♥︎30

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— Sinto que todo mundo finge ser quem é, que, no fundo, somos todos igualmente ferrados. Alguns apenas escondem isso melhor que os outros. — É assim que acaba, Colleen hoover.

♥︎

No dia seguinte Eric e eu acordamos bem cedo, pela vontade dele nós voltaríamos no período da tarde, mas eu precisava arrumar minhas coisas e provavelmente meu quarto estava uma bagunça.

— por que não me contou que o Gabriel é praticamente seu irmão adotivo? — pergunto.

Eric havia acabado de sair do banho e eu arrumava a cama em que havíamos dormindo juntos.

— Porque não achei que isso fosse importante. — diz simplesmente.

— Você não me conta nada sobre você ou do seu passado, queria saber mais sobre sua vida.

Mesmo eu sabendo que era difícil para ele se abrir, eu queria no mínimo saber o básico sobre o mesmo. As únicas coisas que sei sobre Eric é que, o pai morreu de uma negligência médica e que ele tem um passado um pouco conturbado.

— O que você quer saber sobre mim? — ele diz secando seu cabelo na toalha de banho.

— Seu nome completo? — pergunto e ele sorrir como se aquele pergunta fosse a mais idiota.

— Eric Lima Gonçalves.

— Cor favorita? — volto a perguntar.

Por mais que essas perguntas soasse como bobas, eu gostaria de saber tudo sobre ele.

— Preto. — responde. — combina com tudo e sempre se destaca.

— Comida favorita?

— Pizza.

Estava prestes a fazer novas perguntas, quando Gabriel bate na bota e chama por Eric por alguns minutos.

Me sento sobre a beirada da cama e penso nas loucuras que aconteceram essa semana. Cristina me odiava e odiava toda minha família, porque segundo ela meu pai foi negligente com sua mãe.

Nunca soube de uma morte sequer que meu pai havia provocado em algum paciente, ele sempre fora tão cuidado aparentemente. Eric retorna ao quarto e derrepente penso na conversa que tivera com Gabriel outro dia, e se o mesmo médico que matou o pai de Eric for o meu pai?

Não.

Eric me contaria se suspeita-se de algo assim, nós estamos tão próximos que acho que isso não é motivo para manter em segredo.

— Tá pensando em que? — Eric se senta ao meu lado e deposita um breve beijo em meu pescoço.

— Nada meu bem. — tento transparecer o mais sincera possível.

— Posso chamar um uber para nos levar de volta ao campus? — pergunta e eu apenas assinto.

Derrepente tudo me pareceu tão estranho, na história que Eric me contou sobre o seu pai e de como ele sabia tudo sobre minha família.

" — Ele foi morto por um canalha."

"— Eu vi algumas matérias sobre sua família. — Eric diz e eu fico surpresa.

— O que descobriu sobre nós apenas olhando as matérias?

— Seu pai Leandro Felipe é um homem muito famoso e aparentemente todos os conhece como um ótimo médico. — Era estranho falar do meu pai com outra pessoa, ainda mais com Eric. — alguma vez ele cometeu algum erro com um paciente?

— Não, meu pai nunca cometeu erros. — digo.

— Você não sabe.

— Meu pai pode ser tudo, mais nunca cometeu erros com os pacientes dele. "

Parecia até que ele já me conhecia, mesmo somente vendo algumas matérias sobre minha família, coisas que nem a mídia foi capaz de descobrir.

Para Chloe, tudo isso é coisa da sua cabeça. Eric te contaria se isso fosse verdade.

.

No caminho de volta fiquei inquieta, tudo ainda martelava na minha cabeça como se fosse um filme. Eu precisava conversar com minhas amigas e ver se elas também achavam o mesmo, ou se eu era a única louca.

Quando finalmente chegamos ao estacionamento, me despeço de Eric com apenas um selinho e saio quase que correndo para o dormitório.

Ao chegar no elevador me esbarro em Daniel que deixou cair algumas folhas sobre o chão.

— Desculpa Dan. — digo e me abaixo para ajudá-lo.

— Sem problemas Chloe. — ele responde se levantando e ajeitando as folhas. — o que aconteceu? Você parece tensa.

— Nada, eu só preciso ir para o meu quarto. — digo e entro para o elevador de pressa.

— Posso te acompanhar? — Daniel pergunta e eu apenas concordo, ele entra comigo no elevador e aperta o botão do meu andar. Levaria alguns minutinhos até finalmente chegarmos ao último andar do prédio. — me desculpe não ter te ligado, aconteceram tantas coisas nesse curto tempo.

— Você não faz ideia.

Se Eric conhece minha família e se o meu pai for mesmo o homem que matou o pai dele, então ele só tá comigo por pura vingança? Eu não passo apenas de uma distração para ele chegar até o meu pai e ele conseguiu.

— Chloe tô falando com você. — Daniel chama minha atenção e percebo que estou completamente perdida. — Você hoje tá mesmo viajando no mundo da lua.

— Desculpe, o que disse antes de eu viajar? — pergunto e Daniel sorrir, não consigo retribuir o sorriso e tão pouco me esforçar para isso acontecer.

— Se você quer sair comigo essa semana.

O elevador finalmente para no meu andar e eu saio apenas dizendo a Daniel.

— Desculpe, falo com você depois.

Quando finalmente entro no meu quarto percebo a bagunça em que havia o deixado, as coisas de Cristina não se encontravam mais ali e tudo que havia era apenas a cama com o colchão. Letícia me disse que Cristina junto com as outras garotas haviam sido expulsas, o que de certa forma foi bem justo.

A facada na minha perna doía bem pouco e agora o que apenas incomodava era a incerteza de Eric ter me usado.

Procuro pelo telefone fixo grudado na parede ao lado da porta do banheiro e digito o número do meu pai. Se isso realmente aconteceu, meu pai corre perigo.

— Alô. — meu pai atende no segundo toque e eu me alivio por escutar sua voz.

— Pai, será que você poderia vim até o campus? — digo sentindo o nó se forma em minha garganta. — precisamos conversar..

.

Estamos na reta final.

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Sou um amor de pessoa :)

ProibidoOnde histórias criam vida. Descubra agora