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As coisas têm vida própria. Tudo é questão de despertar a sua alma. Cem Anos de Solidão, Gabriel García Márquez

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Embora eu não quisesse ver a cara de Eric não podia negar que ele foi um anjo em ter me ajudado.

O hospital foi tranquilo, o médico apenas passou um anti-inflamatório e que eu não fizesse força na perna machucada. Enquanto voltávamos de volta para o dormitório pensei e repensei no que eu sou para Eric.

— Eu ainda não entendo. — digo enquanto checava mais uma vez o machucado na perna. Eric tirou os olhos por alguns segundos do trânsito e me olhou cheio de interrogação.

— O que você não entende? — ele perguntou voltando a olhar para as ruas vazias, era quase cinco da manhã e tudo que se podia enxergar era o grande vazio do lado de fora do carro.

— O que eu sou pra você? Digo, uma hora você não quer nada sério comigo e no outro... você age como se tivéssemos alguma coisa. — desabafo.

Por menos tempo que eu conhecesse Daniel ele demonstrava cada dia mais querer algo sério comigo do que Eric com suas atitudes bipolares.

— É complicado Chloe.

— Complicado você admitir que gosta de mim?

— Isso também. — Eric finalmente para o carro em frente ao dormitório. — Você não sabe tudo ao meu respeito.

— Se você me contasse eu saberia.

— Mais uma vez é complicado.

Olho para frente sentindo as lágrimas quererem invadirem meus olhos e vejo ali parado conversando ao seu celular o meu pai. Ele parecia estar muito nervoso, abro a porta do carro e vou caminhando com um pouco de dificuldades até ele.

— Pai. — digo. Ele para de conversar ao celular e apenas me abraça, o abraço de volta.

— Graças a Deus Chloe. — ele me aperta. — sua mãe e eu ficamos tão preocupados. 

Quero nem imaginar em como deve está a cabeça da minha mãe, provavelmente ela deve tá pirando agora.

— Eu tô bem pai. — meu pai finalmente me solta e me analisa dos pés a cabeça.

— Aquelas meninas vão pagar pelo que fizeram meu amor. — ele diz enquanto guardava seu celular no bolso.

Eric finalmente saiu de dentro do carro e caminhou até nós dois. Meu pai o olhou e Eric também retribuiu o olhar como se já o conhecesse.

— Pai, esse aqui é o Eric. — digo e vejo Eric estender as mãos para o meu pai, que não demorou muito para retribuir.

— É um prazer conhecer pessoalmente o famoso Leandro Felipe. — Eric diz e meu pai sorrir.

Como minha mãe costumava sempre dizer, meu pai era um convencido e ficava ainda mais metido quando alguém o cumprimentava assim.

— Muito prazer rapaz. — meu pai fica ao meu lado e toca em meu ombro. — Você que ajudou minha filha? — Eric concorda e meu pai continua a falar. — Bom... obrigado, Chloe é o meu maior tesouro.

Eric apenas concorda enquanto nos olhava com um sorriso discreto no olhar.

— Chloe, eu falei com a diretora e achamos melhor você passar uns dias em casa. — meu pai se volta para mim.

Por mais que eu não quisesse, iria me sentir mais segura em casa e com a minha mãe.

— A diretora não ver problemas em você acompanhar as aulas de forma online e sua mãe está morrendo de saudades.

Concordo pela primeira vez em muito tempo com o meu pai, seria apenas por alguns dias.

— Eric pode ir também? — pergunto ao meu pai que me olha surpreso.

— Acho melhor não Chloe. — Eric diz.

— Por favor. — pego nas mãos dele fazendo minha cara de menina triste. — vai ser divertido.

—  Se para o seu pai estiver tudo bem, então eu vou. — diz.

Meu pai apenas assente e eu o abraço toda feliz. Com Eric ao meu lado eu iria conseguir passar por qualquer coisa, mesmo que isso significasse ficar uns dias na prisão que é a minha casa.

Pelo menos eu não estaria sozinha e esses dias passariam tão rápido que eu mal notaria.

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Feliz Natal ou véspera de Natal seus gostosos.

24/12/2021. ❤

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