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“A minha vida é um sanduiche de bosta acompanhado de hambúrguer vegetariano de porra." — Três coisas sobre você.

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Hoje seria o dia da prova, eu e as meninas ficamos estudando por umas duas horas.

Estou confiante e ao mesmo tempo gostaria de me esconder em algum lugar para chorar. Cristina dormia em sua cama do outro lado do quarto, ela chegou por volta das três da manhã.

Eu tento não pensar muito em ela e o Eric juntos, mas é inevitável.

Acordei cedo para me arrumar e me preparar, a prova aconteceria às nove e seria no próprio campus. Tomo um banho, troco de roupa, escovo os dentes e me olho para o pequeno espelho do banheiro.

— Você consegue Chloe, você estudou e se preparou. — digo para mim mesma enquanto me encarava sobre o espelho.

Saio do banheiro e vejo Cristina já de pé arrumando sua cama. Pego minha bolsa e coloco meu caderno e meus livros sobre a mesma.

— Já vai? — Cristina pergunta e eu concordo. — que vença a melhor. — ela diz.

— Isso não é uma competição. — digo.

— Sempre é uma competição Chloe, você querendo ou não. — após acabar de arrumar a cama, Cristina entra no banheiro.

Não era uma competição, era o meu futuro que estava em jogo, era a chave da minha liberdade.

Quando chego ao local que seria aplicada as provas, tomo um susto ao ver uma multidão de pessoas esperando dá o sinal para entrar.

Eu conseguiria ser ainda melhor que todas essas pessoas todas?

O sinal finalmente toca e eu assim como as demais pessoas entro apreensiva, as meninas me mandaram mensagens de boa sorte quando estava a caminho e não sei como, mais até Eric me desejou boa sorte.

Encontro minha sala e me sento na cadeira completamente nervosa. Pediram para desligamos nossos celulares e que colocássemos todos os nossos pertences em baixo da bancada da cadeira, excerto caneta e RG.

A prova duraria duas horas e para mim nem todo tempo do mundo seria o suficiente.
Quando faltavam apenas vinte minutos para começarem a recolher as provas, Cristina se levantou e entregou sua prova. Ela me deu uma encarada antes de sair e sorriu como se já tivesse passado.

Eu precisava finalizar minha redação, mas eu não conseguia encontrar palavras para fazer o desfecho do texto.
O tema era: Os limites da cultura do cancelamento no meio virtual.

Terminei minha prova faltando somente um minuto, eu era a única na sala, todos já haviam terminado.

Saio da sala não muito esperançosa e sigo para a lanchonete afim de comer alguma coisa e me distrair sozinha sem ninguém para me perguntar como me saí.

A lanchonete que eu frequentava era afastava dos dormitórios e era muito raro encontrar um aluno por esse horário, eram quase meio dia e tudo que eu precisava era de comer alguma coisa e ficar sozinha.

Peço um hambúrguer com batata frita e um refrigerante, e me sento em uma das mesas do fundo.

As meninas não paravam de me mandar mensagens e de me ligar, eu apenas as ignorava. Eu sei que elas só queriam saber se tudo ocorreu bem, porém, naquele momento quem não estava bem era eu. A encarada que Cristina me deu antes de sair, destruiu a pouca confiança que tinha naquele momento.

Escuto o barulho do pequeno sino sobre a porta e vejo Eric pedir algo, ele se vira e nossos olhares se cruzam.

Vai embora por favor.

Perda de tempo, ele já estava caminhando e vindo na minha direção.

— Como foi a prova? — ele pergunta.

— Por favor não me pergunte isso. — deixo algumas lágrimas escaparem mas rapidamente as enxugo.

Eric se sentou na cadeira a minha frente e agarrou minha mão que estava sobre a mesa.

— Você vai se sair bem. — ele diz e aperta um pouco mais minha mão, o que me causou um pouco de conforto.

— E se eu não passar? — pergunto sentindo as lágrimas surgirem novamente.

— Você pode tentar no ano que vem — diz. — ou melhor, pode tirar um ano sabático.

Sorrir, o que seria um ano sabático.

— O que seria isso? — pergunto não conseguindo mais chorar e sim rir.

Eric rir também é disse.

— Seria um ano pra você focar nas outras coisas que gosta de fazer. — nossos pedidos chegam e Eric solta minha mão, mas antes que ele fizesse isso ele deposita um pequeno beijo sobre a mesma.

Não entendo como fico em relação a ele, quando Eric está por perto sinto que todo meu corpo estar em chamas. Eu sou o furacão e ele é a minha calmaria.

Me sinto uma menina boba apaixonada pelo que não pode ter.

— Quero você comendo tudo e tirando essas paranoias da cabeça. — ele sorrir mais uma vez e da uma mordida no seu hambúrguer.

Comemos em silêncio.

Foi bom, me fez bem e a vontade de chorar sem parar havia desaparecido.



ProibidoOnde histórias criam vida. Descubra agora