CLOSER

- Capítulo 20 -

Fabi a olhava quase chorando. Ela sentia vontade de chorar pela demonstração de amizade de Mari, por felicidade de ver que a loira estava apaixonada por alguém.

F: Estou feliz por você, Mari. Sempre torci para você encontrar alguém que lhe fizesse sentir amor. Claro que fico um pouco triste por saber que uma parte da nossa vida passou. Mas feliz porque hoje vejo que nossa amizade não será abalada por isso! - sorriu.

...

Sheilla chegava ao quarto de Mari. Passou os olhos pelo quarto e não a encontrava, procurou Fabi e também não a viu. Ficou parada sem saber o que pensar enquanto sentia seu coração bater acelerado.

S: Gente, onde a Mari foi? - disse curiosa e preocupada.

P: Sheilla, a Mari saiu para conversar com a Fabi. - disse séria, fazendo ideia do que elas estavam conversando.

Sheilla arregalou os olhos. Ela sentia seu sangue subindo para a cabeça. Paula percebeu o estado que Sheilla ficou.

S: Onde elas foram? - disse irritada.

P: Sheilla, senta aí. Elas já vão voltar. Só foram conversar! - disse querendo acalmá-la.

Sheilla não deu atenção e saiu pela porta como um foguete. Algumas meninas perceberam e ficaram olhando sem saber o que fazer.

P: Gente, deixa ela! Melhor não nos metermos. Acho que ela irá fazer uma besteira, mas deixa ela. - disse já irritada.

...

F: Você tá feliz, Mari? - disse animada.

M: Tô sim. Mas as coisas ainda não estão certas! - disse meio triste.

F: Tem haver com o Léo, né? - disse meio triste também, aproximando-se de Mari.

M: É...A Sheilla nem fala dele. Ela age como se ele não existisse, mas quando ele liga ou quando ela pensa que algo pode chegar aos ouvidos dele, ela fica temerosa, quase morre. Ela diz que é complicado, que foram 8 anos, que tem a família dela. Mas nunca mais disse nada, entende? Não sei o que ela espera. Não sei se não confia em mim. Sei lá! - disse triste.

F: Já tentou falar com ela sobre isso?

M: Não. Eu percebo que ela não quer e também não falei por sua causa. Eu ainda tinha um assunto a resolver, então não podia cobrar dela. Embora ela não pense desse jeito e me cobre o tempo todo. Mas agora tentarei falar com ela no momento certo sobre isso. - disse soltando um suspiro triste.

Fabi então aproximou-se mais de Mari e lhe deu um abraço. Disse que tudo iria dar certo. Elas continuariam amigas, Sheilla terminaria com Léo e um dia elas ainda seriam amigas, as três.

Mari passou as mãos pelo cabelo de Fabi e sorriu.

...

Sheilla, que procurava Mari e Fabi por todo o CT, chegou ao local onde elas estavam bem na hora em que elas se abraçavam e Mari fazia carinho em Fabi. Ela não acreditou no que viu. Ficou possessa. Não sabia se gritava, se corria. Ficou paralisada. Sentia seu coração na boca.

Por fim, deu as costas e foi para seu quarto tomada pelo ciúme e pelo que ele criava sobre a cena que presenciou.

...

Mari chamou Fabi para voltarem. Afinal, Sheilla já deveria ter acabado o banho e ela não via a hora de poder contar para morena que falou com Fabi e que agora não tinha nada que a prendesse de fato. Estava totalmente livre para ela.

O quarto de Sheilla ficava no caminho de seu quarto, então, Mari resolveu passar no dela primeiro para ver se ela estava lá ainda, de repente resolveu descansar ou tinha demorado no banho, despediu-se de Fabi, que foi andando na frente em direção ao quarto de ambas. A líbero sabia que Mari não via a hora de falar com Sheilla que estava tudo zerado entre elas e sabia que essa ansiedade toda da loira era reflexo da vontade que sentia em ver a morena fazendo o mesmo em relação ao noivo.

Mari abriu a porta do quarto e deu de cara com Sheilla. Ela estava andando de um lado para outro, com um semblante aflito e um tanto desesperado. Mari ficou preocupada, não sabia o que tinha acontecido, pensou que poderia ter sido algo sério. A primeira coisa que veio em sua cabeça foi Leo ou alguém da família de Sheilla ter descoberto algo sobre elas.

Quando viu que Mari entrou no quarto, a morena não parou de andar, ela não conseguia, estava possessa com uma raiva crescente em seu peito.

M: O que aconteceu? - disse preocupadíssima, indo em sua direção.

Quando a loira chegou perto iria tocá-la, Sheilla a afastou com um empurrão brusco e inesperado por Mari, que ficou completamente sem reação diante daquilo.

Sheilla sentou na cama, abaixou a cabeça, colocando-a entre as pernas e começou a chorar, o semblante pareceu se modificar, não era mais raiva ali, parecia puramente tristeza, dor.

A loira que já estava preocupada, começou a entender que o problema poderia ser ela, embora não fizesse do que causou aquela reação e jamais esperou ver a oposto tão descontrolada daquela maneira. Mari se aproximou novamente, mas de novo, quando tentou tocá-la, Sheilla a afastou e, dessa vez, com um grito nervoso, acompanhando.

S: SAAAAAAAAI! - disse ao afastar a loira.

Mari ficou parada sem entender nada, olhando para ela. Passaram minutos enquanto a loira apenas olhava para a morena, que aos poucos parecia se acalmar.

S: Porque você tem que ficar próxima dela? - disse baixinho, com voz frágil e fungando por conta do choro.

Mari imediatamente piscou os olhos como se estivesse tendo certeza de que aquilo não era um pesadelo, não acreditou no que ouviu. Sheilla estava com ciúme de Fabi novamente e a loira não tinha a mínima paciência para isso.

M: Sheilla, eu vim aqui exatamente te con...

S: Eu vi vocês se abraçando! - interrompeu Mari, com a voz frágil, porém com o tom de quem acusava e não tinha dúvidas do que acontecia entre a loira e a líbero.

Mari a olhava incrédula. Estava realmente perdida em como lidar com aquele momento e com o jeito de Sheilla. Ela estava obviamente acostumada com cenas de ciúmes, mas nunca lidou com elas, nunca tinha se importado tanto com a outra pessoa a ponto de tentar acalmar, ela simplesmente fazia o mais fácil: fugir.

S: Eu vi vocês juntas, não sei como fui burra de acreditar em você - lamentava-se mais para si mesmo do que para a loira.

Mari percebeu que Sheilla estava surtando. Ela alternava momentos de raiva com momentos de fragilidade. Por mais que aquela situação estivesse a deixando com vontade de gritar de voltar, ela respirou fundo e tentou pela primeira vez na vida, lidar com isso.

M: Sheilla, você precisa respirar fundo, agora, tá bem? Eu não sei o que você acha que viu, mas nós não estávamos fazendo na...

S: VOCÊ NUNCA VAI MUDAR - a morena levantou da cama em um salto inesperado e apontou o dedo na direção da loira - ESTAVA LÁ FAZENDO CARINHO NELA, E SEI LÁ EU MAIS O QUE, NO MEIO DO NADA, ESPEROU EU SAIR PRA ISSO!

M: VOCÊ É LOUCA! - gritou de volta, também levantando da cama e caminhando em direção a Sheilla, que pela primeira vez se viu acuada em uma discussão com Mari.

(continua...)