Extra 2: A dupla inseparável: Andrew e Brian

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Andrew Miles ainda se lembrava de quando tudo teve início. Navegando nas abas abertas de muitos vídeos no Youtube, começou a selecionar aqueles favoritos sobre conspirações mundiais, criaturas estranhas filmadas por moradores, fenômenos paranormais e outras coisas esquisitas que atiçaram aquela parte dele que todos diziam ficar no mundo da ficção. Ele não ficava no mundo da ficção, não, Andrew apenas se interessava por coisas que na visão dos outros era considerado ficção, mas muitas dos assuntos desprezados por dizerem serem histórias para boi dormir abrigava um fundo de verdade.

Ele era um pesquisador, e uma de suas teorias que mais se mantinha firme era a da vida além dos limites de seu planeta natal. Tinha certeza de que o planeta Terra não era o único que abrigava vida na galáxia. Pensar que os seres humanos eram o centro do universo soava muito idiota, pois, apenas pare e reflita no tamanho do que há acima das nuvens, não existia apenas um planeta no sistema solar, e sim oito, oito globos gigantes com suas características únicas, e por enquanto, era somente esses oito planetas que os satélites foram capazes de captar, existia a possibilidade de haver mais? Sim, mil vezes sim. Acreditava fielmente em vida extraterrestre, em criaturas lá fora que portavam outras formas, outros conhecimentos, talvez infinitamente mais avançados que a raça humana, ou talvez meio primitivos, mas ainda sim, seres com vidas, seres sencientes. Ele era louco por pensar dessa forma? Por que a ideia soava como se ele tivesse divagando sobre contos de princesas? Qual era o problema da sociedade em não se esforçar pelo menos um pouco para pensar fora da caixa?

Oh, isso era uma completa droga.

Vida alienígena abrigava o posto de uma teoria da conspiração, uma das mais fortes teorias que vinha cativando cada vez mais pessoas ao redor do globo. Quando entrou no ensino médio, ganhando de bônus uma nova escola, conheceu o primeiro cara que compartilhou de seus pensamentos científicos, Brian Jones, e comemorou ao saber que não estava sozinho nesse barco. Acabou gostando tanto do garoto que aceitou sem pensar o convite para ingressar em um clube escolar, o clube de informática, não foi ruim porque gostava dessa área, e estar no clube só dizia uma coisa: teria muito tempo para discutir com Brian sobre o que ele achava da ideia extraterrestre, suas opiniões a respeito, pensamentos, etc. Ter uma pessoa com quem dividir as imensas pesquisas que fazia e alguns planos futuros voltados para o campo da Astronomia o fazia sentir que estava fazendo um amigo pela primeira vez, tanto que até aprendeu a lidar com o jeito meio arrogante de Brian.

Lindo, certo?

Andrew tinha certeza de que começou bem o ano letivo, embora se envergonhava um pouco de admitir que fez menos amigos do que gostaria de ter feito, porém a escola o deu muitas oportunidades de se divertir, e antes que desse uma segunda olhada, acabou cultivando colegas de variadas idades devido às feiras escolares, dentre eles a menina prodígio, Julia Witwicky. Viu muitas pessoas inteligentes em sua vida, dizia que eram inteligentes devido estarem sempre na cola dos professores, entretanto, sua visão mudou depois que conheceu Julia e aqueles outros que compunham os clubes designados a diferentes áreas da tecnologia, como o de robótica, nele estavam a irmã de Sam e aquele outro moleque que sempre esquecia o nome, ah, se não estivesse enganado ele se chamava Rafael Esquivel, isso, exatamente. Os dois eram absurdamente inteligentes, não fazia pouco caso, depois que participou de diversos projetos no mesmo campo que eles, entendeu o porquê de estarem tão presentes nos murais de informes da escola, crianças prodígios, verdadeiras crianças prodígio. Não se sentiu tentado a fazer amizade com Rafael, e talvez tenha clicado com Julia devido ao seu irmão, Samuel, que conheceu e esteve na roda de amigos muitas vezes. Gostava da garota, de como sua absurda percepção a transformava em uma líder nata, tudo que ela tocava tinha um futuro promissor, ele viu com seus próprios olhos a forma como as mãos dela faziam ferramentas dançarem para criarem algo, como ela manipulava os objetos e ao mesmo tempo explicava o que fazia, sem nunca perder o ritmo, sem nunca se perder. Ela era muito legal. E por isso, ela tinha passe livre para saber sobre suas investigações a respeito dos alienígenas, não importava sua pequena idade, Julia Witwicky tinha que saber, pois alguém tão inteligente quanto ela estaria disposta a desvendar a galáxia e descobrir o que existia além das estrelas. Inventores e cientistas tinham esse faro aguçado de curiosidade, e quanto mais pensava na ideia de compartilhar o que andava colhendo com Brian, mais parecia ver um resultado promissor.

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