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Quando acordei hoje de manhã, eu sabia quem eu era, mas acho que já mudei muitas vezes desde então. —    Alice no País das maravilhas, Lewis Carroll

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Depois que voltei do shopping, as meninas me esperavam na porta do meu quarto com um olhar de preocupação.

— Oi? — digo e coloco as sacolas no chão.

Elas me abraçam e mais uma vez fico sem entender.

— Você tá bem?? — Ana pergunta me olhando dos pés a cabeça.

— É claro que ela estar bem Ana, bem até demais. — Letícia aponta para as sacolas de compras sobre o chão. — pensávamos que tinha acontecido alguma com você Chloe. — ela continua.

Não queria ter preocupado as duas, eu só precisa de um tempo sozinha para colocar a cabeça no lugar.

— Estou bem, obrigada de verdade pela preocupação.

Abro a porta do quarto e as meninas me ajudam com as sacolas.

— Pensamos que Cristina estava com você. — Letícia diz. — todos nós sabemos o ranço que ela tem de você.

— Ela não me odeia. — digo.

— Odeia e agora que sabe de você e do Eric, é questão de tempo para ela se vingar. — Letícia diz.

Eu adoro minhas amigas de verdade, mas esse lance todo com a Cristina tá ficando muito chato.

— Por que você ainda não trocou de quarto Chloe? — Ana pergunta e eu dou de ombros.

Sinceramente eu gosto desse quarto. Ele é um dos poucos com uma vista maravilhosa, e também não consigo enxergar Cristina como uma ameaça.
Temos nossos altos e baixos, mas ela não faria mal algum a mim.

— Ela acha que Cristina é uma pessoa boa. — Letícia diz e vai para o corredor. — vamos embora Ana, deixa a Chloe quebrar a cara e descobrir sozinha por ela mesma.

Ana me olhou antes de sair e sussurrou um eu sinto muito.

Bufo.

O que mais poderia piorar?

.

No dia seguinte decidir mais uma vez que eu não iria para a aula, minha cabeça estava com um milhão de pensamento e não faria diferença se eu assistisse aula hoje.

Penso no meu pai e na pessoa que parece disposta a ruínar a carreira dele, quem teria tanto ódio do meu pai a esse ponto?

Meu celular toca e vejo na tela que é o Eric, talvez ele queira se desculpar ou falar igual a todos o quanto a Cristina não presta.

— Oi, Tampinha. — ele diz do outro lado da linha e meu coração se acelerou.

Eric conseguia me fazer perdoá-lo tão fácil.

— O que você quer? — pergunto tentando parecer grossa.

— Vem aqui na biblioteca? — meu plano hoje era de somente ficar deitada até esse dia horrível terminar. — vem tampinha, precisamos conversar.

— Tá bom.

— Tô no mesmo lugar de sempre, nos fundos. — e desliga.

Ótimo.

Me levanto com a maior coragem do mundo, tomo um banho, troco de roupa. Visto um short jeans um pouco folgado e uma casaco de moletom, coloquei algo simples até porque não pretendia ficar mais de trinta minutos.

Saio do dormitório a caminho da biblioteca que não ficava muito longe, vejo Daniel acenar para mim e vou até o mesmo.

— Oi sumida. — ele sorriu mostrando seus dentes perfeitamente alinhados.

Daniel hoje, diferente do outro dia estava arrumado e parando pra reparar nele Letícia tinha razão, ele é mesmo muito bonito.

— Oi. — digo.

— Onde você tá indo? — ele pergunta.

— Na biblioteca.

— Quer que eu vá com você? Estou indo até o refeitório e como fica no mesmo caminho...

Aceito logo de início. Desde o dia que o conheci, Daniel sempre foi muito gentil comigo.

— Então... — ele começa a falar enquanto caminhávamos. — eu soube ontem que vamos ter um baile.

Sempre pensei que a maioria dos bailes só acontecessem no ensino médio, mas parecia que a nossa universidade era diferentes das demais.

— O baile dos calouros — digo. — ouvir dizer que os calouros sempre pagam por uma prenda.

— E o que seria essa prenda, algo como jogarem tintas em nós? — sorrimos.

Realmente eu não conseguia imaginar a tal "prenda" dos calouros.

— Só iremos descobrir no dia. — respondo.

— Quer descobrir comigo? — Daniel pergunta e eu fico sem reação, não esperava que ele fosse me convidar para ir ao baile com ele.

Havíamos chegado na biblioteca antes que eu pudesse responder, e Daniel pareceu ficar um pouco sem graça.

— Posso pensar? Você me pegou de surpresa.

— Vai esperar aparecer um convite melhor?

— Não, bailes não fazem muito o tipo de programa que eu gosto. — comento.

— Ahh. — ele disse. — espero por você, se no final você me disser um sim.

Daniel e eu nos despedimos com um abraço e um beijo que ele me deu na bochecha.

Fico parada por alguns instantes o vendo sair e ir em direção ao refeitório, ele merece receber um sim.

ProibidoOnde histórias criam vida. Descubra agora