Módulo III: um final e alguns inícios

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No outro dia, após os treinos, Sheilla foi para seu quarto descançar e pensar. Ela sabia que amava Mari e que de qualquer forma teria de falar com Léo e com sua família sobre o que estava acontecendo.

Nos últimos, a oposto percebeu que não teria como deixar de fazer isso, ela tinha certeza do que sentia há tempos, e sabia que Mari sentia o mesmo. O único problema é que elas estavam no meio de uma concentração, preparando-se para um campeonato especial, que só acontecia de quatro em quatro anos. Sheilla entendia muito bem como a conquista desse título era importante para a seleção, para Mari e para ela.

Por mais que buscasse soluções, não achava jeito de terminar com Léo e contar para sua família no meio daquilo tudo. Ela com certeza ficaria abalada porque terminando com o noivado, sua família iria querer saber o motivo, e ela teria de contar sobre ela e Mari, pois nunca foi de mentir para eles, era uma das coisas que mais detestava. Então, resolveu que conversaria com Mari para que juntas pudessem encontrar uma solução, ela estava disposta a terminar com Léo, mas isso não poderia imediatamente. Existiam prioridades e responsabilidades que elas deveriam assumir, o compromisso com a seleção era o principal no momento e Sheilla jamais iria prejudicar o time e muito menos a Mari nisso tudo.

Sheilla tinha medo da loira não aceitar, mas era aquilo que realmente achava o correto a ser feito. Era o mais justo para todos.

Mari já não sabia o que esperar, Sheilla parecia não entender o óbvio, ela só queria que a oposta mostrasse para ela que terminaria com Léo, não estava pedindo nada demais, só queria uma posição de Sheilla em relação a seu noivado.

Já era noite, e Sheilla ainda não havia conseguido um momento para falar com Mari. Ela continuava desolada, mas parecia mais forte, estava decidida, não ficava mais pelos cantos chorando. Ela se sentia diferente porque agora tinha de fato pensado e decidido sobre seu noivado, sabia o que queria fazer em relação a tudo, só faltava conversar com Mari.

A loira notou que Sheilla parecia melhor, parecia diferente também. Não estava mais tão frágil, tão na defensiva quanto as brincadeiras das meninas. Mari ficou observando, nenhum passo da oposta passava desapercebido. Mari gostava tanto da morena que nem acreditava naquele sentimento todo. Ver Sheilla mal, mesmo que ela merecesse passar por isso pelas escolhas recentes que fez, deixava-a mal também.

Sheilla não via a hora de falar com Mari. Mas ela nunca estava sozinha. Sheilla virou para a Fabiana e perguntou se a meio poderia ir com ela no quarto delas buscar um casaco, pois sentia frio. Fabiana fez que sim e as duas foram. Mari ficou olhando.

S: Fabizona, não quero pegar casaco nenhum!Mas é que eu já não aguento, quero falar com a Mari e as pessoas não desgrudam dela.

Fabiana olhou para ela e começou a rir.

S: O que foi? - disse sem entender.

F: Sheilla, se você quer falar com a Mari vá e peça para falar com ela. Corra atrás, Sheilla. Você vai ficar esperando a Mari estar sozinha para se resolver com ela? Chega de esperar, né? Vocês já esperaram muito para um monte de coisas. - disse não acreditando que isso era a única coisa que impedia Sheilla de falar com Mari.

S: Ai, morro de vergonha. E se ela falar que não na frente de todo mundo? - disse com receio.

F: Ela não fará isso com você. Ela não quer te magoar, Sheilla. E se fizer, você ao menos tentou. - disse achando aquela atitude de Sheilla meio infantil.

S: É. Você tem razão. Estou agindo feito idiota!Vou chamá-la para conversar! - disse decidida.

Elas foram pegar o casaco e voltaram. Assim que chegou no quarto Sheilla olhava para Mari fixamente. Todas perceberam, inclusive Mari que olhou para ela em tom de interrogação.

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