- Capítulo 41 -

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No dia 13.05, o Pesaro ganhou novamente o Chieri, deixando a série das quartas em 2x0 e passando para a semifinal. Elas disputariam a vaga na final com o Jesi, que tinha um grande elenco e era um dos times mais fortes daquela temporada na Itália. Todas sabiam que seria muito difícil ganhar. As jogadoras eram experientes e estavam com a moral alta, além de apresentarem um ótimo voleibol.

Sheilla e Mari, de novo, sequer tempo para comemorar teriam. Treinavam todos os dias e estavam focadas no jogo, mas nada que as abalasse, não depois do que viveram nas últimas semanas.

"Novos e apaixonados ares em todo lugar". Era assim que Sheilla se sentia nos últimos dias. Desde que Mari abriu seu coração e de verdade começou a deixar a morena fazer parte de toda a sua vida, as coisas mudaram muito entre elas. Não apenas o comportamento da loira estava diferente, mas a própria relação pareceu ter desabrochado, ganhado contornos de uma maturidade que era novo até pra ela. Havia menos espaço para medos, inseguranças e palavras não ditas. Finalmente, as duas pareciam ter alcançado um equilíbrio saudável que contemplava os desejos de ambas. Era muito cedo pra dizer que tinham resolvido todos os problemas, mas estavam no caminho certo pra isso. Ambas sentiam que sim.

-- Acha que vou conseguir ir pra Minas antes do PAN? - a oposto soltou enquanto sacava pela enésima vez em cima de Mari. Ela resolveu ajudar no treino extra da de olhos azuis naquele dia.

-- Pelo jeito, só se perdemos a vaga nas finais... - Mari respondeu enquanto pulava toda feliz pela recepção perfeita e Sheilla soltou uma risadinha. A loira poderia se comportar feito criança às vezes.

-- O quão horrível seria eu dizer que prefiro perder a vaga?

Mari a olhou surpresa. -- Tá brincando, né?! - a morena riu sem graça enquanto negava.

-- Pior que não...- suspirou se concentrando. -- Léo me ligou ontem...- e sacou novamente. Mari recepcionou do jeito que deu, aquilo a pegou de surpresa. Ligou pra que? -- Ele disse que há boatos bem fortes na CBV sobre a gente. Fizeram contato essa semana...você sabe, ele é meu empresário e ainda acham que estamos juntos. - encolheu os ombros. -- Eles queriam sondar e ele percebeu. - a morena parecia preocupada. -- Léo disse que fez alguns contatos e acabou sabendo que os boatos chegaram nos grandões. - a loira não disse nada, apenas olhou séria para a oposto, que suspirou encolhendo os ombros novamente. -- Eu sei que deveria ter te falado assim que ele ligou...

-- Não contou porque precisava pensar, né? - a morena assentiu. -- O que tá passando por essa cabecinha? - e Sheilla revirou os olhos sorrindo. -- Dá pra sentir daqui tua preocupação, amor.

A oposta deu de ombros. -- Acho que as coisas que ele disse sobre precisarmos disfarçar pro grande público, principalmente no PAN...por conta dos patrocínios, da proximidade com a torcida. A CBV tem pretensão de me fazer a cara da seleção, Mar! - a voz dela transmitia muito bem o peso dessa pretensão nas suas costas.

A loira soltou uma risadinha divertida e a morena revirou os olhos com um sorriso tímido. -- A cara da seleção, hm?! - brincou. -- Uma mineira gostosa, arrasadora em quadra, que fala bem, é carismática, linda e...

--...heterossexual. - a morena completou. A loira assentiu com um olhar engraçado. -- Isso te incomoda??

Mari meneou a cabeça. Incomodava? -- Acho que já tinha ficado meio óbvio pra gente que eles querem você, Sheilla Castro, pra ser a cara dessa geração...e das próximas. - brincou. -- Eu já suspeitava que não seria possível assumirmos publicamente o namoro, já vi esse filme muitas vezes.

A morena soltou a bola e caminhou lentamente em direção à loira. -- O namoro? - um sorriso lindo e arteiro no rosto de Sheilla acelerou o coração da loira.

CLOSEROnde histórias criam vida. Descubra agora