Prólogo

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"Você está aqui, non está morta, cuidou de nós e nos acolheu quando o mondo virou as costas

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"Você está aqui, non está morta, cuidou de nós e nos acolheu quando o mondo virou as costas. Precisamos da sua ajuda, Julia Witwicky, Prime precisa da sua ajuda mais uma vez."

— Dino

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Enfrentar tudo de uma única vez nunca esteve listado em seus planos meticulosamente elaborados, deu errado além do que podia contar e era exaustivo. Pensar, elaborar, realizar. Caso ainda portasse a coragem sem limites de quando era mais nova, encerraria esse assunto no mais tardar, sem deixar nenhuma pendência para trás, presa em sua sola de sapato. Porém, essa situação estava longe de ser comum e não conseguia pensar em uma solução para os diversos conflitos que tomariam forma a explodir bem diante os olhos, estava longe de seu alcance, e a única coisa que conseguia sentir era desespero.

Foi mais que um soco, um puxão de cabelo ou tapa na cara, o revirar no estômago evidenciava o tremor das mãos, unhas que cavavam as palmas numa dor surda, perdendo-se em determinado ponto incapaz de trazê-la de volta.

Não soube quando começou a ruir com tanta clareza, mas no instante em que as nuvens de poeira ficaram maiores, teve vontade de fugir, dar as costas e correr para o mais longe possível, para bem longe deles, de todos que traziam lembranças amargas ou que tinham lugar no meio de seu passado turbulento. Uma atitude covarde, contudo, teve tantas atitudes covardes ao longo dos anos, o que seria se esconder em algum buraco no mundo mais uma vez? Quem poderia apontar o dedo e dizer que estava errada? Quem poderia dizer que era errado tentar se salvar da avalanche à vista?

Recuar apenas trará desgraças, lembre-se disso.

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O tempo no interior do Texas parecia correr de forma lenta, talvez fosse pela temperatura que fazia gotas gordas de suor acumularem no couro cabeludo, talvez pela atmosfera rural que a plantação de milho trazia, ou a calma que os ponteiros do relógio se moviam com seu tic-tac. Muitas vezes era maçante sentar na cadeira de balanço da varanda e apreciar pela quinta vez no dia a extensa fazenda, aguardando que algo no meio das folhas secas da plantação trouxesse a solução de todo o nó conflituoso no âmago. Ninguém diria nada e em dado momento, acabou desistindo de ficar à procura, não havia muita coisa a se procurar, e fazia questão de lembrar que quem muito procura, um dia acaba encontrando.

A verdade era que Julia estava entediada de ficar entediada.

Conversar se tornou cansativo no vai e vem dos dias, e não, não estava sendo ingrata, apesar de tudo, agradecia por ter alguém para pelo menos dar bom dia no inferno diário de sua vida reclusa. Apenas restringiu um pouco o vocabulário para quase apenas monossílabos, e também, seus companheiros marcianos não eram muito de conversa fiada, e ela nem gostava disso.

Naquela tarde em específico, onde praticamente derretia ao sol torturante, sentindo partes da camiseta grudar na pele devido ao suor nojento, arranjou descanso em uma parte do telhado que dava visão completa do quintal da fazenda. Apenas apreciar seus poucos animais circulando pelos amontoados de peças e ferramentas enferrujadas se tornou um pequeno vício, algo calmante quando se encontrava na busca de controlar a autossabotagem, então sim, a rotina monótona sabia ser útil. Sua mente inquieta matutava o conserto de um dos braços do Autobot dentro do celeiro, listando as diversas peças que faltavam e se seu amigo não esqueceria de alguma importante quando retornasse da cidade, e no cantinho do cérebro cansado, um pequeno espaço levantou dúvidas quanto aos dois amigos perto da cerca baixa da entrada.

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