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E nesse momento, eu juro, nós somos infinitos.As vantagens de ser invisível.

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Chloe

Estava sozinha no meu quarto quando meus pais entraram, era óbvio que eles vinheram para conversar sobre mais cedo.

Meu pai não era um homem das cavernas, mas também não seria de um dia para noite que ele mudaria sua cabeça e o modo de pensar.

— Querida? — minha mãe me chama, eu estava sentada sobre a escrivaninha mexendo no computador enquanto eles invadiram meu quarto.

— Podemos conversar Chloe? — papai pergunta e eu apenas balanço minha cabeça em afirmativo. — hoje mais cedo... — ele respira várias vezes antes de prosseguir — sua mãe e eu não gostamos do que ouvimos.

— Filha, eu sei que você tá na idade de descobrir e de experimentar coisas novas, mas o que as pessoas vão falar? — minha mãe passa suas mãos sobre meus ombros e eu me encho de interrogações.

— Mãe, eu e o Eric não fizemos nada demais, eu tenho vinte anos já — digo. — Vocês dois estão cansados de fazer isso também.

— Sua mãe e eu somos casados Chloe e você e o Eric são o que?? Amigos ficantes? — meu pai se altera um pouco.

— Pai, por favor.

Tento explicar, mas meu pai pareceu não querer mais me ouvir e minha mãe tentava a todo custo contornar a situação.

— Chloe, você é mulher! Uma mulher não pode receber o namorado, ficante ou amigo no seu quarto. Se você fosse homem as coisas seriam diferentes, porque aí seria tudo bem. — olho para o meu pai não imaginando no que ele acabará de dizer.

— Que comentário mais machista pai, então quer dizer que homem pode e mulher não pode?!

— É! Com homem as coisas são diferentes, mulher fica mal falada e leva fama de puta na primeira oportunidade. — Meu pai continuava a dizer.

— O mundo evoluiu, mas tô vendo que sua cabeça continua no passado. — com lágrimas nos olhos me levanto e tiro do armário minha mala ainda com todas as minhas roupas nela. — vou voltar para a faculdade.

— Não meu amor. — mamãe tenta me fazer colocar a mala no lugar, mas eu já estava decidida. — não fico mais aqui um segundo mãe, você escutou o comentário que ele fez?

Eric apareceu sobre a porta e viu toda a nossa discussão.

— Agora ela quer voltar para a faculdade e vive igual essas garotas vulgar. — papai agarra meu braço me machucando um pouco. — Você não vai sujar o meu nome garota.

— Ta me machucando. — exclamo.

— Solta ela! — Eric diz e vai para cima do meu pai o fazendo me soltar e o empurrando sobre a cama.

— Não devia ter feito isso garoto. — Meu pai o ameaça, Eric e eu nos entreolhamos e saímos correndo pelo quarto a fora descendo as escadas feito dois loucos.

Olho para trás inúmeras vezes apenas ouvindo os gritos do meu pai sobre nós.

— Vamos Chloe. — Eric e eu corríamos sem parar.

Eu estava com medo, mas a outra parte de mim não estava nem aí para o que poderia acontecer a seguir.

Eric segurou a minha mão e não a soltou em nenhum momento e eu me agarrei sobre ela não querendo soltá-lo também.

Quando finalmente nos encontramos do lado de fora do jardim, nós dois olhamos para o enorme portão que ficava sobre o quintal que dava para a rua.

— E agora? — pergunto a Eric que me olhou com um sorriso no rosto.

— Agora a gente escala e pula. — diz.

— O QUE?? — Analiso bem o seu rosto para procurar por algum vestígio de zoação. — É muito alto.

— Você nunca subiu em árvores? — pergunta e eu nego. — sua sem infância.

Derrepente a voz do meu pai voltou a soar sobre nossos ouvidos, e dois seguranças vinheram correndo até nós dois.

— Vamos Chloe. — Eric começa a escalar e sem mais perguntas o acompanho.

Quando chegamos do outro lado ainda pendurados sobre o portão, olhei para trás e vi minha mãe aos prantos.

Não queria deixá-la preocupada e nem tampouco desesperada por minha causa. Ligaria para a mesma assim que chegasse ao dormitório.

— Pronta pra pular? — Eric me perguntou e eu apenas pulei sem o esperar, minha perna doeu horrores por causa da facada que havia levado algumas horas atrás.

Mas mesmo assim, eu me sentia tão viva, nunca tinha feito nada assim e nunca tinha desafiado a autoridade do meu pai nesse ponto, mesmo sabendo que ele não deixaria isso barato.

Eric voltou a pegar nas minhas mãos e voltamos a correr como dois loucos.

.

Depois de alguns minutos correndo, Eric e eu paramos em um lugar aleatório e gargalhamos juntos.

— Você é louco. — digo enquanto tentava recuperar o meu fôlego. — deixamos todas as nossas coisas lá e agora? — pergunto.

— Só deixei as roupas, tudo que eu preciso estar bem aqui. — ele tira o celular do bolso.

— Louco! — volto a dizer.

— Por você.

Fiquei sem graça, ele nunca tinha falado desse jeito.

— O que faremos agora? — tento mudar de assunto.

— Iremos na surpresa que eu planejei para você, antes passaremos em algum supermercado para compramos as coisas. — Eric diz. — consegue andar? — pergunta e eu respondo que sim.

E mesmo assim ele me pegou nos braços e me carregou até a nossa parada antes do destino final.

ProibidoOnde histórias criam vida. Descubra agora