- Capítulo 10 -

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***nota***

Capítulo pequeno. Apenas para inciarmos no próximo uma nova fase.

*** fim da nota***

Mari entrou no apartamento, Sheilla que estava na sala esperando por ela, deu um pulo do sofá. Mari viu a morena de pé, olhando para ela com os braços cruzados abaixo dos seios e o semblante apreensivo. A loira arriscaria dizer que Sheilla estava brava. Talvez se sua chateação não fosse tamanha, poderia admitir para si o quanto a morena ficava atraente daquela maneira.

Sheilla soltou um suspiro pesado ao ver a quietude e a cara de paisagem da loira. Apertou a mandíbula, cerrou os olhos e jogou as mãos ao lado do corpo de forma quase teatral. - Já estava preocupada porque o supermercado é aqui do lado e você demorou muito - a morena gesticulava - além disso, achei seu celular, ele estava com as sacolas na cozinha. - revirou os olhos.

Mari sorriu amarelo - Achou? Que ótimo! Vou agora colocar para carregar. - disse já se retirando da sala.

Sheilla revirou os olhos e soltou um suspiro cansada. - Já o coloquei para recarregar.

Mari travou no lugar, respirou resignada. Queria fugir da morena, mas não tinha desculpa qualquer.

S: Vem! Você estava com fome, vou esquentar a comida. - o tom de Sheilla era fofo, quase uma súplica.

Mari concordou com a cabeça. - Vou trocar de roupa. Já venho.

Agora Sheilla não tinha mais qualquer dúvida de que Mari ouviu sua conversa telefônica. Na verdade, nunca teve, só estava tentando mentir para si mesmo. A loira a olhava com uma cara de tristeza e decepção. A morena estava quase sentando no sofá e chorando. Queria retroceder no tempo e ter resolvido fazer aquela ligação em outro momento.

Mari percebeu que Sheilla estava querendo ajeitar as coisas arrumando a mesa do jantar, sorrindo, sendo toda fofa, mas não conseguia disfarçar a apreensão. A loira notou que a morena a fitava com um olhar temeroso, de quem sabia que uma bomba estava próxima de explodir e orava aos céus para que isso não acontecesse. Foi esse olhar que tornou claro para a loira a total falta de pretensão da morena de conversar sobre o ocorrido.

Mari voltou para sala, sentou à mesa para comer, Sheilla fez o mesmo, as duas não falavam nada, o silêncio era incômodo. A loira estava magoada, mas conformada com a situação, já Sheilla estava envergonhada, e com medo da reação de Mari.

Assim que acabou de comer, a loira pediu licença e saiu da mesa, Sheilla só a olhava com cara de quem estava prestes a chorar. Mari apesar de parecer não ter olhado para a morena, percebeu de rabo de olho sua expressão. A loira sabia que era difícil para oposto também, mas não iria de formar alguma procurar amenizar a situação. Aquele papel não era dela.

.

Mari via um filme deitada em sua cama, ela estava compenetrada na história, esqueceu por longos minutos dos problemas.

Sheilla tentou se distrair arrumando a mesa de jantar e cozinha. Ao terminar, deu um longo suspiro e foi para o quarto de Mari. Precisava fazer alguma coisa, qualquer coisa, para colocar um fim naquele distanciamento todo.

A morena bateu à porta, que estava encostada. Mari murmurou para que ela entrasse. A porta foi aberta e nossa protagonista entrou receosa, parando próxima a cama, olhando para a loira com um olhar de que clamava por perdão.

A oposto olhou em volta analisando o que a loira estava fazendo, Mari alternava o olhar entre o filme e Sheilla.

S: Posso deitar aqui para ver tv também?

Mari deu de ombros, fez que sim com a cabeça e se ajeitou na cama. A oposto sentiu vontade de rir daquilo. Tinha certeza que em outra situação, teria gargalhado com o quanto a loira pareceu uma criança com aquelas atitudes.

Sheilla deitou na cama, ficando o mais perto possível da loira. Mari chegou um pouco para o lado contrário. A morena sorriu olhando para baixo e se aproximou de novo dela e a loira a olhou com cara de questionamento, mas nitidamente prendia o sorriso. Sabia bem o quanto suas atitudes estavam parecendo infantis. E a quem queria negar? Estava se roendo de saudades da morena.

Sheilla percebeu o sorriso, abaixou a cabeça e logo fingiu prestar atenção no filme, Mari realmente prestava atenção e voltou a viajar com a história. Alguns minutos depois, Sheilla se ajeitou na cama encostando em Mari, que continuou com os olhos no filme.

Não demorou muito para o filme acabar, Mari bufava irritada pelo final ridículo do filme. Sheilla achou a cena linda, e abriu um sorriso enorme. A loira era linda e às vezes a morena não entendia como simples gestos a deixava ainda mais encantadora.

Foi então q Sheilla colocou sua mão sobre uma das mãos de Mari e ficou segurando a mão dela. A loira ficou olhando para as suas mãos unidas e dessa com um olhar terno, carinhoso. Sheilla amava aquele olhar, ele dizia tudo o que ela precisava. Sorrindo de um jeito tímido, a morena entrelaçou seus dedos aos da outra e apertou como quem dizia que estava ali e que estavam juntas.

Quando Mari sentiu Sheilla entrelaçando os dedos aos seus, apertando forte, suspirou baixinho. A quem ela queria enganar? Não é como se ela estivesse sendo enganada ali? Ela sempre soube da vida de Sheilla.

A loira olhava e não se importava com o que seu olhar dizia, mas sabia que era apaixonado, porque não conseguia olhar para morena de outra forma naquele momento. Ela estava irremediavelmente louca pela oposta.

Sheilla sorriu e Mari levou a mão de Sheilla ainda entrelaçada a sua até seu rosto e passou de leve sua mão nele, beijando-a em seguida. O carinho foi feito sem que o olhar da loira desviasse do intenso olhar de Sheilla.

S: Sou apaixonada por você! E não quero que duvide disso nem por segundos. - a voz da oposto estava emocionada.

Mari sorriu de forma fofa, ajeitou-se na cama, e levou sua mão livre até o cabelo de Sheilla, passou a mão por ele, ainda a olhando nos olhos. A morena não conseguia parar de sorrir. Metade da causa daquele sorriso era alívio, a outra metade paixão.

Mari lhe beijou o pescoço e Sheilla passou a mão nos cabelos dela. Quando milímetros separavam seus lábios, a loira deu aquele meio sorriso, piscando o olho de um jeito fofo e beijando seus lábios.

.

Sheilla amava como Mari a olhava, como sorria, como a tocava, a beijava. A morena amava tudo sobre a outra mulher e se entregava a uma força quase magnética que Mari parecia exercer sobre ela. Não tinha porque não ficar entregue, ela não conseguia disfarçar, não conseguia não estar perto dela. Sheilla achava tudo isso tão louco, ela não sabia como lidar com tudo isso, não tinha controle sobre seu corpo, seus pensamentos.

Mari a beijava, sentia sua pele, seus fios de cabelo encostando em seu rosto e pensava que estava realmente perdida, não sabia o que Sheilla havia feito, só sabia que ela a tinha, que era ela e mais ninguém quem ocupava seus pensamentos, seus planos, seus desejos.

Sheilla sentia que Mari estava cada vez mais apaixonada por ela, ela não era de falar, de fazer declarações, mas seus gestos, seus olhares, beijos e toques, não mentiam. Ela sabia que Mari estava ali e seu coração era dela.

Mari a puxou um pouco mais para baixo na cama, as duas tiravam suas roupas de forma afoita. Mari pegou as duas mãos de Sheilla e as levou para cima de sua cabeça. Deitou seu corpo lentamente sobre o da morena, e levou entrelaçou suas mãos as dela. Beijava seu pescoço, seu colo, sua boca e descia beijando o corpo de Sheilla de um jeito faminto.

Elas ficaram ali, revezando nas posições e no domínio de uma transa que misturava paixão e desejo. Já não havia espaço para pudores, vergonha e timidez entre elas.

CLOSEROnde histórias criam vida. Descubra agora