- Capítulo 51 -

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A primeira coisa que Mari fez depois de tomar banho foi ir até seu quarto falar com Sheilla. A ponteira estava com uma cara de quem não tinha dormido, caminhando no corredor quando encontrou Fabi e Carol G.

-- Hey, loira...você vai contar o que aconteceu? Somos só nós aqui. - Gattaz estava pasma com a reação da morena na noite anterior.

Mari olhou para as duas em um misto de vergonha e culpa.

-- Ela não sabia que eu tinha dormido na tua casa, Fabi. - revelou. As duas abriram os olhos em surpresa. -- No começo eu achei que não tinha importância nenhuma dormir por lá, mas confesso que depois fiquei pensando..e do jeito que a Sheilla é, preferi não contar.

-- Que merda! - Carol soltou sem pensar. Não precisava ser genial para saber que tinha sido mancada.

-- Porra, Mari! - Fabi reclamou em um quase suspiro. -- As meninas tavam lá também, não teria motivo nenhum pra Sheilla ficar achando besteira, mas esconder não é bem o melhor caminho, né?

A loira suspirou um tanto cabisbaixa. Os ombros encolhendo por saber que ambas as amigas tinham razão.

-- Eu sei. - a voz chateada consigo mesma. -- Pra ser justa com ela, acho que ter escondido a chateou muito mais do que eu ter dormido na tua casa.

-- Cara...- Carol negou. -- Isso meio que tem que parar.

As duas mulheres olharam para ela. Fabi revirou os olhos e Mari estava se sentindo um pouco perdida com o quase desabafo.

-- Isso o que?

-- Essas brigas de vocês. - Fabi contou de imediato. Para a líbero, havia passado da hora de terem essa conversa. -- Não leva o que a gente vai falar da pior forma, mas o grupo sente. Ontem o clima melou totalmente.

Mari fechou os olhos fortemente, negando com a cabeça sem saber o que dizer. Era verdade. Ela sabia que sim.

-- Eu percebi. - confessou, seus olhos encarando as duas amigas um tanto sem graça. -- Lembra quando a gente ficava pensando como seria foda ficar de casal de verdade e jogando juntas na seleção? - elas assentiram, pequenos sorrisos aparecendo por lembrar de um passado pra lá de sonhador. -- A gente foi levantando diversos fatos positivos, vocês lembram? - as duas assentiram e a loira encolheu os ombros. --...acontece que tem um monte de coisas que a gente não cogitou porque tudo o que nós três imaginávamos era safadeza e as partes leves e bobas e gostosas de estar com alguém num ambiente como esse...mas não pensamos em como tudo poderia ficar insustentável rápido demais. - deu de ombros. -- A Sheilla tem o poder de me desestabilizar completamente. É muito difícil manter meu psicológico saudável em situações como essa e é muito difícil manter uma relação saudável num ambiente como esse.

-- Não é assim na Itália, né? - Fabi quis saber e Mari negou.

-- Então porque tem que ser desse jeito na seleção, loira? - Carol questionou.

-- Foi assim na Itália por um tempinho...no início. - confessou. -- Um pouco caótico, altos e baixos, mas à medida que fomos nos enturmando as coisas melhoraram. - foi sincera.

-- Vocês nos conhecem há anos! - Carol disse. -- Tudo bem que a Sheilla chegou depois e não tivemos muito tempo pra conhecer super bem porque ela é mais na dela, mas ainda assim...nós tínhamos contato nas superligas anteriores, mesmo que pouco por ela jogar no Minas.

Mari negou. -- Aqui no grupo, tirando vocês que são mais próximas...todo mundo me vê de um jeito e vê a Sheilla de outro. Nós duas somos meio que esteriótipos. Eu sou a gay sem vergonha e ela a princesinha hétero que tá curtindo comigo uma novidade. - as meninas riram e Mari revirou os olhos, um meio sorriso aparecendo. -- É sério! Eu já escutei uns absurdos por aqui, desde que as pessoas foram descobrindo sobre a gente...sempre nos olharam com desconfiança. Tem gente que acha que sou péssima influência pra ela, que tô brincando com ela, tem gente que acha que eu sou só uma curiosidade na vida da She, que ela tá só experimentando ou magoada pelo noivado não ter dado certo.

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