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Quando saíram da sala de conferência, Sheilla esperou que elas estivessem longe o suficiente para falar com Mari com privacidade. A loira, por sua vez, estava quieta porque não sabia o que falar depois de tudo que Sheilla tinha acabado de escutar. Ela não queria começar explicando algo sem a morena questionar nada, muito menos puxar qualquer assunto como se nada de significativo tivesse sido dito. Mari sabia bem que seu passado ainda seria assunto recorrente na relação delas e que ela teria de ser paciente com a morena.
Sheilla puxou a loira pelo braço, fazendo-a parar e olhar para ela, a morena carregava uma expressão irritada no rosto.
S: Aquilo tudo era verdade? Você realmente era assim com a Dani?
Mari a olhou assustada. Sabia que aquilo tudo era insegurança, medo de ser uma nova Dani.
M: No começo eu não fazia isso, eu gostava dela, mas quando passei a não gostar, comecei a fazer isso e sim, muitas pessoas sabiam, todos achavam que até ela sempre soube, mas que não me confrontava por medo de me perder. E não, eu não gostava disso, não achava e não acho o que eu fazia certo. Sei que errei e a magoei de quase todas as formas possíveis. – o tom era envergonhado, com uma pitada de insegurança pelo que a morena poderia pensar.
Sheilla ficou sem reação por alguns segundos, ela não esperava que Mari falasse isso de forma tão sincera e muito menos com cara de arrependida e envergonhada. A loira a olhava esperando que ela dissesse algo.
S: Porque então deixa as pessoas pensarem que você gostava de fazer isso? Porque não fala que errou e que lamenta e acaba com o assunto quando ele surge? Porque ficar dando corda para as pessoas pensarem isso de você? – disse em tom irritado, enquanto gesticulava.
Mari ficou olhando para ela. Séria, distante, pensativa e não respondia, só a olhava sem saber o que dizer ao certo.
S: Não vai me responder?
M: Não costumo me abrir para as pessoas, ta bem¿ Quem me conhece sabe de mim, sabe quem sou e é isso que me importa! Não ligo para o que vão pensar de mim, ligo para as pessoas que me importam, que sei que se importam comigo. – o tom da loira era triste.
S: Isso é bem imaturo, Mari! Isso ainda pode prejudicar você! Alimentar essa reputação pode até destruir sua carreira, sabia¿ Eu nã...
M: As pessoas têm razão de pensar que sou uma sacana, porque eu fui! – a loira interrompeu a oposta - mas não sabem meus motivos para isso, tá bom¿ Era o que queria saber, Sheilla¿ A verdade é que prefiro que me rotulem de escrota, do que acharem que faço isso porque já tive o coração destroçado também! – a loira enfim soltou uma das coisas que pouquíssimas pessoas sabiam sobre sua história.
Sheilla se assustou. Olhou para Mari com olhos arregalados, sem saber o que pensar.- Como assim...Fizeram isso com você? Eu não en...
M: Eu era muito nova! – a loira a interrompeu novamente - Foi antes da Dani. Não gosto de falar do assunto. Se puder compreender, eu ficarei aliviada. – disse querendo fugir do assunto.
Sheilla a com carinho e estranheza, pela primeira vez via que Mari estava sentido uma ferida ainda aberta, pela primeira vez enxergava de fato uma fraqueza nela. Sabia que aquele momento era importante para as duas, porque a loira estava se abrindo, estava sendo sincera e isso significava muito para ela.
Sheilla suspirou de forma triste e resignada. - Tá tudo bem. Eu não sabia disso, nem desconfiava. Não vamos falar mais disso, ok¿ Seu passado é exatamente isso, passado.
Mari sorriu para ela com ar ainda meio triste. Sabia que estava longe da morena deixar o seu passado verdadeiramente para trás, entendia isso inclusive, entendia o medo que sua fama de pegadora causava na oposta, mas bastava para ela se ao menos esse passado, Sheilla esquecesse de fato.
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CLOSER
RomanceShari, durante anos, foi um dos casais gays mais comentados do esporte mundial. Tido por alguns como o primeiro grande ship lésbico brasileiro, o namoro começou em 2006 e causou um furacão de acontecimentos e desdobramentos, não apenas na vida pesso...