- Capítulo 39 -

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O tempo passava e as duas se sentiam mais próximas, a intimidade entre elas era cada vez maior. O campeonato italiano encerrou sua 1ª fase (turno) e iria iniciar sua 2ª fase (returno). Já pela CL, o Pesaro foi derrotado duas vezes no playoff e estava fora. Houve a votação para o "all star game" e, tanto Mari quanto Sheilla estavam na lista de mais votadas.

No dia 18.02, a 2ª fase do italiano começava e o Pesaro ganhou do Padova. As meninas ficaram felizes com a vitória, mas ainda estavam para baixo com as derrotas pela CL. Sheilla tentava levantar a moral de Mari, que estava para baixo com o fato de achar que não estava bem. A loira não acreditava que suas tentativas em melhorar no passe adiantavam tanto quanto ela queria.

M: Acha que se eu continuar assim o Zé vai me convocar? - ela andava pensativa há dias e a morena a olhou seriamente, pensando se falava ou não o que realmente estava acontecendo ali.

S: Você quer que eu apenas diga "sim ou não" ou quer minha opinião verdadeira sobre essa situação toda? - a loira a olhou surpresa, não entendeu muito bem o que Sheilla estava querendo dizer.

-- Bem...acho que sua opinião verdadeira sobre tudo seria ótimo. - seu tom era divertido, tentando esconder o nervosismo súbito que a invadiu. Será que a oposto achava que ela estava tão ruim assim?

A morena suspirou, tentava buscar as palavras corretas. -- Não gosto de me meter na sua relação com o Zé porque sei que você o considera pra caramba, mas de uns tempos pra cá eu não acho que a atitude dele vem sendo a esperada pra alguém que tem zelo e carinho por você... - e suspirou triste, vendo como Mari a olhava um pouco espantada. -- Amor, o Zé tomou pra si a decisão de te mudar de posição. Eu sei que você aceitou o desafio, mas a verdade é que ele só está pensando nele e na seleção. Ele parece não se importar tanto com você e...

-- Você acha isso?! Mesmo?! - cortou um tanto surpresa demais, pra dizer o mínimo. A morena encolheu os ombros.

-- Eu acho. - Mari pareceu pensar, ela definitivamente não esperava por isso. -- Ele te propôs essa mudança e fez você pensar que era o melhor pra você, mas não é. Você podia muito bem disputar posição comigo. Por mais que nós duas nos envolvemos depois e não queremos ter que disputar, quando ele te propôs não tínhamos nada e ele ficou meses sem saber da gente...então ele não tá sendo bonzinho. - Mari sentou com uma expressão nada boa no rosto. -- Basta olhar pro grupo no geral, Mari! Não temos uma oposto reserva experiente, só a Joycinha...que é uma promessa ainda, uma menina. Agora olha pro número de ponteiras que temos, várias! O que ele quer é que você seja um coringa. Você é experiente. Poderia me substituir como oposta e também jogar na ponta. Isso resolveria todos os problemas dele. - a morena pensou se concluía ou não o pensamento, mas se Mari perguntou, ela teria toda a verdade sob seu olhar. -- Você tá cada vez melhor na recepção e além de tudo seu desempenho nesse fundamento está bem mais constante...mesmo que esteja focada na recepção durante os jogos, seu ataque ainda supera o de qualquer outra ponteira da seleção atualmente. Só você ataca bem em todas as posições e você sabe disso tão bem quanto eu...o problema é que as cobranças do Zé têm sido tão intensas pra cima de você que você não tá conseguindo ver como tem evoluído e como tem sido absurda esse cobrança dele.

Mari respirou fundo. Nunca tinha avaliado as coisas por essa perspectiva. Era possível que Zé só a estivesse usando? Sheilla recostou sua cabeça no peito da sua mulher como uma forma de amenizar o que acabara de falar, e Mari a abraçou. A morena sabia que aquilo não estava certo e que Mari parecia cega pela confiança e carinho que tinha por Zé. Não queria se intrometer entre os dois, mas até já tinha conversado com as meninas do Pesaro sobre o que Zé estava fazendo e as meninas tinham a mesma impressão. Essa cobrança era totalmente incompatível com as atuações que Mari estava fazendo.

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