda já deu pra mim — Se me der licença.

  Viro as costas para sair andando, quando o tal do David segura meu braço. Olho para ele para que me solte, porém ele não o faz.

— Vamos, será divertido — vendo que não vou ceder, ele aperta a mão em torno do meu braço — Não me faça ser violento.

— Estamos cercados de pessoas, você seria estúpido se tentasse me arrastar daqui a força. Agora me solte e eu finjo que isso nunca aconteceu a menos que queira sair daqui preso.

— A gatinha está mostrando as garras — ele sorri e olha para baixo puxando um pouco o smoking para que eu possa ver a arma em sua cintura — Não estou interessado em você, somente em Abraão. Você vai  trazer ele, então vamos para fora e você ligará para ele.

    Ando ao lado dele desnorteada. O que Abraão tem haver com isso? Por que isso me afeta? O que está acontecendo? São tantas perguntas sem respostas e eu não sei o que fazer, estou com medo, em qual tipo de merda Abraão me meteu?

                    Abraão Johnson

    Chego ao local onde será o desfile de Natalye, porém ao entrar percebo que o desfile já acabou. Viro as costas disposto a ir embora quando a vejo se sentar em um canto. Olhar para ela aquece meu coração de um jeito bem esquisito, queria ir até lá e toma-la em meus braços, porém estou sujo e não consigo me imaginar indo até ela e a tomando em minhas mãos, essas mãos podres. Matei Ansel, desta vez para valer depois passei em casa, tomei um banho rápido e coloquei um terno qualquer que apareceu na frente, cada segundo que tive longe dela pensei com clareza e cuidado, não posso mais continuar com ela antes que isso a afete, vou colocar meu plano em prática esta noite então vim decidido a acabar com o que temos, é irônico pensar que hoje de manhã eu planejava lhe contar tudo para ficarmos juntos. Olho para ela por mais algum tempo até ver um homem se aproximar, eles conversam por um momento até Natalye se levantar para sair e ele segurar seu braço. O cara olha para os lados e mostra a cintura para Natalye, não consigo ver de onde estou, mas julgando a cena imagino que seja uma arma. Natalye e o homem andam com calma como se não houvesse problema e eu os sigo de longe, as pessoas a voltam não estranham a cena, estão tão concentradas em suas próprias vidas que o universo ao redor não parece existir. Saío para fora onde vejo o homem arrastando Natalye para uma rua um pouco mais a frente, corro em direção ao meu carro para pegar minha arma, quando meu celular vibra. É Natalye... Sem dúvida, já estão atrás de mim.