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— Eai, como foi o acampamento? — Koy perguntou se jogando na cama de Reki, ficando do lado do irmão mais velho.

Ele já tinha chegado a um tempo, já tinha tomado banho e jantado. Pensou que poderia dormir já que no dia seguinte teria aula, mas, pelo visto, sua irmã tinha outros planos.

— Foi legal.

— Só isso? 

— É.

— É impossível nada de legal ter acontecido. — Ela insiste. Por Deus! Até parece que sabe de algo.

— Sim, Koy. Aconteceu várias coisas... Mas não estou muito afim de falar agora.

— Mas vai ter que falar. E lembra que combinamos de sermos sinceros um com o outro? contar sobre seus dias de folga também estáta incluído.

— Lembro. Mas não me lembro de ver você sendo sincera comigo.

— Ué, eu sempre sou. Do que você está falando?

Ela tem uma expressão confusa no rosto. Reki nem sabia se ela estava escondendo algo, provavelmente ela nem estava. Só estava evitando de falar do assunto com ela. Mas viu que não daria certo, já que sua irmã podia ser bastante insistente quando queria.

— Nada. Esquece. — Ele se senta na cama, cruzando as pernas. Contou como foi no acampamento, o caso do Joe e do Cherry, no dia da fogueira, contou sobre a piscina e os jogos, contou até sobre ter ficado puto com o Adam, contou sobre a festa e todo mundo bebendo sem poder beber e, falou sobre os alunos contrabandistas de alcool... Enfim, ele contou tudo, deixando para o final a melhor parte.  — E eu e o Langa ficamos. A gente tá ficando agora, sabe? Se beijando e tals.

Ele diz baixinho a ultima parte. Obviamente para que só sua irmã escutasse.

— Sim, Reki eu sei o que significa ficar. — ela revira os olhos, mas logo sorri. — E ah! Nossa, eu estou muito feliz por você. Meu irmaozão finalmente está se permitindo viver a vida como tem que ser.

— Isso saiu muito brega, Koy. — ele diz, mas está sorrindo. Sua irmã estar feliz por ele o deixava extremamente bem.

— E aí? Quando vou conhecer meu cunhado?

— Você já conhece o Langa, idiota! E ele não é seu cunhado, porque a gente não namora.

Ainda não namoram, né?

— É, acho que sim.

— Se você disser que é por causa da mamãe, eu juro que vou te socar. —  Koy diz séria. — Você tem que parar de se prender. Tipo, idai que você gosta de um menino?

— Fala baixo, Koy! meu Deus...

— É só que, sei la, eu queria que você fosse feliz.

— Eu sou.

— Será que é mesmo? escondendo tanto de si?

Reki não queria ser babaca com sua irmã nem nada do tipo, mas o que ela sabia sobre o assunto? o que ela sabia sobre ter que se assumir para mãe, sem saber o que ela pensa sobre e nem como ela reagiria a isso? Ela não estava na pele de Reki. Ela não sentia o medo dele, e nem estava envolvida demais com alguém que, segundo a sociedade, era errado. Porque sejamos sinceros, não é? Ainda não é normal como deveria ser, gostar de alguém do mesmo gênero. Ou gostar de pessoas em geral. Infelizmente as coisas eram assim, e não tem como saber quando um familiar vai agir como se isso fosse um crime.

Resumindo, Koy não tinha porque ficar brava com o irmão. E Reki já nem queria mais falar sobre isso, se arrependeu de ter começado o assunto e, queria só ir dormir e esquecer os problemas que envolviam gostar de um garoto. 

Você roubou o meu gato!Onde histórias criam vida. Descubra agora