Quatro anos atrás

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  Graças a Deus Caroline esta bem, não sei o que seria capaz de fazer com o safado que a sequestrou. A morte foi pouco para aqueles cretinos, posso imaginar um milhão de formas que poderia ter feito eles sofrerem... Mas agora já passou, não posso me vingar de morto então desconto minha raiva em Christopher. Como pude ser tão mole e não preceber quem ele era? Como vacilei desse jeito? Eu ainda não consigo me conformar com o tamanho de minha burrice.

  Respiro fundo para acalmar meus pensamentos antes que faça uma besteira. Tenho uma péssima fama de impaciente... Com certeza essa fama não veio pela minha eterna paciência.

 
    Sinto que estou sendo observado e olho ao redor, vejo poucas pessoas na sala de espera até que meus olhos param em minha observadora. Natalye abaixa a cabeça corando no mesmo momento em que a peguei me olhando. Tento esconder o sorriso de contentamento que quase apareceu. Natalye e eu tivemos uma história à algum tempo atrás, éramos muito amigos mas infelizmente ela se apaixonou, eu me envolvi com o mundo sombrio onde trabalho e então nos separamos. Sei que Natalye ainda sente algo por mim e eu sinto algo por ela,não posso dizer se é amor ou uma paixãozinha só sei que ela mexe comigo, toda vez que eu a vejo sinto algo estranho. Talvez esse sentimento seja o carinho que eu sinto por ela desde que éramos amigos e o maldito desejo que me assombra desde que comecei a nota-la como mulher. Natalye e eu nos conhecemos quando ela era muito nova e eu a via como uma irmã mas nova, ela tem quase a idade de minha irmã e é óbvio que eu tinha esse sentimento com ela. O tempo foi passando e Natalye foi amadurecendo, se tornando uma mulher e deixando de ser uma menina. Não sei quando começou meu desejo obsessivo por ela, também não sei quando ela começou a se interessar por mim, sei que hoje nada será possivel, nada de amizade, nada de desejos descontrolados, nada! Sei que meu desprezo a magoa mas é para o bem dela. Me aproximo de Natalye com as mãos nos bolsos da calça e sinto o aroma adocicado que vem dela. Ela olha para mim e tenta parecer indiferente mas vejo o brilho em seus olhos.

— Maluq...— engulo o apelido que dei a ela quando a conheci, esse apelido a irritava e por isso eu sempre a chamava de maluquinha... Minha maluquinha — Natalye, Carol quer vê-la

 
  Ela se levanta sem dizer nem uma palavra. Ela lança um olhar ansioso para mim... Tanto tempo sem nos falarmos e quando me dirijo a ela é para informar que Carol quer vê-la. Sei que ela esperava mais de mim, mas não posso, nem uma mulher merece um trapo como eu. Natalye continua parada me olhando, ao perceber que não irei falar mais nada, ela da um suspiro e começa a se afastar. Sem pensar no que estou fazendo, minha mão logo esta em seu braço. Uma discarga elétrica corre por meu corpo e sei que causo o mesmo nela.

— Eu sinto muito — foi tudo o que consegui dizer.

Pelo quê eu sentia? Por deixa-la quando ela precisou de mim? Por não corresponder aos seus sentimentos? Por ser miserável o bastante e deseja-la mais do que tudo?

— Não sente. — embora ela estivesse falando baixo vi a frieza começando a aparecer em seu olhar — Não tente parecer inocente ou arrependido. Depois de tanto tempo tudo o que você tem para me dizer é isso?

   Não sei o que dizer. Olho para seus olhos azuis e desejo poder dizer mais, dizer que tudo voltaria a ser como antes, dizer que eu tenho tanto para dizer mas que não posso.

— Carol está me esperando — ela murmura olhando para minha mão em seu braço.

  Me aproximo dela. Estamos a pouco centímetros um do outro, se eu me aproximasse um pouquinho mais poderia beija-la. Olho para seus lábios vermelhos e desvio para olhar seus olhos, sei que se olhasse mais para seus lábios não iria resistir.

— Eu gostaria que as coisas tivessem sido diferentes — sussurro em seu ouvido — Gostaria que me olhasse como me olhava antes. Mas nem tudo é como queremos... maluquinha.

Antes que ela possa dizer mais alguma coisa largo seu braço e saio de perto dela andando para fora do hospital.

Tão Proibido - Série Amor Fatal. Livro 2 Onde histórias criam vida. Descubra agora