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Esforçamo-nos sempre para alcançar o proibido e desejamos o que nos é negado. — Ovídio.

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— Onde você vai agora? — Eric me pergunta e eu dou de ombros.

Não queria voltar para o quarto e ter que ver Cristina com o seu sorriso debochado. Aquilo tudo me tirava do sério às vezes e hoje, se ela debochasse eu partiria pra cima.

— Quer ir comigo num parque de diversões aqui perto? — Eric pergunta se levantando.

Lá fora começou a chover e eu me perguntei se terei algum parque funcionando com essa chuva toda.

— Vem, prometo que vai ser legal. — Eric estende sua mão e eu apego não pensando muito.

Eric me arrastou para fora da lanchonete e corremos sobre a chuva até seu carro.

Quando finalmente chegamos Eric procurava suas chaves sobre seu moletom apressadamente.

— Merda. — ele disse procurando entre os bolsos.

A chuva ia ficando cada vez mais forte e nós dois estávamos completamente enxarcados.

— Devo ter perdido. — ele deu um soco sobre o vidro da janela. — se importa de irmos a pé? — pergunta e eu nego sorrindo. — acha isso engraçado? — ele pergunta rindo assim como eu.

— Você perdeu a chave do carro mane. — respondo entre risos.

— Não só a chave do carro, mais a da minha casa também. — ele fala e eu sorrir mais ainda. — vou te dar uma lição.

Eric tentou se aproximar, mais eu corri gargalhando. Ele correu atrás de mim e ficamos um tempo nessa até ele finalmente me alcançar, me agarrando por trás.

Ele me vira, me fazendo ficar frente a frente com ele. Eric acaricia meu rosto e tira uma mecha solitária dele, ficamos nos encarando ali no estacionamento e embaixo da chuva parecia cena de um filme clichê.

— Fica comigo Chloe. — ele disse.

— Você namora com a Cristina. — digo.

Por mais que minha relação com ela esteja cada dia pior, eu não era fura olho.

— Nunca estive com ela, não do jeito que ela quer. — Eric aproxima nossos corpos e agarra minha cintura com força. — é você que eu quero!

E como se não fosse mais possível ele me beijou. Os lábios dele eram tão macios, Eric acelerou o beijo como se estivesse sedento e necessitado daquilo.
Ele me apertou em seus braços, paramos o beijo com alguns selinhos.

— Sabia que eu nunca beijei na chuva?! — ele diz. Ainda estou agarrada a ele e por mais que eu queira, não quero sair nunca mais dos braços dele.

— Eu te amo. — digo de uma vez o que estava entalado a tempos na garganta.

Talvez tenha sido precipitado, mas dane-se. Minha mãe sempre diz que devemos dizer o que sentimos, e eu sinto isso mesmo o conhecendo tão pouco.

Eric paralisou e me olhou sem esforçar nenhuma reação.

— Diz alguma coisa. — além da chuva, trovejava também. Não havia ninguém sobre as ruas, somente nós, duas almas perdidas e solitárias.

— Eu ainda não sei se é isso mesmo que sinto. — diz.

Fico um pouco triste.

Mais eu não poderia exigir algo assim vindo dele.

— Tudo bem. — saio de seus braços e tento correr os olhos sobre o vazio estacionamento a procura da minha bolsa. — podemos ir embora?

— Não, ainda vamos ao parque de diversões. — responde firme. Eric volta a me agarrar colando nossos lábios em um beijo lento. — não quero te magoar. — diz após nos separarmos. — só sinto que devo ir devagar com você.

Concordo, pego minha bolsa e nós dois seguimos caminho até o parque de diversões.


ProibidoOnde histórias criam vida. Descubra agora