Extra 3: Aliança: O recrutamento da N.E.S.T part 2

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PARTE 2: 


Era um dia comum, cheio de tarefas comuns e sentimentos comuns.

Recolher as cartas da caixa de correio quando chegavam, caminhar de forma despreocupada pelo gramado verde do quintal, folhear carta por carta, entrar dentro de casa, dizer para Ron que o tio Humberto do Texas mandou uma correspondência, pegar alimentos no armário, entrar na garagem e se esparramar na frente da bancada de trabalho. Essa era a rotina que a perseguiu durante a maior parte da vida. Raramente se desviava, até porque, não havia muitas coisas interessantes a se fazer no período pós-escola, que não fosse lidar com seus usuais trabalhos e hobbies, e tal atividade rotineira persistiu mesmo após a chegada de Bee e toda a situação ocorrida em Mission City.

Os fatos, apesar de grandiosos e devastadores, não deviam alterar muito a vida dos civis envolvidos, isso de acordo com o governo. Algumas coisas precisaram ser silenciadas para a paz reinar e voltarem a ser a família Witwicky do 206, embora Julia vivesse em uma discordância constante de se manter enfiada dentro de casa sem poder rever seus novos amigos gigantes, fingindo que nada aconteceu, e quase não acabou morta por um marciano psicopata.

"Até quando?", se questionava, sem obter respostas, Bumblebee dava de ombros, ele também não fazia ideia.

Viver em rotina era complicado, a cura do braço quebrado a encheu de alergias, que coçava de forma irritante, ainda mais quando a ansiedade aumentava. Não se engane, a tranquilidade é apreciada, sem sombra de dúvidas, mas isso muda quando uma descoberta surreal e que pode mudar o mundo aparece sem bater na porta. Poxa, ela era uma cientista em ascensão, com certeza um dia poderia ser útil ao governo de alguma forma, seja qual for, como também aos amigos cybertronianos.

Por hora, enquanto esse dia se arrastava para chegar, Julia se contentava em mapear Bumblebee e analisar as pequenas informações que ele fornecia sobre si mesmo, embora ele não fosse o mais adequado para tal.

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Era uma tarde de quinta-feira quando Julia Witwicky recolheu as cartas do correio, presa em pensamentos aleatórios na luta de mandar para baixo um punhado de uvas verdes. As primeiras correspondências lotadas de selos coloridos se tratavam de contas, algumas de bancos endereçadas aos pais, duas para Sam com o remetente sendo da universidade no qual ele ingressaria daqui a um tempo, com o logotipo do local bem estampado na frente do papel branco, e a última correspondência era para...

— Mim? — A descrença congelou os passos no gramado bem cuidado de Ron. — O quê...? — Quem enviaria algo para ela? Logo para uma pessoa que vive enfurnada dentro de casa e fazendo mais parte dos móveis do que os próprios móveis. — Deve ser engano.

A possibilidade de alguém lhe enviar uma correspondência por qualquer motivo parecia impossível, até porque, se fosse algo relacionado a escola ou atividades externas, tudo chegaria no nome de Judy ou Ron, e não tinha amigos morando longe para mandar cartas, nem parentes que se importavam o suficiente com sua vida. Então, quem enviaria isso?

O envelope era estranho, diferente da organização normal de uma correspondência em relação a remetente e destinatário, embora cheios de selos coloridos assim como os outros. Com o coração um pouco acelerado, virou o envelope para ver quem era o responsável pelo envio e de repente o mundo desapareceu num estalo, afundando seus pés no solo gramado que se prenderam em crostas de incredulidade.

— O... g-g-governo?

O remetente se tratava do próprio governo americano, e sim, seu nome jazia no campo do destinatário em letras bem garrafais para se tratar de algum engano, Julia Jensen Witwicky. Era para ela, e vinha do governo. Vinha do governo americano.

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