Capítulo 19 origem

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                    Abraham Johnson

— Como é? Não me chame assim, você não é meu pai!

  
   Cerro os punhos de ódio, o que esse filho da puta pensa que está falando? Ele vir com esse papo de que me considera um filho não cola em mim, de que ele viu muito de seu filho morto também não. Eu não sou uma marionete e no entanto Lucius me trata como uma, nunca desenvolvi sentimentos por ele além de ódio e nojo e com certeza nunca o vi como pai, meu pai era um homem digno e está morto.

— Você não tem respeito por ninguém mesmo, não é? Tudo bem, eu não achei que você reagiria bem a este momento, dado ao seu histórico. — Lucius continua a olhar pela janela como se lembranças ruins vinhessem a sua memória. — Chegou a hora de eu lhe contar uma história Abraham e ela é longa e cheia de detalhes, afinal os detalhes fazem uma história.

                        Lucius Hentey

  
   Era 9 de Abril de 1984. Uma tarde nublada, minha esposa dava a luz ao meu primogênito, ele se chamaria Abraham pois era nome de meu avô, um homem que para mim só trouxe amarguras e ruína e por isso mesmo meu filho herdaria seu nome, porque meu filho me traria coisas boas e seria o oposto daquele velho. Fui criado sem pai ou mãe, ambos morreram em um acidente de navio quando eu tinha apenas 6 anos, então fui criado por Abraham. Um homem amargurado e que não se importava com ninguém. Mas a história não é sobre ele ou como minha infância foi abusiva, cresci dentro da máfia com meu avô e ele fez de mim seu aprendiz para herdar o legado da família. Suspeitei e no final descobri que meu pai foi morto por meu avô, pois não queria herdar a máfia.

    Eu entendo meu pai, não concordo com suas escolhas, mas entendo. Então claro que gostaria de fazer diferente com meu filho, queria faze-lo crescer com meus ensinamentos de uma forma que não o fizesse ter medo de sua família, mas sim orgulho. Porém as coisas não foram como eu imaginava. Depois de 3 meses do nascimento de meu filho, minha casa foi invadida, tentaram levar meu filho mas não obtiveram sucesso, naquele momento soube que meu filho nunca estaria seguro. Lembrei de meu amigo, ele cresceu comigo , trabalhávamos juntos, ele era meu braço direito e havia acabado de se casar, meu filho cresceria em uma família aparentemente normal e longe dos riscos.

   Conversei com meu companheiro, lhe implorei que cuidasse de meu filho como se fosse dele e lhe pedi para não contar sua origem para sua esposa e assim ele fez. Levou o menino para casa e disse que o havia encontrado na rua a pouco metros de distância de onde moravam, a mulher apavorada queria levar o menino a polícia, e para tranquiliza-la seu marido disse que no dia seguinte levaria. Assim aconteceu, ele forjou os papéis, algumas ligações falsas na frente de sua esposa a convenceu de que o menino era sozinho. Ela já estava encantada com o menino, os olhos brilhantes e fortes pareciam implorar para ser amado então a adoção veio. Poucas pessoas sabiam da situação verdadeira do menino, não eram conhecidos na nova cidade e não fora difícil forjar a documentação do menino. Com o passar do tempo o menino foi crescendo, ganhara uma irmãzinha e seguia com sua vida, eu o observava de longe, vendo cada traço meu que ele carregava e o orgulho que sentia era imenso.

   Quando o menino completou seus 15 anos de idade, a suposta mãe achou que era hora de lhe contar a sua verdadeira origem, porém o atual pai do menino lhe convenceu de que aquele não era o momento, ele estava na adolescência, uma fase turbulenta isso apenas afetaria seu desenvolvimento, e assim foi eles só não imaginavam que outro momento não existiria, o apego a criança se tornara grande e o medo da rejeição os aflingia até que o segredo foi guardado a 7 chaves. O menino e o pai eram inseparáveis, tudo o que ele precisava o pai lhe dava e então chegou o momento. O menino completara  18 anos e para mim era o momento perfeito de lhe colocar no caminho que tracei para ele, porém o pai atual se negou, havia se apegado a algo que não lhe pertencia e não queria devolver, planejou fugir e eu apenas fingi não perceber, a primeira tentativa de fuga não havia dado certo, e eu como sou compreensivo disse que estava tudo bem e ele não deveria se preocupar, no meio dos anos eu havia tido um filho e ele havia crescido como era para ter sido com o primeiro, então o segundo herdaria o lugar do primeiro, tolo como era, ele se deixou acreditar.

Tão Proibido - Série Amor Fatal. Livro 2 Onde histórias criam vida. Descubra agora