O time estava reunido na sala de conferência do Centro de Treinamento da Seleção em Saquarema, conversavam animadas, em clima de total descontração. Sheilla e Mari entraram na sala e todas olharam para as duas.
A morena sorriu tímida, estava nervosa achando que todas já sabiam sobre seu envolvimento com Mari, mas disfarçava o nervosismo. Já a loira sorriu com saudade das menina e mais uma vez demonstrou para Sheilla o quão era mais hábil do que ela em lidar com a situação.
M: Oi pessoal. Como estão? – disse indo falar com todas.
Sheilla também as abraçava e dizia estar feliz em vê-las. As meninas ficaram olhando para elas, sentiram um desconforto por parte da morena, que visivelmente evitava olhar nos olhos das demais. Mari parecia feliz, embora também estivesse um pouco desconcertada. Talvez poucas delas notaram o desconcerto, mas obviamente não passou desapercebido pelas jogadoras mais próximas da loira.
Fabizinha: Mari, senti saudades! Vem me dá um abraço. – disse toda fofa, feliz em rever a amiga.
Sheilla a olhou de um jeito estranho, mas rapidamente disfarçou e olhou para Mari dando um nítido recado com o olhar. A loira disfarçou do jeito que conseguiu e prontamente foi na direção de Fabi, abraçando-a e levantando a amiga do chão.
M: Senti saudades também, Fabizinha. O que tu andou aprontando por esses dias? – a loira sorriu curiosa, imaginando as peripécias que a amiga aprontou.
Sheilla não gostou da receptividade de Mari, no entendimento dela, não precisava a loira ter abraçado e levantado Fabi daquele jeito.
As meninas aproveitaram a pergunta de Mari e começaram a perguntar para Fabi o que ela havia feito. A líbero sempre teve excelentes histórias, que por vezes animaram as conversas na concentração. Fabi sorriu maliciosa e animada, ela sempre gostou bastante de ser o centro das atenções. Todas sentaram para ouvir as histórias que ela contaria, sabendo que o jeito da líbero sempre fazia com que outras atletas acabassem contando suas próprias histórias e causos em dias de folga.
F: Então – ela riu lembrando de algumas cenas que aconteceram durante seus dias de folga - saí todos os dias, fui praquela boate na Barra que a gente já foi, Mari. Tu lembra?
A loira começou a rir e acenar positivamente com a cabeça. Sabia bem a qual boate ela se referia.
Paula: Qual boate? Aquela que vocês frequentavam depois dos jogos aqui no Rio e que às vezes me carregavam junto? – disse rindo como se lembrasse das histórias.
Gattaz: Ai, ai...já sei que virão relatos emocionantes. – disse zoando.
M: Não é essa Paula, essa é outra que a gente foi esse ano, aquela que íamos é ooooutra.
Sheilla acompanhava atenta a tudo, e não estava gostando muito, apesar das meninas estarem se divertindo. A morena sentia que estava de fora do assunto e estava mesmo. Apesar de já ter começado a fazer nome na Seleção, as outras jogadoras jogavam juntas há anos na SuperLiga e/ou Seleção, enquanto ela jogava na Europa e não tinha mais do que um ano de seleção ainda.
Sassá: Ah! Aquela era ótima! Pena que Mari saiu do Osasco, perderemos momentos inusitados! – brincou de forma maliciosa.
As meninas que sabiam das histórias caíram na gargalhada, Mari também começou a rir, não conseguiu evitar. Ela tinha um passado e nunca fez qualquer questão de esconder quem era e o que vivia. Mari era um livro aberto para todos com quem convivia. Mas a loira sabia sobre o incômodo de Sheilla com a sua fama de pegadora, por isso, tentava disfarçar ao as reações da morena e, percebia de forma clara que ela não estava nada feliz com o rumo da conversa.
Fabi: Mari, lembra aquela garota da praia que saiu com a gente? – a loira murmurou que sim, acenando positivamente - Pois é, encontrei com ela na boate, do nada, daí ela falou comigo e perguntou de você. – a líbero levantou a sobrancelha de forma insinuante - eu fiz uma cara meio estranha porque...porra, ela perguntou de você logo pra mim? Sem noção isso, né? Eu tentando ficar com ela e a menina já vem querendo saber dessa branquela sem sal¿ – brincou, ouvindo as risadas das outras – Enfim, ficamos conversando e conversa daqui, conversa dali, acabamos ficando, não foi nada sério – falou meio que se explicando para Mari. - Mas eu lembrava de você falando dela e ria em alguns momentos, a menina não entendia nada. Meus amigos nos chamaram para uma festinha privada na casa do Marcelinho, fomos todos, foi muito bom. No outro dia minha cabeça doía, tudo doía. Quando eu estava indo embora o Marcelinho me fala: “Fabi, leva o short da Mari que ela esqueceu aqui da última vez!”.
Mari começou a rir, com a mão no rosto. Ela não acreditava que Fabi falou aquilo bem na frente de Sheilla. A loira talvez estivesse pela primeira em alguns anos com muita vergonha e, todas, exceto Sheilla, começaram a rir da cara vermelha de Mari.
F: Eu trouxe para te devolver. Mas quase pensei em guardar como souvenir já que agora você tá na Itália e não me acompanhará nas noitadas da vida.
Gattaz riu da fala de Fabi. Por mais que a líbero brincasse e fizesse piada com tudo, ela e todos ali que conheciam a dupla Fabi e Mari, sabiam que a pequena iria sentir realmente a falta da loira.
Gattaz: Souvenir, Fabi?
Mari não conseguia sequer olhar para Sheilla. A morena olhava para Fabi quase a fuzilando com os olhos. Era horrível a sensação de não fazer ideia exata do que elas estavam falando e a oposta não queria pensar de jeito algum no porque diabos Mari esqueceu o short na casa de um cara aleatório. Embora, óbvio, fosse inevitável que seu cérebro criasse cenas bem criativas e nada satisfatórias.
M: Eu amo aquele short, estava querendo ir buscar no Marcelinho há tempos já, mas nunca dava. – a loira estava mentindo, inventou aquilo porque sabia que era a cara de Sheilla inventar uma briga por conta de ela ter dado um short seu para Fabi.
Fabi fez uma cara de triste. Opara Mari com um sorrisinho pidão. Mari riu, assim como as meninas.
A loira suspirou como se estivesse contrariada, mas logo em seguida sorriu revirando os olhos. - Tá bom...fica com o short, mas vai ter que tirar uma foto com ele e me mandar. – brincou.
Fabi beijou os dedos, como se estivesse jurando que faria cumpriria o pedido de Mari e suspirou feliz, soltando um meio sorriso. - Posso dizer¿ É tão bom poder falar essas coisas abertamente, antes a gente nem podia falar nada porque a Mari namorava, tinha que ser tudo escondido e toda essa chatice, mas agora solteira, as histórias irão aparecer. – disse sorrindo de forma ameaçadora, zoando da loira.
Mari sorriu , mas por dentro sentia um nó na garganta. Nunca pensou estar tão nervosa pela possibilidade de Fabi soltar algo que não deveria para Sheilla escutar. Sabia que Sheilla estava puta, mas Fabi e as meninas não sabiam de nada concretamente, ela realmente estava solteira e as meninas se achavam à vontade para zoar dela no momento. Óbvio que ninguém ali era tolo, sabiam que ela e Sheilla estavam dando em cima uma da outra, flertando, mas não tinham certeza se rolou ou não algo de fato.
Paula estava voando no assunto Mari e Sheilla, passou um período afastada da seleção por causa da gravidez e voltava agora, caindo de paraquedas no assunto.
Paula: Mari, sério, eu sempre te falava isso, você definitivamente não sossegava! Coitada da Dani, era muito amor mesmo porque para agüentar tudo o que agüentou...
Todo mundo concordou com Paula, e Mari olhava séria para elas e meio de rabo de olho para Sheilla. Não tinha muito o que ela poderia dizer, Paula só errou em uma coisa: não era amor por Mari, era falta de amor próprio.
Fabi: Mas pelo jeito não ERA muito amor, É muito amor. – disse em tom enigmático.
Paula começou a rir e concordou com a cabeça.
M: como assim, gente? – ela estranhou, sabendo que tinha algo ali.
Sheilla na mesma hora começou a prestar bastante atenção, já estava puta com tudo o que ouvia, ainda mais em saber que além de Mari ter sido infiel com Dani, quase todas ali sabiam de tudo e nunca contaram para Dani, ao contrário, algumas até se “aproveitaram” da infidelidade de Mari.
Quais eram as chances do mesmo acontecer com elas¿ Até onde era possível confiar em alguém para contar sobre estarem juntas, mesmo que não oficialmente ainda¿
VOCÊ ESTÁ LENDO
CLOSER
RomanceShari, durante anos, foi um dos casais gays mais comentados do esporte mundial. Tido por alguns como o primeiro grande ship lésbico brasileiro, o namoro começou em 2006 e causou um furacão de acontecimentos e desdobramentos, não apenas na vida pesso...